Diário de Bordo
Bull Market, a gigante de Cupertino e o que o investidor local não deveria fazer…
Caminhamos velozmente em direção ao final do primeiro semestre de 2024. Para os investidores globais dispostos a tomar risco, essa primeira metade do ano foi compensadora. Até o fechamento de hoje (12), o índice S&P 500 apresentava valorização superior aos 13%, ratificando o sentimento positivo associado às ações. Os vetores positivos de crescimento dos lucros e a liquidez existente no sistema financeiro foram responsáveis por levar as Bolsas internacionais às máximas, mesmo diante de um ambiente composto por taxas de juros mais elevadas.
A verdade por trás disso é que parte dos movimentos de euforia guarda (ou deveria guardar) alguma desconexão da política monetária. Juros mais elevados em economias pujantes, capazes de se reciclar, trazem de volta alguma racionalidade e promovem positivamente os negócios mais bem estruturados, cujas vantagens competitivas sejam evidentes. Por outro lado, juros mais baixos só trazem euforia para quem “brinca” com o dinheiro.
Aqui no Brasil, sentimos essa dinâmica na pele naqueles primeiros seis meses de 2021. Foram meses nos quais a percepção de risco ficou bem aquém da realidade. Abriram capital na Bolsa brasileira empresas incapazes de sustentar suas operações por um período mais alongado e o hype criado acabou por provocar nos investidores cicatrizes difíceis de serem fechadas. Aliás, as ações locais sofrem até hoje com a falta de determinação dos investidores de longo prazo, que se veem armadilhados pelas ilhas de iliquidez. A falta de apetite pelo risco é um sintoma claro de desesperança e de dificuldade de se identificar oportunidades.
De volta ao cenário internacional, ontem (12) pela manhã foi divulgado o CPI (Consumer Price Index) referente ao mês de maio. Surpreendentemente, a inflação americana deu alguns sinais de arrefecimento e se manteve estável na comparação mensal. No ano, os sinais ainda são desafiadores, especialmente quando se deixa de lado as flutuações dos preços dos combustíveis e alimentação. Entretanto, o movimento foi suficiente para dar alguns graus de liberdade ao discurso de Jerome Powell, presidente do FED, proferido após a decisão de manutenção das taxas de juros.
Em nossos fundos, capturamos os efeitos provenientes dessa combinação explosiva. Favorecida pelos destaques da WWDC, a Apple tomou a frente na corrida pelo IA e impulsionou o Empiricus Tech Select FIA BDR Nível I no mês. Antes da virada de junho, havíamos elevado a participação nas ações, justamente diante das expectativas positivas envolvendo o anúncio das novas ferramentas e a conexão com a OpenAI. E por mais uma vez, não houve decepção: as ações já sobem 11,5% no mês. A resposta do Tech Select foi bastante positiva e ele já sobe 10,78% no mês e mais de 27% no ano.
O ânimo também percorreu o Empiricus Moneybets FIA BDR Nível I, que avança 6,7% no mês e mais de 35% no ano. O Empiricus Money Rider Hedge Fund FIM IE (que ainda é encontrado na internet pelo nome de Vitreo Money Rider Hedge Fund FIM IE), cujo objetivo é gerar prêmio sobe o dólar, sobe 4,28% no mês e 15,89% nesses primeiros meses do ano (e 19% no últimos 12 meses).
A consolidação do bull market lá fora tem sido bem capturada pelo mundo da tecnologia. A migração em direção às ações poderá ganhar ainda outros impulsos, consubstanciada pela estimativa de ampliação da liquidez nos EUA, promovida pela política fiscal de Janet Yellen, secretária do tesouro americana, e, também, pela redução do aperto monetário provocado pelo Quantitative Tightening do Federal Reserve a partir de julho. Ambos vetores podem provocar bons estímulos para os investidores continuarem suas apostas para o segundo semestre. Como sempre à conferir.
O comportamento dos mercados em junho e os ajustes nas carteiras
Aqui no Brasil o tecido político-econômico se esgarçou. Chegamos a um ponto no qual as escolhas do governo vão definir qual será o nível de estresse daqui até o final do ano. No que tange o orçamento federal, se elas se voltarem à construção do superávit (ou a sua tentativa) por meio de maior arrecadação sem que haja a contrapartida por meio do corte de gastos, a ebulição dos agentes econômicos começará a incomodar mais fortemente os ativos de risco.
Já vimos o dólar se valorizar frente ao real — saiu dos R$ 5,00 para os R$ 5,40 em algumas semanas —, a curva de juros voltar a sinalizar um aumento da Selic à frente, e os primeiros sinais de fadiga do ministro da Fazendo, Fernando Haddad. O Ibovespa voltou a bater os 120 mil pontos e a fuga de recursos ganhou um pouco mais de corpo.
Entendo que o momento é incômodo. No entanto, são nessas horas que as oportunidades se tornam gigantes. A troca que vem sendo feita entre a Renda Variável e a Renda Fixa por grande parte dos investidores não leva em conta um fator fundamental: o papel-moeda está perdendo o seu valor frente aos ativos que são capazes de multiplicar e criar riquezas.
Enquanto o dólar está pagando 5% ao ano, na última década, as empresas de tecnologia geraram 19% de retornos anuais aos seus investidores — representados pelo índice Nasdaq. Para nós brasileiros, esse retorno veio acoplado à valorização do dólar frente ao real que correspondeu a 9% ao ano nestes mesmos 10 anos. Definitivamente, deixar os recursos parados na renda fixa agora, neste ambiente transformador que estamos vivenciando, não me parece a saída para o futuro. O tempo, novamente, dirá.
Fonte: Koyfin, Empiricus Gestão
Forte abraço,
João Piccioni
Apresentamos a seguir a tabela contendo os resultados das principais estratégias da casa, nas janelas mensal, anual, semestral e anual. Caso você deseje conferir algum outro fundo que não esteja presente nesta lista, visite o nosso site: www.empiricusgestao.com.br.
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