Diário de Bordo

A visão além do alcance (o porquê isso é importante para seus investimentos)

João Piccioni

15 out 2024, 19:14 (Atualizado em 15 out 2024, 19:14)

“Se enxerguei mais longe, foi por estar sobre os ombros de gigantes.”

Esta célebre frase de Isaac Newton ressoa fortemente no mundo dos investimentos. Figuras proeminentes como Warren Buffett, Bill Gurley, Michael Burry e David Einhorn compartilham uma característica crucial: a capacidade de enxergar além do horizonte imediato, identificando oportunidades que escapam ao olhar comum.

Essa habilidade de “visão além do alcance” não é um dom místico, mas o resultado de uma busca incessante pelo conhecimento e pela compreensão profunda dos mercados e das tendências emergentes. Warren Buffett, por exemplo, não se limita a analisar balanços financeiros; ele busca entender as forças fundamentais que moldam indústrias inteiras. Bill Gurley, por sua vez, tem sido um visionário no mundo do venture capital, identificando tendências disruptivas muito antes de se tornarem mainstream.

É um equívoco pensar que as melhores ideias de investimento sempre vêm de fontes convencionais ou do mainstream financeiro. Michael Burry, famoso por prever a crise imobiliária de 2008, construiu sua tese investigando minuciosamente dados que estavam disponíveis a todos, mas que poucos se deram ao trabalho de analisar criticamente. David Einhorn, com sua abordagem de value investing não convencional, frequentemente encontra oportunidades em lugares que a maioria dos investidores ignora.

O avanço da tecnologia democratizou o acesso à informação e às ferramentas de análise. Hoje, um investidor diligente em qualquer parte do mundo pode construir teses de investimento sofisticadas, rivalizando com as de grandes instituições financeiras. A chave está em cultivar uma mentalidade curiosa e crítica, sempre questionando o status quo e buscando perspectivas alternativas.

Investir na fronteira do conhecimento não significa necessariamente apostar em tecnologias futuristas ou setores de ponta. Muitas vezes, significa olhar para indústrias tradicionais com uma nova perspectiva, identificando transformações sutis que podem ter impactos profundos no longo prazo. É sobre conectar pontos que outros ainda não perceberam e ter a coragem de agir com base nessas percepções.

Para o investidor comum, a lição é clara: não se limite às análises e recomendações convencionais. Busque ativamente expandir seus horizontes, explore fontes diversas de informação e, acima de tudo, cultive a habilidade de pensar de forma independente e crítica. A verdadeira vantagem competitiva no mundo dos investimentos não está no acesso à informação, mas na capacidade de interpretá-la de maneiras únicas e perspicazes.

Em um mundo em constante mudança, a capacidade de enxergar além do óbvio não é apenas uma vantagem – é uma necessidade. Ao nos apoiarmos nos ombros dos gigantes e, ao mesmo tempo, ousarmos olhar em direções inexploradas, abrimos caminho para oportunidades de investimento verdadeiramente transformadoras. A visão além do alcance não é um luxo, mas uma ferramenta essencial para navegar com sucesso nos mercados financeiros do século XXI.

O comportamento dos mercados em outubro

Passados os primeiros quinze dias do mês de outubro, o desempenho dos mercados financeiros globais se torna um reflexo claro do apetite pelo risco. Os principais índices da Bolsa americana — S&P 500 e Dow Jones — fizeram novas máximas, embalados pela reconstrução da história envolvendo a Inteligência Artificial (os investimentos no setor continuam crescendo) e, também, pelo início da temporada de divulgação dos resultados corporativos. No mês, ambos índices avançavam 1,2% em dólares.

Os primeiros resultados divulgados pelos grandes bancos americanos surpreenderam e transmitiram a sensação de que talvez, a economia do país não esteja patinando. O JP Morgan Chase, em especial, divulgou um lucro trimestral na casa dos US$ 23,4 bilhões (contra uma expectativa de R$ 22,7 bilhões) e sinalizou a manutenção do volume de crédito na casa do US$ 1,3 trilhão. Entretanto, foi o segmento de investment banking que chamou a atenção: saltou 29% na comparação anual e começou a dar os sinais que um verdadeiro bull market gosta. Os demais grandes bancos americanos também mostraram números mais fortes. O Bank of America, por exemplo, foi outro que mostrou crescimento nas linhas de negócio ligadas aos investimentos.

A resiliência do mundo corporativo americano será posto à prova nas próximas semanas. Não são esperadas grandes surpresas para as companhias ligadas diretamente ao mundo da tecnologia, entretanto, não podemos descartar reações exageradas aos números, dado os níveis menos contidos da volatilidade e os preços mais elevados para se montar proteções. A verdade é que além dos resultados, os investidores estão lidando com as mudanças de humor associadas à eleição, que apesar de terem ficado de lado até aqui, tradicionalmente, trazem algum desconforto ao comportamento dos ativos de risco, principalmente nos dias que antecedem o pleito (estamos a menos de um mês para o dia da votação).

Por aqui, a volatilidade dos mercados de risco caminha junto com as tentativas do governo brasileiro em aparar as arestas dos gastos fiscais já contratados para 2025. A dificuldade em conter os números e ainda encaixar as promessas de campanha tem gerado um sentimento de frustração no investidor brasileiro. O dólar, principal vetor de “alívio” para os problemas fiscais, especialmente depois que a estrutura a termo da curva de juros brasileira passou a precificar a taxa terminal da Selic em algo ao redor dos 13%, voltou a subir com alguma força e fincou suas garras nos R$ 5,66. A Bolsa brasileira, por sua vez, não veio para baixo dos 130 mil pontos e cai apenas 0,8% no mês.

Dentre as estratégias abertas para a captação, o destaque vai para o Empiricus Tech Chain FIF Ações, cujo desempenho no mês atinge a marca dos 9,09% (até dia 11). Nos últimos 12 meses, o fundo entrega mais de 56% de valorização aos seus cotistas. Merece menção também os demais fundos da família de tecnologia, Empiricus Tech Select e Money Bets, com desempenhos de 6,44% e 7,45% no período e 55% e 69,05% em 12 meses.

Entre os fundos internacionais, vale destacar também o Empiricus Money Rider HF FIM IE, nossa estratégia global que adquire diversas classes de ativos de forma direta. O fundo, cujo apreço pessoal é gigantesco por levar o nome da ex-série internacional da Empiricus Research que ficava sob minha tutela, avança 4% no mês e 31,44% nos últimos 12 meses. Com uma composição formada por ações, commodities, bitcoin, ouro, ETFs setoriais e Bonds, o fundo entrega uma diversificação na medida para aqueles que entendem que dolarizar é uma alternativa fundamental para proteger e alavancar o seu patrimônio.

Outra estratégia que tenho insistido muito está ligado ao mundo da Previdência Privada. Nessa seara, o destaque tem sido o Empiricus Global Real Return Prev FIM, cujo desempenho tem sido bastante poderoso. No mês, o fundo avança 1,27% e, nos últimos doze meses, 20,25%. A alocação eficiente no ETF WRLD11 e nos títulos Tesouro Inflação IPCA longos é uma alternativa mais do que inteligente para a poupança de longo prazo (aliás, aproveitando o Dia das Crianças que ficou para trás, já pensou em fundos de previdência para os seus filhos?)

Em resumo, continuo obstinado em dizer que muito provavelmente teremos um final de ano bastante eufórico nos mercados financeiros globais. Lá fora, os temas que virão para frente se tornarão oportunos para uma alocação ainda maior em ações. Por aqui, acredito que o Ibovespa tem chances de não ficar de fora dessa arrancada. Vamos em frente.

Forte abraço,

João Piccioni

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PS2: o bitcoin bateu os US$ 67.000…

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Apresentamos a seguir a tabela contendo os resultados das principais estratégias da casa, nas janelas mensal, anual, semestral e anual. Caso você deseje conferir algum outro fundo que não esteja presente nesta lista, visite o nosso site: www.empiricusgestao.com.br.

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