Diário de Bordo
Negócio da China
Enquanto escrevo esse diário, a bolsa cai novamente. O sentimento continua ruim.
Agosto foi um mês terrível, onde o Ibovespa caiu mais de 5% após 4 meses consecutivos de alta, surpreendendo grande parte do mercado, que esperava um comportamento melhor após o início da queda dos juros.
As desculpas são variadas, mas a verdade é que o fluxo tem sido negativo. Houve uma diminuição forte do investimento estrangeiro na bolsa. Em agosto tivemos uma saída de quase R$ 3 bi revertendo as entradas de R$ 10 bi e R$ 7 bi em junho e julho respectivamente.
Os multimercados também tiraram o pé após um certo otimismo no começo do mês. Ele já vem sofrendo faz tempo, e estão com falta de apetite para risco. O IHFA (índice de hedge funds da ANBIMA) rende pouco mais da metade do CDI no ano.
A queda específica de hoje também está sendo explicada por razões diversas. A produção industrial veio abaixo do esperado. Os Estados Unidos estão tendo um dia de correção após o feriado, com S&P caindo e taxas das Treasuries subindo.
Mas a principal “desculpa” são os dados econômicos fracos que saíram da China.
Existe uma narrativa que China vai ser a próxima grande potência mundial substituindo os EUA. Não sei se e quando acontecerá, mas acredito que é muito difícil ganhar diretamente dinheiro com isso (e o Yuan não será a nova moeda de reserva mundial).
Diferentemente de grandes investidores como Ray Dalio, do famoso hedge fund Bridgewater, estou preferindo ficar longe de investimentos na China.
Para mim, a decisão é fácil. Como investir em um país cujo capitalismo é direcionado para “o bem comum” por um governo ditatorial? Isto é, o governo pode fazer o que quiser com seu investimento.
A manipulação governamental não está tendo limites. Empresas de ensino já foram declaradas como “sem fins lucrativos” causando uma queda vertiginosa destas empresas na bolsa chinesa. O governo já limitou também a quantidade de horas que crianças podem jogar videogames.
Até o IPO do Ant Group foi cancelado mesmo após finalizado. Não dá para brincar com o governo chinês. O risco é muito alto. Sem falar na pauta “covid zero” que ninguém entendeu, ajudando a colocar a economia em situação difícil e desencadeando a atual crise imobiliária.
O que me lembra de outro problema: a falta de credibilidade dos dados que vêm de lá. Já é bem melhor que há 20 anos atrás, mas continua muito ruim.
Um bom exemplo é o preço dos imóveis. Segundo estatísticas oficiais, os preços das casas na China caíram cerca de 5% do topo em 2021. Insiders dizem que essa queda pode chegar a 20%.
Portanto, como podemos analisar a atual crise se não temos confiança nos dados que temos? Tudo vira conjectura.
Essa crise não é nova. Parece que a memória que é curta. Começou em 2021 com o default da construtora Evergrande e piora agora com a Country Garden entrando em dificuldades. O medo é agora um contágio para o setor financeiro de lá.
Apesar de não querer investir na China, é extremamente importante tentar analisar a sua situação, mesmo com informações dúbias e reações governamentais imprevisíveis.
É inegável o efeito de sua economia pelo mundo, principalmente nos países asiáticos próximos e também em grandes exportadores de commodities, como o Brasil. E alguns dados são bem confiáveis, como o preço do minério de ferro, que no momento continua alto.
Quando falamos de China e seu potencial, o olho cresce com as perspectivas de obter lucro por lá, mas este, em minha visão, não seria compensado pelo risco. Exceto se você estiver na “vibe” do “bem comum”. Muitas aspas na mesma frase. Talvez seja um sinal.
Prefiro exercer minha paciência com o Brasil, apesar de difícil.
O que é está bem melhor que o setor imobiliário chinês é o brasileiro. O IFIX, índice que mede a rentabilidade do setor imobiliário no Brasil, subiu 0,49% em agosto, apesar do mês difícil. Com a queda de juros, o setor pode ser impulsionado, principalmente agora que aparentemente pode passar quase ileso pela reforma tributária.
FII’s em alta?
Você deve ter ouvido muito falar sobre Bull Market nos últimos meses. Mas…
Existe um Bull Market que poucas pessoas estão prestando atenção aqui no Brasil, e ele não é na Bolsa de Valores. É em um outro mercado: o de Fundos Imobiliários.
E podemos mostrar com números.
Somente no último mês, nossa carteira que reúne 5 top fundos para investir, subiu 1,56% contra 0,49% do IFix, seu benchmark.
Desde o início da carteira, em março, sobe 20,06% contra 14,40% do IFix.
No mesmo período, o Ibovespa subiu apenas 10,87%. Ou seja, o rendimento da carteira foi o dobro do Ibovespa.
Essa carteira em questão é elaborada pelo especialista em ativos imobiliários da Empiricus Research, o Caio Araújo. Ele monta, todos os meses, uma lista exclusiva com 5 fundos imobiliários que podem colocar um bom dinheiro no seu bolso.
Clique no botão abaixo para acessar a carteira:
Caso você tenha dúvidas ou sugestões, basta enviar um e-mail para a gente pelo
relacionamento@empiricusinvestimentos.com.br
Até a próxima semana!
Um abraço,
Rodrigo Knudsen
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