Diário de Bordo

Até a Renda Fixa está sofrendo

Kiki Knudsen

21 jul 2022, 15:14 (Atualizado em 21 jul 2022, 15:14)

Imagem representando a Renda Fixa, mostrando moedas e dinheiro

Olá. Kiki ainda na área. O Jojo acabou de chegar das férias e me delegou mais esse Diário de Bordo. Espero que não se incomodem.

A semana ficou marcada pelo “risco fiscal” que começa a preocupar os mercados, após a votação da PEC das “bondades”.

A Bolsa teve uma semana volátil e chegou a bater 95.200 pontos no intraday, apesar de ainda estar negociando em torno de 98.000 pontos, mesmo patamar do fechamento de quarta-feira passada.

Quem sofreu mesmo foi nossa curva de juros. Ela estressou bastante, com os juros pré-fixados de janeiro/2024 e janeiro/2025 chegando a ser negociados a 14,00% e 13,45%, respectivamente. Isso significa que a expectativa do mercado é de que a Selic chegue a 14% e se mantenha assim até o segundo semestre de 2023.

São juros muito altos por muito tempo. Olhando o lado positivo, para os títulos pré-fixados, o que já estava bom ficou ainda melhor para investir.

Títulos indexados de inflação também sofreram e agora apresentam taxas mais gordas ainda. Esses ativos agora pagam, pelo menos, inflação mais 6,30% até o vencimento. É só escolher o prazo.

Quem já estava investido está sofrendo um pouco. Por causa da marcação à mercado da alta das taxas, os índices de Renda Fixa estão com péssimo desempenho no ano.

Tanto o IRF-M 1+, que mede o desempenho dos títulos pré-fixados do governo com vencimento maior de 1 ano, quanto o IMA-B 5+, que mede o desempenho dos títulos do governo indexados à inflação com vencimento maior de 5 anos, perdiam valor até o dia 19.

A alta das taxas (e respectiva queda dos ativos) embute o risco de que as “bondades” sejam permanentes e crescentes, levando nossa trajetória fiscal a um buraco sem fim, independentemente de quem ganhar a eleição.

Falando em eleições, na quarta-feira começou oficialmente o processo eleitoral, com o início das convenções partidárias onde as candidaturas são oficializadas.

Para 2023, independentemente de quem seja eleito, o novo presidente enfrentará um problema fiscal difícil de ser solucionado, uma verdadeira herança maldita. Não acredito que consiga diminuir os benefícios. Mas isso já está em grande parte embutido no preço dos ativos, com o Dólar a R$ 5,4, a Bolsa abaixo dos 100 mil pontos e a curva estressada.

Não vejo nenhuma chance de ruptura do processo eleitoral, com a renovação recente dos ataques às urnas eletrônicas, o que considero ser uma tática eleitoreira. Temos instituições fortes no Congresso e Judiciário, que fazem um forte contraponto ao Executivo.

Com pouca chance da terceira via, Simone Tebet, avançar, ficamos com duas escolhas populistas e polarizadas. É a democracia, sistema falho, mas sem opções melhores como regime de governo. Infelizmente vamos ter que esperar mais algumas décadas para o Brasil deixar de ser apenas uma promessa. Isso se começarmos a investir em educação!

Apesar do barulho e da volatilidade que as eleições geram, não acho que o resultado vá afetar estruturalmente o mercado atual. Mas volatilidade sempre traz incerteza e cautela. Talvez o fim das eleições seja o gatilho que precisamos para os mercados se recuperarem, com a esperança de dias melhores. Infelizmente está longe ainda, são vários meses até outubro e o ano vai estar no fim.

Novidades da Prateleira

Esta semana, lançamos quatro fundos na prateleira da Vitreo, todos com cashback.

Em Renda Fixa, a novidade foi o Trígono Pulsar Blend. Com estratégia de investir em crédito privado, sendo até 20% no exterior, o fundo segue a profundidade de análise já característica da casa para o universo de ações.

Já o Opportunity Total, principal Multimercado da tradicional gestora carioca, é uma opção para quem quer diversificação nas diversas classes e busca um retorno de CDI + 4% a CDI + 5,5%.

Para finalizar, em Renda Variável, temos o Studio 15 e o Studio Long Bias. O primeiro é o long only da casa liderada por Beatriz Fortunato. Por sua vez, o segundo é comandado por Guilherme Motta com todo apoio da equipe de análise da Studio.

Vale sempre lembrar que você pode aproveitar do benefício do cashback nestes e em outros produtos, tanto em novos aportes como em portabilidades.

Pergunte ao Jojo Kiki

Pergunta 1

Boa noite!

Ótima pergunta.

Como o Global Real Return é um fundo, ele acaba sendo uma pessoa jurídica “isenta” de IR. Isto é, não terá come-cotas, nem IR em caso de resgate do Inflação Longa.

O único que pagará imposto é o cotista Pessoa Física do plano, conforme as características e prazo.

Logo, todos os rendimentos de fato se acumulam dentro do Fundo de Previdência, até o resgate do mesmo.

Renda Variável

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Até a próxima semana!

Um abraço,

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