Diário de Bordo

Se você não está incomodado, é porque não pensou direito sobre ESG

George Wachsmann

20 ago 2020, 10:00 (Atualizado em 20 ago 2020, 10:00)

Imagem: Canva.

Caso não saiba, as empresas, fundos e produtos de investimento com o carimbo ESG são aqueles que, supostamente, buscam gerar impactos positivos nessas três frentes.

Ou seja: em tese, em seu negócio, têm uma preocupação com a preservação do meio ambiente, com as pautas sociais (como diversidade, acessibilidade e o engajamento dos funcionários) e com as boas práticas de governança (como transparência, práticas antitruste, política de partnership com alinhamento dos sócios minoritários etc.).

O assunto, que já faz parte das discussões de investimento há quase uma década, na Europa, ganhou força nos EUA nos últimos anos e agora chegou ao Brasil.

Depois de muita leitura sobre o tema, conversar com diversos parceiros e entender melhor sobre a importância da pauta ESG, eu, com minha mentalidade prática, finalmente me convenci de que esse é realmente o caminho do futuro. Principalmente porque as boas práticas nas frentes ambiental, social e de governança são hoje uma necessidade. Não é mais questão de escolha.

Estamos vivendo, em todo o mundo, significativas mudanças climáticas, vendo aumentarem os acidentes ambientais, a escassez dos recursos naturais, e esta pandemia com impactos sem precedentes na história moderna, dentre outras tantas transformações. E os investimentos em renda variável são, na última ponta, uma maneira de você se tornar sócio de uma determinada empresa. O investimento precisa ser entendido como uma parte da cadeia produtiva e de impacto. Não é um número na área logada.

É importante conhecer bem com quem você se associa. Quando cocriei a Vitreo, eu já sabia que, ao me associar com pessoas sérias e trabalhadoras como Patrick, Aoude, Paulo, Ilana e Everson, eu estaria evitando uma série de problemas de governança. Só iria começar a empreitada da minha vida com quem eu tinha certeza de que daria conta do recado.

Não estamos mais em posição de não fazer o mesmo com as empresas em que investimos.

E, ao pensar dessa forma, um grande efeito colateral é que a gente estabelece um excelente filtro de análise qualitativa da empresa em questão.

Parece óbvio, mas as empresas que têm preocupações práticas com as pautas ESG são justamente aquelas mais sérias e comprometidas com o negócio, como um todo. São empresas boas de se investir.

Pode anotar: há uma feliz “não-coincidência” em todos os casos que pesquisei. Se a empresa se preocupa com as pegadas de carbono que emite, com a eficiência energética de seu escritório (ou fábrica), se oferece aos funcionários um plano de carreira claro e metrificável, se a diretoria age de forma ética e tem políticas anticorrupção claras…

Enfim, se a empresa tem um comprometimento real e ativo com as pautas ESG, é quase certo que todas as métricas clássicas de análise fundamentalista estão em ordem: preço/lucro, preço/EBITDA, as margens são elevadas, o modelo de negócio é bem estabelecido etc.

Posso resumir em uma frase: Quem é bom — mas bom mesmo — não deixa ponta solta.

Os grandes insights têm a tendência de serem circulares. Como numa equação, que nada mais é que uma operação que iguala um lado com o outro. Às vezes a gente se incomoda ao chegar a uma conclusão tão óbvia quanto “quem é bom, é bom”. Mas eu aprendi na minha vida que esse é justamente o ponto perfeito de quando chegamos a uma constatação que pode mudar a nossa vida.

No caso, é simples: empresa que se preocupa com o meio ambiente, com os seus funcionários e com as boas práticas de governança dá mais lucro. Entrega retornos melhores, mais sustentáveis e em longo prazo.

Sem contar que, claro, são modelos produtivos melhores para o planeta.

Você, aí, que está tendo que trabalhar de casa e, quando anda na rua, tem que pôr uma estranha máscara no rosto e evitar o contato com todos…

Você, que sente uma sensação estranha ao ver a própria mãe e o próprio pai, e não pode dar um demorado abraço neles justamente porque os ama…

Você, que não pode ir a um bar tomar uma cerveja com amigos e amigas e está-se contentando com encontros virtuais via Zoom, em que a conexão às vezes é instável e só uma pessoa pode falar de cada vez, senão ninguém se entende…

Você, que está limpando todos os objetos que chegam do mercado para que ninguém de sua família se infecte com um estranho vírus, devastador, como temos visto …

Você não interpreta, assim como eu, que esse é um sinal muito claro de que o mundo tem que mudar para ontem? Bom, a cadeia produtiva é uma das pontas mais importantes dessa mudança.

Sempre tive cuidado ao escrever ou falar de ESG, porque há uma linha tênue entre o bom mocismo de fachada — o chamado “greenwashing” — e a real atuação nesse sentido.

Eu não me sentiria totalmente honesto para falar do tema e para incluir a Vitreo entre as empresas que priorizam a pauta se eu não tivesse efetivamente um plano de ação sobre isso.

Estou finalmente me sentindo à vontade para abordar o tema neste Diário de Bordo porque esse plano de ação começou esta semana.

E uma palavra é importante na sentença acima: “começou”.

Ainda há muito a avançar nesta pauta.

Mas, com o lançamento hoje mesmo do FoF ESG Carbono Neutro, estamos dando um imenso passo na ponta “E” da sigla ESG.

Caso não saiba, parte da taxa de administração deste nosso novo FoF será reservada à compra de créditos de carbono.

Vamos usar pelo menos um terço das taxas do fundo, podendo ser mais, com objetivo de comprar, no mínimo, mil toneladas de créditos de carbono por ano. Seguindo a tendência global de empresas responsáveis ambientalmente, vamos comprar os créditos de carbono para mais do que compensar a emissão de gases de efeito estufa causada pela Vitreo e seus colaboradores. Seremos um fundo e uma empresa carbono negativo. Ou seja, vamos remover mais emissões do geramos.

Para você ter uma referência, a Vitreo, se chegar aos 150 funcionários no fim do ano, deve emitir algo em torno de 250 toneladas/ano de carbono.

Ou seja, pretendemos neutralizar, em média, quatro vezes mais carbono do que o que produzimos.

Vamos comprar os créditos de carbono com uma fintech parceira chamada Moss, que conta com todas as certificações internacionais em seu negócio.

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Esse aparente exagero na compensação na emissão de carbono também terá um impacto social importante, já que as empresas parceiras da Moss, que ajudam na preservação da Floresta Amazônica, fazem um trabalho formidável com as comunidades ribeirinhas.

A preocupação com o cliente também faz parte das boas práticas ESG. Por isso, criamos um produto acessível e vamos usar a taxa de administração para comprar esses créditos. A taxa do FoF ESG Carbono Neutro, aliás, é muito menor que a média de mercado: 0,75% ao ano. Só R$ 7,50 ao ano em cada R$ 1.000 aplicados no FoF.

O valor de aporte mínimo é apenas R$ 1.000, o produto é aberto para todos os investidores (não é preciso ser investidor qualificado) e ele investe em cinco fundos das gestoras que melhor entendem dessa área: Brasil Capital, Constellation, FAMA, Indie Capital e JGP.

Como investimento é uma opção formidável para seu portfólio de renda variável. Deixei claro que o filtro ESG é também uma ótima maneira de analisar uma empresa tanto no Qualitativo quanto no Quantitativo, não é? Aqui, eu explico mais detalhadamente todas as vantagens do fundo.

Como disse, este é só o começo. Pode esperar, que a Vitreo ainda vai trazer todo um leque de produtos e soluções com esse foco. Soluções práticas e metrificáveis, senão, não seria eu.

Finalmente os Blends chegaram!

Segundo o dicionário Cambridge, “Blend” significa “a mixture of different things or styles” (uma mistura de diferentes coisas ou estilos).

E foi exatamente essa definição que buscamos para renomear dois dos nossos fundos, que, a partir de hoje, se transformaram exatamente na mistura, na combinação de diferentes estratégias de investimento.

A ideia nasceu. A espera acabou!

A partir de hoje o FoF Melhores Fundos Global Light se transforma no FoF Melhores Fundos Blend.

O fundo mudou de nome e passa a investir 80% em gestores locais (através do FoF Melhores Fundos) e 20% em gestores globais (através do FoF Melhores Fundos Global). A taxa de administração é zero, porque você já paga 0,75% ao ano proporcionalmente nos fundos investidos. O mínimo continua sendo R$ 1 mil para o aporte inicial. A nova alocação já está ativa.

Hoje também ocorreu a mudança no Money Rider Hedge Fund Light, que agora passa a ser chamado de Universa Rider Blend.

Esse novo blend combina 80% do Carteira Universa com 20% do Money Rider Hedge Fund. O mínimo para começar é de R$ 5 mil. A taxa é zero, porque você já paga 1,18% indiretamente ponderando as taxas dos fundos investidos. A nova alocação já está ativa.

E os dois Blends são para público geral!

Se você já investia em um dos dois fundos Light, não precisa fazer nada. A mudança foi automática.

Se você já investe em algum dos fundos que o Blend compra, nada mudou para você.

Se você investe em um desses e quer troca-lopor um dos Blends, precisa pedir o resgate e fazer o investimento. Não tem como passar direto de um para o outro. Só pense bem se faz sentido antes de decidir pela troca.

Live do Money Rider Hedge Fund

A VitreoAoVivo de ontem foi uma edição especial do Money Rider Hedge Fund. Eu me reuni com o João Piccioni e o Enzo Pacheco, que tocam o relatório Money Rider, da Empiricus, que inspira nosso fundo de mesmo nome.

Boa parte de nossa conversa, ontem, foi dedicada ao nosso novo fundo Universa Rider Blend. Como expliquei acima, é a metamorfose do nosso fundo para público geral que aplicava na estratégia do Money Rider Hedge Fund.

Repito aqui alguns dos highlights do que o João disse no ótimo papo de ontem:

  • É muito importante ter investimentos internacionais, principalmente neste cenário de moeda local muito fraca. Quem fez boas escolhas conseguiu bons vetores de ataque, como o caso das ações da Apple, que atingiu o valor de 2 trilhões de dólares.
  • Quem investe fora, também consegue acertar o alvo e comprar boas empresas que retornarão dinheiro, além de aliar a proteção que a moeda forte estrangeira consegue oferecer.
  • Investimento internacional é sinônimo de rentabilidade e proteção.
  • Só há um caminho para o Dólar – que tem valorização atual de 37% ao ano – que é ficar mais caro; por isso, mandar recursos para fora é uma alternativa necessária e nunca é tarde para começar. Amanhã é provável que esteja mais caro do que hoje.

Assino embaixo de tudo o que o João disse aí acima. Caso queira conferir o papo na íntegra, clique aqui.

#umfundopordia

Missão dada, missão cumprida!

Na 2ª feira colocamos no ar dois fundos da Canvas. O Canvas Vector FICFIM, fundo multimercado sistemático, tocado pelo Fernando Funari, que está na carteira dos nossos FoF Melhores Fundos e FoF Melhores Fundos Multimercado. Junto com ele, subimos também o Canvas Enduro II FICFIM, o fundo multimercado mais tradicional da casa, tocado pelos amigos de longa data, Bodra e Guilherme Gaertner.

Na 3ª feira foi a vez do Tork Long Only Institucional FICFIA, fundo de ações da casa montada pelo Marcelo Magalhães, com passagens pela IP, MSquare e JGP.

Ontem subimos o Equitas Selection FICFIA, gerido Luis Felipe Amaral. Já temos exposição a Equitas em vários dos nossos FoFs. Isso já dá uma ideia de quanto gostamos da casa.

Hoje foi a vez do IP Participações IPG FICFIA BDR Nível 1, de uma das casas mais tradicionais em gestão de renda variável do país. O fundo investe no Brasil e nos EUA seguindo a filosofia de value investing.

E um aviso: o Kinea Atlas II FIM fechará para captação no dia 15/09! Então corra se você ainda quer investir nele. Quando o fundo fechar, mesmo quem já está investido não poderá aumentar a alocação. O horário limite de movimentação na plataforma da Vitreo para esse fundo é 14h.

Pergunte ao Jojo

Abri este espaço para responder algumas das várias perguntas que tenho recebido por e-mail. Ah, só lembrando que o espaço aqui é destinado para dúvidas gerais de produtos, críticas e sugestões dos produtos Vitreo. Para as demais perguntas, criamos uma Central de Atendimento onde é possível encontrar os diversos caminhos para tirar dúvidas ou resolver problemas: clique aqui.

Boa noite Jojo!

Antes de tudo gostaria de parabenizar a Vitreo através de vc especialmente pelo trabalho realizado e as amplas possibilidades “disruptivas” de investimento que vcs tem oferecido ao mercado e ao seu cliente Vitreo propriamente. Estou com vcs desde o início da portabilidade do FOF Melhores Fundos e Superprev. […] Trouxe minha esposa e dois filhos para a Vitreo, também graças à confiança e transparência de vcs.

Minha dúvida é sobre o novo produto “Best Ideas”, li tudo sobre o produto e não vi em que fundos ou produtos os recursos são aportados. […] Outra questão é sobre a taxa de performance (10% sobre o que exceder o CDI). Nesta época em que as taxas de fundos estão sendo tão questionadas, acho essa barreira (CDI) mto fácil de ser ultrapassada. Deixo esse questionamento e reflexão para que vcs possam analisar e quem sabe não surpreender os seus clientes com um benchmark mais desafiador de ser batido não só no “Best Ideas” mas em todos os produtos que tenham a mesma referência.

Obrigado e um grande abraço!

Obrigado pelo feedback! Esse tipo de mensagem nos empurra e motiva para seguirmos o trabalho que estamos fazendo aqui.

O FoF Best Ideas, o novo fundo de fundo que lançamos na semana passada, reflete as minhas convicções e as do Kiki de investimento em gestores multimercados e renda variável long biased. Nossa ideia é ter uma carteira concentrada e aproveitar as oportunidades de investimento em fundos de gestores nos quais confiamos.

Temos uma carteira pensada inicialmente que será montada com o crescimento do fundo. Se você investe nele, você verá a carteira diariamente na área logada. Na semana passada aproveitamos para comprar o Occam Retorno Absoluto antes do fechamento. Agora estamos aproveitando a janela do Kinea Atlas II. Aos poucos vamos montar o resto da carteira.

Com relação a taxa de performance, entendo seu ponto. Mas acho que essa ainda é a taxa de referência do mercado. E ela não é necessariamente fácil de bater só porque a Selic está mais baixa. Quando cai a Selic, todas as taxas e referencias da economia tendem a baixar, inclusive os retornos potenciais dos investimentos de uma forma geral. Ainda assim, estamos sempre buscando aprimorar nossos produtos e nossos fundos são muito competitivos também em relação ao seu custo.

Recados do Hara

Fábio Hara é o nosso head de desenvolvimento de sistemas. Toda semana ele manda um e-mail para a empresa toda contando das novas funcionalidades que “subiram” para o app e para o site.

Até o final dessa semana vamos subir novas funcionalidades.

As principais estão relacionadas a carteira administrada.

Primeiro é a possibilidade que você tem de escolher se quer reinvestir ou não os rendimentos recebidos nas carteiras administradas. Até agora, você só tinha essa escolha na hora da contratação. Com essa mudança você vai poder fazer essa escolha ao longo da vida do seu investimento.

Mais à frente vamos trazer uma nova funcionalidade relacionada a isso, que é a possibilidade de programar resgates da sua carteira administrada para receber a renda gerada em um pagamento concentrado.

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Além disso, você vai poder visualizar o rendimento e a relação dos rendimentos recebidos na carteira administrada.

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E, finalmente, vai poder visualizar detalhadamente as movimentações dentro da carteira administrada, um verdadeiro extrato da carteira.

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Além da carteira administrada, temos melhorias também no extrato de fundos. Agora você pode escolher a data em que quer consultar a posição. Para quem gosta ou precisa pegar aquela posição de final de mês, está super acessível.

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As últimas duas novidades são simples, mas são o primeiro passo de uma longa lista visando facilitar a sua visualização de informações sobre os fundos.

Trouxemos a informação sobre cashback para o centro da tela com informações de cada produto. Você já tinha acesso a isso na ficha técnica do produto, agora está ainda mais fácil.

Além disso, alteramos a ordenação dos fundos na tela. Enquanto os filtros estão sendo construídos (e vai ficar muito legal), pedi para a turma de desenvolvimento ordenar os fundos da seguinte maneira: primeiro você verá os fundos da Vitreo, depois os fundos de gestores parceiros, sempre em ordem alfabética.

Um abraço,

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