Diário de Bordo
Nada como um dia após o outro (ou uma semana após a outra)
Se, no Diário de Bordo da semana passada, eu te contei sobretudo que aconteceu e balançou o mercado financeiro aqui e no mundo durante o mês de março, esta semana estamos experimentando um certo refresco.
A combinação da divulgação do número de inflação aqui no Brasil dos últimos 12 meses (4,65%) abaixo do teto da meta (4,75%) com uma alta do preço das commodities lá fora (por conta da reabertura da China) impulsionou a bolsa local (Ibovespa subindo 4,9% nesse mês até ontem).
Além disso, números mais brandos de inflação nos EUA — e consequente queda na expectativa de juros por lá– enfraqueceram o Dólar americano frente às demais moedas do mundo. Nosso Real pegou o embalo nesses dois movimentos e se apreciou, furando a barreira dos R$ 5 (agora cotado a R$ 4,90, com mais de 3% de alta no mês, quase 8% no ano!).
Há quem diga que a queda do técnico do Flamengo após a derrota para o Fluminense no último domingo também ajudou para a melhora do humor do mercado, mas acho que é um exagero… rsrs.
Esse movimento ainda é muito pequeno. O Ibovespa está negativo no ano. Mas já serve de alento. O mercado precifica queda de juros a partir do mês de agosto enquanto aguarda mais detalhes sobre como o governo vai conseguir atender as metas do novo arcabouço fiscal e como o congresso vai se comportar quando começarem as votações mais relevantes, inclusive da reforma tributária.
Impressionante notar como um pequeno movimento já serve para animar investidores e participantes do mercado de uma forma geral. Pude perceber isso nessa semana durante os dois dias de evento do BTG para assessores de investimentos e clientes, BTG Summit e BTG Together.
Os eventos ocorreram durante toda a terça e quarta, no Pavilhão de Cultura Brasileira – PACUBRA – situado no meio do parque do Ibirapuera. Confesso que foi uma experiência interessante andar pelo parque de terno e esbarrando com diversos assessores, gestores e clientes em traje social. Sorte que o tempo ajudou.
O BTG Summit, voltado para os assessores de investimentos vinculados ao BTG, contou com a participação de quase 2 mil pessoas e foi aberto pelo CEO do banco, Roberto Sallouti. Ele respondeu diversas perguntas dos parceiros e abortou temas como performance, partnership, investimento e sua trajetória do banco. É sempre inspirador e motivacional ouvir histórias de sucesso.
Depois dele, seguiram diversos palestrantes, além dos painéis e stands com as principais gestoras do mercado. Mais à frente falo sobre a perspectivas de dois grandes gestores multimercados sobre os mercados de juros, bolsa e exterior.
O palestrante que mais me impressionou foi Tim Dom, triatleta profissional britânico e atual recordista mundial com o tempo de 07:40:14, conquistado em Florianópolis, em 2017. Podia já parar por aqui, o foco e superação para se tornar o melhor em uma prova desafiadora, onde o atleta nada 3,8km, pedala 180km e corre 42km, já é autoexplicativo. O mais incrível é que, logo após o recorde, em 2018, poucos dias antes de competir em Kona (Havai), meca do esporte, Tim se acidentou violentamente após ser atropelado por um caminhão. Como forma de tratamento, ele optou pelo único que poderia curá-lo por completo – mas que também seria o mais doloroso: parafusar no crânio um “halo” de metal que restringiria completamente parte dos seus movimentos durante três longos meses. Depois desse torturante tratamento, Tim Don estipulou uma meta para si mesmo: correr a Maratona de Boston em menos de 3 horas no mesmo ano de 2018 e participar, em outubro, do mundial de Kona nesse mesmo ano. E por incrível que pareça, ele conseguiu cumprir todas! Incrível a superação e a força mental que podemos alcançar quando temos foco e determinação. Inacreditável e inspirador A história dele foi transformada em um curta, vale assistir. Clique aqui.
Ontem, foi o dia do BTG Together, onde os assessores de investimento puderam levar seus clientes para o evento. Tivemos a abertura com um bate-papo entre André Esteves (presidente do conselho de administração e sócio sênior do BTG) e Joao Scandiuzzi (estrategista-chefe do banco), no qual eles debateram sobre temas macroeconômicos de forma leve e simples. Uma aula, como de costume.
Deste dia, destaco duas grandes palestras. Uma de cunho motivacional, a do filósofo e professor Clóvis de Barros, e outra de mercado, com dois baitas gestores: Carlos Woelz (Kapitalo) e Rodrigo Carvalho (Clave).
O Clóvis por si só é uma atração à parte. O carisma e o talento (único que ele tem, quem já viu entende, rs) de prender a plateia é surpreendente. Aplaudido de pé por todos, discursou por mais de uma hora sobre temas cotidianos como liberdade, prazer, talento, medo e coragem de uma forma peculiar e que te faz refletir (e muito!). Desde citações a grandes filósofos, histórias próprias e analogias perfeitamente criadas, o professor intriga e inspira um turbilhão de pensamentos. Como ele mesmo diz, faz o pensamento pensar. Se você nunca teve o prazer de ouvir o Clóvis, busque algum vídeo na internet, você vai se surpreender. Impagável.
Mudando o assunto para mercado, tivemos no evento a participação do Carlos Woelz e Rodrigo Carvalho, gestores de renomados fundos multimercados. Em um bate papo bem informal conduzido pelo Zé Lucio (Sócio e Head de Produtos do BTG), ambos trataram de assuntos quentes de mercado e não tiveram papas na língua para dar suas opiniões sobre os temas. Vou separar em tópicos para facilitar a leitura:
- Juros EUA: Concordam que a economia americana vem dando sinais de desaceleração e isso de alguma forma dá a possibilidade do FED manter as taxas de juros e no médio prazo realizar cortes. Para aproveitar esse movimento, tanto Clave quanto Kapitalo apostam em posições de inclinação de curva de juros. Quando os Banco Centrais aproximam do fim do ciclo de corte, as curvas tendem a inflexionar positivamente.
- Bolsa Brasil: Ambos possuem uma visão de que o arcabouço trouxe um leve otimismo ao mercado, dado que qualquer tipo de plano de redução de gastos é bem-vindo e, se não houver nenhuma reviravolta no meio do caminho, há uma chance boa do mercado se aquecer pois o preço hoje é bem atrativo. No entanto, os dois têm dificuldade de se animarem. O que tira o sono é combinar um fiscal, que não é suficiente para inverter a trajetória da dívida, com heterodoxia monetária.
- Juros Brasil: Mercados já precificam corte de aproximadamente 300bps na ponta curta da curva. Concordam que qualquer tipo de mudança de meta de inflação agora é prejudicial, mas possuem quase certeza que será alterada, em junho, para 4%. Não é correto alterar a meta para dar a possibilidade do BC cortar juros. Isso gera insegurança no mercado.
Principais posições hoje:
- Clave tem posições em inclinação de curva nos EUA e venda de dólar contra as principais moedas. Taticamente vendido no S&P. Errou muito o cenário do Lula 3.0, acreditando em um Lula mais pragmático, e ficou negativo em Brasil até mês passado. Com a evolução da discussão fiscal, voltaram a comprar Brasil. Preferem ficar em Bolsa em vez de real.
- Kapitalo está mais leve em Brasil. Tem uma visão mais nebulosa, principalmente por conta dessa desaceleração global, que deve superar o estímulo chinês e deve afetar emergentes. Principal hedge é México. Está bem long em empresas de commodities, que devem sofrer pela desaceleração, mas com preço “bizonho” (exemplos de Suzano, Vale e Junior Oils). Quem tem estômago de aguentar esse nível de risco, deve ter em carteira. Bem aplicado em Inglaterra contra Europa. Posições de curvatura bastante significativas.
Em resumo, foram dois dias de muito papo, encontro com grandes amigos e parceiros de mercado onde conseguimos, de forma muito leve, abordar nossas expectativas e projeções para os próximos anos.
Como disse anteriormente, pude perceber um aumento do otimismo tanto de assessores quanto de gestores com a Bolsa brasileira. Lógico, todos ainda preocupados com a desaceleração global e como isso pode afetar os emergentes, mas com esperança de que se as principais reformas e, principalmente o Arcabouço Fiscal, for capaz de ser adotado, o país tem chance de entregar um resultado diferente do que vimos ano passado.
Shapella Fork (ou Shangai Fork)
O preço do Bitcoin subiu nesta semana devido à desaceleração da inflação dos EUA, o que sugere que o Federal Reserve possa ser menos rígido em sua política monetária. Além disso, a expectativa em torno da atualização do Ethereum, conhecida como ” Shapella Fork”, também contribuiu para a alta do Bitcoin.
Desde o lançamento da Ethereum em 2015, tem sido evidente que a blockchain precisaria passar por diversas atualizações para melhorar cada vez mais a tecnologia da rede. Nesta quarta-feira, por volta das 19h30 no horário de Brasília, foi concluída mais uma atualização da rede Ethereum, conhecida como “Shapella Fork”. Essa atualização tem como objetivo implementar um sistema de retirada de Ether (ETH) em “staking” da Beacon Chain, que é uma camada de consenso na qual ocorrem as validações da Ethereum.
O “staking” é um processo no qual os usuários emprestam seus tokens à blockchain para ajudar na validação e verificação de transações na rede. Em troca, os usuários recebem um rendimento como pagamento pelos serviços prestados. Entretanto, aqueles que fizeram “staking” de seus tokens na Beacon Chain tiveram que deixá-los travados até a conclusão da atualização “Shangai Fork”.
Felizmente, a atualização foi um sucesso e o token da Ethereum disparou 6% nesta quinta-feira.
Por mais que seja uma alta considerável, na minha opinião, esse pode ser só o começo de um grande movimento que pode se confirmar, ainda mais no longo prazo.
Temos dois fundos aqui na Empiricus Investimentos ideais para o momento: o Coin Cripto (para investidores gerais) e o Criptomoedas (para investidores qualificados).
Somente neste ano, o Coin Cripto já valorizou 44,09%. Ainda dá tempo de se posicionar. Na minha opinião, você deveria dar uma olhada nessa indicação que estou fazendo agora. Por meio desses veículos você poderá investir em criptomoedas de maneira segura até para quem não tem experiência alguma.
Sem que precise abrir conta em Wallets, sem cair em pegadinhas de “fique rico rápido”, sem correr riscos desnecessários.
Eu não estou dizendo para você colocar todo o seu dinheiro aqui, pelo contrário. Estou falando para fazer um pequeno aporte, com pouco dinheiro, que não vai te fazer falta no futuro.
Se você já tem criptomoedas, esse é o momento de conferir sua alocação e verificar a possibilidade de novos aportes. Se você ainda não tem, está no momento ideal para investir e buscar capturar uma alta potencial.
Para investir no Coin Cripto (investidores gerais) clique aqui.
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[Para traders] Você precisa participar disto
95,33% em janeiro, 247,17% em fevereiro e 62,33% em março: esses foram os resultados das indicações realizadas na Sala de Trading do Filipe Fradinho, analista técnico da Empiricus Investimentos.
Quem seguiu as recomendações ganhou.
Os traders que começaram com R$ 1.200 lucraram R$ 2.966 no mês.
E quem começou com R$ 5.000 lucrou R$ 12.358.
Para desfrutar de resultados semelhantes, convidamos você para participar da Sala de Trading do Filipe Fradinho que acontece todos os dias entre 8h45 e 12h. Ao se juntar, você terá acesso a análises técnicas detalhadas, informações de mercado em tempo real e indicações de negociações baseadas na minha estratégia bem-sucedida.
Entre agora mesmo e se inscreva no canal. Ative também as notificações para saber exatamente o horário em que o Fradinho estará ao vivo. Ao acompanhar, você descobrirá como também pode obter resultados incríveis. É só clicar no botão abaixo:
Caso você tenha alguma dúvida ou sugestão, basta enviar para a gente pelo
atendimento@empiricusinvestimentos.com.br.
Até a próxima semana!
Um abraço,
Jojo Wachsmann
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