Diário de Bordo
Apenas alguns “milhares de dias” para o nascimento de uma nova era…
O mundo da inteligência artificial trouxe mais novidades nas últimas semanas. Do novo GPT-o1, nova ferramenta da OpenAI capaz de resolver problemas mais complexos, até o “podcast” do Notebook do Google, passando pelo lançamento do iPhone 16 e a sua Siri com a cara renovada, o impulso da inovação voltou a fazer preço no setor de tecnologia.
Em uma nova rodada de captação, o valuation estimado da OpenAI saltou para cerca de US$ 150 bilhões. Nomes de peso como a Apple e Nvidia mostraram vontade em participar do investimento. A concorrência não ficou para trás, e após lançar sua iniciativa voltada para o mundo corporativo, a Anthropic, dona da ferramenta Claude, anunciou que deve levantar recursos por meio de uma nova rodada de captação. Nomes de peso como a Amazon, por exemplo, devem aportar alguns bilhões de dólares em um valuation proposto de cerca de US$ 40 bilhões.
Enquanto isso, Sam Altman e Jonathan Ive, CEO da OpenAI e um dos idealizadores do design dos primeiros iPhones, respectivamente, se juntaram com o objetivo de construir um novo hardware voltado para aplicações de inteligência artificial. Altman, inclusive, em entrevista recente resumiu: “estamos a alguns milhares de dias de encontrar a “superinteligência” por meio da IA”. Para ele, esse momento será transformador para a sociedade. Será o fim do mundo como conhecemos…
As descobertas virão em uma velocidade maior do que conseguimos imaginar. Amanhã, no seu evento anual, a Meta anunciará seu novo chatbot, que dará um gostinho para os fãs do WhatsApp uma forma de utilização das ferramentas de IA com o mínimo de fricção. Aliás, o objetivo de Zuckerberg é claro: conceber um meio de interação entre o mundo virtual e real no qual as pessoas consigam interagir de forma simplificada. Aos seus olhos (ou aos nossos), a IA irá praticamente nos vestir e ampliar o nosso alcance.
Também merece menção os aportes da Microsoft direcionados para a geração de energia nuclear. Na última sexta-feira (20), a gigante fechou um acordo com a Constellation Energy para o fornecimento de energia pelos próximos vinte anos. Para tal, a companhia reativará a unidade Three Mile Island, localizada na Pensilvânia. O uso da energia nuclear destinado para mover os hyperscalers e data centers voltados para os processos de inteligência artificial revigorará o setor e dará um impulso extra para a economia americana nos próximos anos.
Como tenho pontuado, estamos diante de um novo salto tecnológico sem precedentes. A forma de lidar com os dados, as informações e os costumes, se alterarão sobremaneira nos próximos anos. A inserção das ferramentas de inteligência artificial nas pesquisas científicas, análises, construção e simulação, ampliarão a gama de produtos e serviços que serão oferecidos à sociedade. Os próximos milhares de dias prometem ser intensos. Vamos em frente!
O comportamento dos mercados em setembro
O FOMC finalmente deu seu veredito. O corte de 50 pontos base na taxa de juros básica da economia americana abriu as portas para o processo de afrouxamento monetário. Sem querer entrar no mérito se houve ousadia na decisão, a sensação que ficou é que Powell havia ficado atrás da curva ao não promulgar o primeiro corte na reunião de julho e, agora, correu para zerar a pedra. O processo desinflacionário seguiu o seu curso, enquanto o mercado de trabalho dá os seus primeiros sinais de fraqueza.
O impulso no mercado acionário foi imediato. As bolsas americanas voltaram a tocar suas máximas. No fechamento de ontem (23), o índice S&P 500 atingiu os 5.718 pontos e avança 1,35% no mês de setembro. O Nasdaq ainda está alguns pontos percentuais atrás das suas máximas do dia 10 de julho, mas engatilhou uma sequência positiva e sobe 1,42% no período. O Dow Jones é uma grata surpresa e agora no ano avança 11,77%.
A retomada da confiança reforçou o bull market e a expectativa de que a reta final do ano deve trazer retornos interessantes para o bolso dos investidores. Apesar do medo de uma recessão americana ganhar adeptos “dia sim, dia sim”, a leitura dos bolsões de liquidez deve ganhar tração a partir do mês de outubro. Independentemente da questão das eleições, os meses que antecedem o final de ano têm como característica a realização de leilões do tesouro americano, que por sua vez, devem liberar recursos para o sistema bancário. O afluxo de recursos extras tendem a animar o mercado e provocar o rali de natal.
Por aqui, a situação macroeconômica ainda guarda atenção. A falta de freios do impulso gastador do governo brasileiro provocou a revisão das expectativas ante o caminho da inflação local para 2025 e provocou a disparada da curva de juros. Além da Selic, cujo aumento em 25 pontos base foi ratificado na última reunião do Copom, toda a extensão da estrutura a termo da curva apresentou forte elevação. Os mais pessimistas já estimam taxas terminais da Selic acima dos 12,5% ao ano. Além de pernicioso, tal movimento pode colocar uma parte do mundo corporativo em estado de alerta, dada a necessidade de financiamento futuro. O efeito no Ibovespa e no índice de Small Caps foi imediato. Até o fechamento de ontem (23), ambos apresentavam perdas superiores a 4% no mês.
A ponta de esperança, entretanto, ressurgiu com o pacote de estímulo chinês, divulgado na madrugada de hoje (24). O PBoC, Banco Central Chinês decidiu abrir a torneira da política monetária e colocou recursos no setor bancário e imobiliário, além de abaixar os juros básicos. O envolvimento para suportar os preços de ações nas bolsas do país foi lido com algum ceticismo (representou apenas 0,7% do seu valor de mercado), mas foi suficiente para provocar um belo short squeeze, especialmente nas ações ligadas ao mundo das commodities. Muito provavelmente, o efeito nos mercados chineses terá vida curta, dado que a economia do país segue desacelerando e, historicamente, as medidas de suporte econômico não deram os frutos esperados. Os próximos dias serão cruciais para que o Ibovespa volte a respirar até o encerramento de setembro.
Já em relação à dinâmica dos fundos da casa, os destaques vieram das estratégias internacionais. Até a sexta-feira (20), no mês, o Empiricus Blockchain FIA avançava 5,17%, puxado pela excelente arrancada das ações da AppLovin, que avançam 39% no período. As ações da companhia têm sido uma das gratas surpresas em nossos mandatos de tecnologia — além do Blockchain, a tese está presente no Empiricus Money Bets. Voltada para o setor de advertising ligado ao mundo dos jogos para celulares, a companhia vem entregando um produto suficientemente robusto para entregar valor para seus clientes e capaz de impulsionar as vendas da categoria. É um caso bastante de nicho, mas que possui um potencial muito elevado, que se beneficia da introdução das ferramentas de IA.
Além deste caso, vale a menção ao excelente desempenho das commodities ligadas à reserva de valor. Nossos fundos de ouro e de prata sobem 48% e 37%, respectivamente, impulsionados pela ótica de diversificação dos investidores. O mesmo caso pode ser dito das criptomoedas, que estão retornando ao rol dos ativos capazes de diversificar portfólios. Neste caso, o destaque continua a ser o bitcoin, que voltou aos US$ 63.700. Para o final do ano, ainda vejo em aberto a possibilidade do preço do bitcoin atingir os US$ 100 mil.
Continuo bastante construtivo com ativos de risco nessa reta final do ano. Especialmente nos mandatos internacionais ligados ao mundo da tecnologia, as notícias que aparecerão no horizonte serão verdadeiramente capazes de mover os ponteiros. As oportunidades estão mais próximas do que imaginamos.
Forte abraço,
João Piccioni
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Apresentamos a seguir a tabela contendo os resultados das principais estratégias da casa, nas janelas mensal, anual, semestral e anual. Caso você deseje conferir algum outro fundo que não esteja presente nesta lista, visite o nosso site: www.empiricusgestao.com.br.
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