Diário de Bordo
God save the Queen!
Hoje o Reino Unido comemora o Jubileu de Platina pelos 70 anos de reinado da Rainha Elizabeth II. Esse não será o tema do diário de hoje, mas como estive em Londres na semana passada, convidado para visitar alguns gestores de fundos, achei que cabia a homenagem.
Esse tipo de viagem, com dias cheios de reuniões com diferentes gestores, fez parte da minha vida profissional ao longo das últimas duas décadas. Viajava 4 a 6 vezes ao ano, via de regra para Londres e Nova Iorque, como parte do trabalho de garimpar e acompanhar o trabalho dos gestores aos quais confiava parte do dinheiro dos meus clientes ao escolhê-los para compor as carteiras dos FoFs (fundos de fundos) que geria.
Minha última viagem com esse propósito ocorreu há 4 anos, em meados de 2018, quando ainda estava na GPS, passando o bastão antes de sair dessa empresa para iniciar o projeto da Vitreo.
Além das ideias e informações trocadas durante as reuniões sobre cenário econômico e posições dos fundos, as viagens servem também para conhecer mais da estrutura das empresas, bem como as pessoas em si, além de ser uma oportunidade para “sentir” como está a vida em outros centros urbanos, quais as preocupações e o que está na moda em cada lugar.
Além das ideias e informações trocadas durante as reuniões sobre cenário econômico e posições dos fundos, as viagens servem também para conhecer mais da estrutura das empresas, bem como as pessoas em si, além de ser uma oportunidade para “sentir” como está a vida em outros centros urbanos, quais as preocupações e o que está na moda em cada lugar.
Essa viagem teve tudo isso. Voltar a interagir com gestores depois do “blip” da pandemia (é assim que nos referimos, em casa, ao período de restrição da pandemia, uma alusão ao desastre causado por Thanos no universo cinematográfico da Marvel) foi muito interessante.
Falamos do cenário atual, de guerra, de inflação alta e persistente e da nova política monetária altista dos bancos centrais. Eis aqui um resumo das principais ideias:
- Inflação, taxa de juros alta e recessão. Todas as conversas passam por esse trio. Parece haver um consenso de que atingimos o pico da inflação e que, a partir de agora, ela será estruturalmente mais alta e pontualmente persistente. Bancos Centrais dos países desenvolvidos parecem ainda estar “tateando” como ajustar o ritmo da subida da taxa de juros para conter os impactos nas economias. Passado esse ajuste a dinâmica muda, com política fiscal voltando a assumir um protagonismo. Recessão não é consenso. Muitos entendem que os ciclos econômicos serão mais rápidos e oscilarão mais.
- Desglobalização. O impacto da pandemia nas cadeias produtivas serviu para acelerar um processo que já estava em andamento. Empresas estão recriando cadeias de fornecimento menos globalizadas e isso abre espaço para investimento em infraestrutura. Mas com eventual impacto nos mercados de trabalho e inflação.
- Sustentabilidade. As letrinhas ESG letrinhas ESG estão presentes em literalmente todos os discursos. Depois de uma primeira onda “para inglês ver”, a sensação agora é que as instituições perceberam que a abordagem é mais complexa e exigirá mais envolvimento com as empresas capazes de induzir a mudança na economia e nos meios produtivos.
- China e a política do COVID zero é a grande surpresa e decepção. Todo mundo tentando entender a postura do governo chinês, mesmo sabendo que o preço a pagar será muito caro.
- Europa. É muito curioso ver a diferença entre as posições. Apesar dos impactos significativos da guerra (principalmente no preço de energia e commodities), não há consenso se a Europa sai deste conflito mais unida e forte ou se destruída. Em meio a isso, alguns analistas normalmente mais negativos com Europa, acham que o novo ciclo (política fiscal mais relevante, gastos com defesa e juros mais altos) pode ser bom para o continente.
O fato é que o cenário está volátil e difícil de prever e essas incertezas podem se transformar em oportunidades no mundo de investimentos. Um dos macroeconomistas com quem conversei definiu: “Este é o cenário mais complexo em que já trabalhei em meus 30 anos de carreira”.
Um outro fez uma analogia interessante com um carro dando um “cavalo de pau”. No carro você acelera com toda a força e, em um movimento sincronizado, gira o volante 180º e, ao mesmo tempo, aperta o freio com a pressão perfeita para não capotar o veículo.
Trazendo para o mundo real, no acelerador, tivemos os bancos centrais injetando liquidez nas economias em proporções nunca vistas. Agora é hora de frear e mudar a direção, subindo taxas de juros, reduzindo a liquidez com a venda de ativos, controlando a inflação e trazendo as economias para a realidade de uma política monetária em patamares sustentáveis.
Ao errar estes movimentos, economias inteiras podem capotar e daí a tensão e a incerteza de que tanto temos ouvido. Mas lembremos que economias são cíclicas e que na baixa é o momento de nos posicionarmos para “pegar a volta”.
Enfim, foi muito bom reviver isso tudo. Ainda tive a rara oportunidade de conhecer profissionais de outras empresas, que estavam lá fazendo o mesmo trabalho que eu. Poderia chamá-los de concorrentes, mas prefiro colegas ou, até mais, amigos. Espero não os ter aborrecido (mais jovens que eu …) com as histórias de “antigamente” que contei sobre o mercado de alocadores e fundos no Brasil.
O convite terminou com a oportunidade de assistir uma das novas promessas do tênis mundial na sexta-feira à noite, em Roland Garros. Confesso que não dá para reclamar!
De volta ao Brasil, o mês de maio fechou com Ibovespa subindo 3,22% enquanto a queda do Small Cap (-1,82%) mostra a verdadeira realidade da Bolsa brasileira sem o peso das commodities e bancos. O S&P em Dólares ficou no zero a zero. O Real voltou a se valorizar frente à moeda americana, subindo 3,87% (fechou cotado a 4,73).
Enquanto isso, o CDI já paga mais de 1% ao mês, aumentando a atração magnética da Renda Fixa sobre os investidores.
Ontem na live mensal do Carteira Universa falamos bastante sobre isso tudo. Se você não viu, vale a pena ver. Também falei sobre cenário em um podcast MoneyPlay. Se você tiver paciência, acho que resume bem o cenário que estamos enfrentando.
Novidades da Prateleira de Fundos
Conforme avisado na última semana, os recomendados pela Empiricus, Kapitalo Kappa D e Kapitalo Zeta, reabriram na última quarta-feira.
Já de “novidades”, chegou à nossa prateleira o multimercado Arg Hike, que investe nas diversas classes a partir da forte análise microeconômica. O fundo possui tanto diversificação de geografias como estratégias.
Pergunte ao Jojo
Pergunta 1
Correto!
Pense assim: o fundo é apenas um “pacote” com diversas criptomoedas. O preço (cota) do pacote (fundo) caiu junto com o preço das criptomoedas. Portanto você conseguirá comprar mais dele do que conseguiria há 60 dias atrás.
Pergunta 2
Olá,
O fundo foi criado no final de março de 2021. Infelizmente desde então os ativos DeFi têm caído, junto com o Bitcoin, mas em uma intensidade bem maior. O fundo Cripto DeFi perde 81,7% desde seu início (até a cota de 31/5).
Renda Variável
Dessa vez, quem traz o recado sobre as novidades de RV é o Nilson, nosso analista quant.
“Aqui é o Nilson, analista quantitativo de ações da Vitreo.
Esta mensagem é para dizer que minha carteira mensal quantitativa está disponível no site da Vitreo e você pode acessá-la gratuitamente agora mesmo.
Faço questão que você tenha a chance de conferir as recomendações e se posicionar o quanto antes ainda nesse primeiro dia do mês.
Antes de lhe dar acesso, faço apenas um alerta: por favor, caso você tenha interesse em seguir a carteira, não deixe para a última hora.
A carteira é mensal, mas as boas oportunidades nem sempre mantêm a constância como planejado”.
Para acessar a carteira, basta clicar aqui.
Espero que goste!
Caso você tenha alguma dúvida ou sugestão, basta enviar-nos pelo atendimento@empiricusinvestimentos.com.br.
Até a próxima semana!
Um abraço,
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