Diário de Bordo

A nova era da mobilidade: o que o futuro da Tesla e da Waymo significa para todos nós

João Piccioni

10 out 2024, 9:38 (Atualizado em 10 out 2024, 9:38)

Estamos a um passo de uma nova era da mobilidade. A Tesla e a Waymo (e algumas companhias chinesas) estão prestes a revolucionar a forma pela qual nos movemos pelas nossas ruas e estradas. O que era uma promessa há 10 anos (ou por nossa vida toda), agora passa a ganhar formas e contornos provenientes do mundo da ficção científica. Nos próximos parágrafos deste Diário de Bordo, Pedro Carvalho Pfeilsticker , nosso analista de tecnologia explora com mais detalhes o racional por trás dessa revolução.

“Hoje (10), a Tesla revelará seu aguardado Cybercab, um marco que deverá catalisar uma transformação no mercado de veículos autônomos (AV) e criar novas oportunidades para investidores atentos. Elon Musk, seu CEO, já delineou uma visão audaciosa para o futuro do setor, com o sistema Full Self-Driving (FSD) eventualmente capacitando uma frota de robotáxis que operará sem supervisão humana. Para tal, espera-se o lançamento de um novo modelo de veículo, que deverá ter total autonomia e que operará na rede interconectado da empresa. A Tesla ainda permitirá que donos possam fazer dinheiro com seus carros, colocando-os na plataforma. Isso não apenas ampliará o escopo de atuação da Tesla, como também poderá inaugurar uma nova era no setor de transportes.

Com uma base de milhões de veículos elétricos (EVs) já em circulação e constantemente coletando dados do mundo real, a Tesla está em posição privilegiada para se tornar uma das maiores forças no mercado de mobilidade, especialmente se conseguir atingir a autonomia de Nível 4 e superar as barreiras regulatórias.

Para os investidores, essa visão representa uma oportunidade única. A Tesla não só lidera o desenvolvimento da indústria de veículos elétricos, como também está na vanguarda de sistemas de direção autônoma, ambos setores com potencial exponencial de crescimento nos próximos anos. Além disso, o ecossistema da Tesla, que inclui uma rede crescente de postos de abastecimento (os superchargers) e a abertura dessa infraestrutura para outras montadoras, solidifica sua posição como um dos pilares na futura economia de mobilidade elétrica.

No entanto, a companhia liderada por Musk não está sozinha nessa corrida. A Waymo, subsidiária da Alphabet (dona do Google), já se estabeleceu como líder no segmento. Sua frota de mais de 500 veículos autônomos, operando em mercados-chave como Phoenix, São Francisco e Los Angeles, realiza mais de 50.000 viagens semanais. E com a recente parceria estratégica com o Uber, a Waymo ampliou ainda mais sua presença, permitindo que usuários da Uber em Austin e Atlanta solicitem viagens em seus veículos autônomos. Esse acordo não só expande o alcance da Waymo, como também coloca o Uber no centro da nova era de mobilidade. Para os investidores, tanto a Waymo quanto o Uber apresentam perspectivas de crescimento favoráveis, à medida que a demanda por serviços de mobilidade autônoma cresce globalmente.

Além disso, o cenário de mobilidade elétrica está em plena expansão global, favorecido por uma convergência de fatores econômicos, regulatórios e tecnológicos. Governos ao redor do mundo estão oferecendo subsídios e incentivos fiscais para promover a adoção de veículos elétricos. Nos EUA, o Inflation Reduction Act oferece significativos créditos fiscais para compradores de EVs, enquanto a União Europeia, com o Net Zero Industry Act, visa fortalecer a produção de EVs no continente. Para investidores, essas políticas criam um ambiente propício para empresas que já estão posicionadas nesses mercados, como a Tesla e a BYD.

A BYD, em particular, tem emergido como uma força global no segmento de EVs, expandindo sua operação em mercados estratégicos como o Brasil e consolidando sua presença como líder em ônibus e caminhões elétricos. A diversificação de suas operações e a capacidade de competir em diferentes frentes do mercado de mobilidade tornam a BYD uma aposta sólida para investidores que buscam exposição em mercados emergentes, onde o crescimento acelerado é esperado.

No coração dessa revolução está a inteligência artificial (IA), a tecnologia que alimenta o avanço dos veículos autônomos. A IA é o “cérebro” que permite que esses veículos tomem decisões em tempo real com base em dados de sensores e câmeras. Empresas como a Tesla, que se destacam na utilização de IA no mundo real, estão à frente da concorrência. O vasto banco de dados coletado de sua frota global de EVs permite que a Tesla refine continuamente seus sistemas de direção autônoma, conferindo-lhe uma vantagem significativa. Essa base de dados, aliada à rapidez do desenvolvimento de chips de IA especializados, também posiciona a Tesla de forma única para liderar o mercado de AVs.

O progresso contínuo na IA, especialmente em termos de hardware e software integrados, está acelerando o caminho para a autonomia de Nível 4, onde os veículos poderão operar sem intervenção humana na maioria das situações.

Para os investidores, o segmento de mobilidade autônoma e elétrica oferece uma rara oportunidade de entrar em uma revolução tecnológica que já está remodelando o futuro do transporte urbano e global. A pergunta não é se a mobilidade autônoma e elétrica dominará o futuro, mas quais empresas estarão na linha de frente dessa revolução — quem estiver atento a isso hoje poderá colher grandes recompensas no longo prazo.”

O comportamento dos mercados em outubro

O início de outubro foi bastante vibrante para os mercados globais. O fim do feriado chinês fez com que a corrida para as ações do país se invertesse. Os principais índices das Bolsas chinesas apresentam perdas de 10% nos primeiros nove dias do mês. Por outro lado, o apetite pelas ações americanas aos poucos tem se recuperado: o índice S&P 500 voltou a fazer novas máximas históricas, aos 5.972 pontos e avança 0,51% no mês.

A história envolvendo o estímulo econômico chinês ganhou adeptos. Alguns casas de pesquisa econômica de renome, como por exemplo a Gavekal, denominaram a implementação da política como o “momento Draghi” para o país, em alusão ao discurso de Mario Draghi em 2014, então presidente do Banco Central Europeu, que dizia que faria o necessário para salvar a região dos problemas financeiros à época. De volta ao presente, a reação nos preços das commodities foi imediata, mas como em toda bolha de curto prazo, seu esvaziamento também se deu velozmente.

Por aqui, depois de um início forte de mês, o Ibovespa percorreu o caminho para o campo negativo. A virada das commodities metálicas empurrou as ações da Vale para baixo e gerou dúvidas aos investidores. No pregão de ontem (9), o principal índice da Bolsa brasileira fechou aos 129.962 pontos e, no mês, perde 1,36%.

A inflação em setembro medida pelo IPCA veio em linhas com as expectativas (+0,44%), mas os prognósticos à frente se deterioraram. O efeito veio na curva de juros que agora já aponta para uma taxa Selic terminal mais próxima dos 12,75%. Dia a dia, os investidores vão colocando mais pressão na escolha do governo em elevar gastos e vão sinalizando expectativas mais baixas relacionadas à economia. O câmbio também reagiu negativamente e o dólar voltou a tocar a casa dos R$ 5,60.

Entre nossas estratégias merece atenção a família de fundos voltados para tecnologia, que voltou a despontar nesses primeiros nove dias de outubro. No fechamento do dia 8, nossos três fundos (Tech Select, Money Bets e Tech Chain) estavam firmes no campo positivo. O destaque até aqui ficou com o rebatizado Empiricus Tech Chain FIF Ações (antigo Empiricus Blockchain FIA), cujo retorno até aqui superou a marca dos 6%. Os destaques da carteira vieram das ações da Nvidia e AppLovin, que apresentaram desempenhos acima dos 9% dentro deste mês de outubro.

Olhando à frente, continuamos construtivos com o cenário internacional, em especial com as ações americanas. A temporada de resultados que se iniciou na terça-feira (8), com o balanço da PepsiCo, deve ganhar tração com os números dos bancos e, posteriormente, com o voo das Big Techs. Não me parece que o investidor dará muita atenção para os dados econômicos que virão à frente — hoje temos a inflação (CPI) do mês de setembro —, especialmente se eles não trouxerem muitas novidades. Apesar dos possíveis solavancos (temos uma eleição pela frente), o caminho parece livre para a continuidade do bull market. Os 6 mil pontos do índice S&P 500 para o final de 2024 previstos por nós no início do ano parecem cada vez mais cristalinos. A hora (ainda) é de aproveitar.

Forte abraço,

João Piccioni

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