Diário de Bordo

Quando o remédio é pior que a doença

George Wachsmann

10 mar 2022, 13:06 (Atualizado em 10 mar 2022, 13:06)

Já são duas semanas desde que o conflito começou e continuamos vendo essa catástrofe humanitária acontecer pelos veículos de comunicação. Nos resta torcer pelo fim do conflito o quanto antes.

A ameaça de um ataque nuclear também segue assustando e continua nos preocupando pelos próximos dias.

No âmbito econômico, as sanções tomadas por diversos países estão dando sinais claros de uma possível estagnação econômica mundial. O petróleo tem sido um dos assuntos mais comentados em meio ao conflito. E, bem… vamos falar sobre isso.

Em 1973, a Guerra do Yom Kipur marcou o que foi chamada de primeira fase da crise do petróleo. A economia mundial era muito dependente do petróleo e derivados. Com a relevância do ativo, foi criada a OPEP, da qual fazem parte todos os países exportadores de petróleo. Em 1990, a organização decidiu restringir a oferta e, claro, com menos oferta disponível, o preço disparou.

A segunda fase foi marcada pela Revolução Iraniana e a Guerra Irã-Iraque, que prejudicou a produção da commodity. O resultado foi pior que da fase anterior: os preços subiram muito mais e só voltaram a cair quando a Arábia Saudita aumentou a produção.

Por último, tivemos a crise de 1991, marcada pela Guerra do Golfo e que causou o maior impacto de todos na economia mundial. O preço subiu tanto que foram necessários longos anos para que se estabilizasse novamente.

As datas e crises têm a ver com o que estamos passando agora, do ponto de vista de consequências. As sanções, que foram tomadas na intenção de contribuir para o encerramento do conflito, até o momento não parecem surtir efeito; e, de quebra, vêm provocando um cenário de inflação mundial.

Nessa semana, Biden proibiu a importação de petróleo da Rússia e fez negociações com Irã e Venezuela. A medida eleva ainda mais os preços no mercado internacional.

Agora vemos a segurança econômica mundial ser colocada em xeque.

Com a subida dos preços do petróleo e a volatilidade do ativo, as preocupações quanto à inflação aumentaram. Se você achou que com o aumento da taxa de juros iria se ver livre dela, está enganado. Aparentemente, estamos longe do fim.

Alguns estudos já demonstraram que petróleo e inflação estão relacionados. É quase que uma relação de causa e efeito. Acompanhe comigo… esse insumo é quase indispensável para o funcionamento da economia. É uma das mais importantes fontes de energia do mundo. As variações no preço do barril podem causar crises econômicas de grandes proporções. Com altos preços da gasolina e diesel, somado ao aumento da inflação, as pessoas gastam menos, o que afeta diretamente o desenvolvimento da atividade econômica.

A inflação esteve lado a lado das grandes altas do petróleo durante as três crises. Por isso, há uma única certeza: a guerra elevará a inflação no mundo. Como será que os Bancos Centrais vão lidar com isso? Talvez não elevem os juros por conta dos choques das commodities, mas a expectativa para a taxa de juros (que visa controlar a inflação) já está aumentando. É importante lembrar que antes da Guerra a inflação já estava sendo um problema.

Bolsonaro já está ligado e, durante a semana, convocou uma equipe para traçar uma estratégia para combater esse tal monstro. Na próxima semana, teremos reunião do Copom, que deve continuar no processo de aperto monetário. Já há a expectativa para que a Selic rompa a barreira dos 13% nos próximos meses.

Talvez essa seja, realmente, a maior das consequências que as grandes potências como os EUA, devem continuar enfrentando – só que com mais intensidade, daqui pra frente. Veremos como os países desenvolvidos vão lidar com essa provável inflação fora de controle.

Fora a inflação e petróleo, alguns outros ativos também estão chamando a atenção. Com o conflito, a demanda pelo níquel aumentou e o preço subiu, trazendo relevância para essa commodity. A maior produtora mundial de níquel é a Vale. Já vemos os impactos nas ações da empresa: está subindo.

Os grãos também estão se valorizando: o trigo disparou mais de 50%. Metais também estão subindo, o ouro chegou a US$ 2 mil dólares a onça pela primeira vez em 18 meses. O alumínio também apresenta um movimento crescente.

As criptomoedas também voltaram a chamar atenção, pois está sendo uma das formas mais fáceis de ajudar a Ucrânia e enviar recursos financeiros. Empresas e pessoas mandaram já cerca de USD 60 milhões em criptomoedas para o país e até uma plataforma já foi criada para facilitar as arrecadações. Isso nunca foi visto antes. Com o objetivo de não terem nenhuma ligação sequer com o governo, as criptomoedas têm um poder de valorização sem precedentes. Para se expor, você pode investir no Coin Cripto.

Ontem, Joe Biden assinou uma ordem executiva para que seja avaliado o risco para a criação de um dólar digital. A decisão trouxe mais reconhecimento para as criptomoedas como o Bitcoin, que já apresentou alta.

E antes de encerrar, quero deixar alguns avisos: ontem participei da live do Carteira Universa com os demais gestores do fundo. Passamos pelo contexto macroeconômico, desdobramentos da guerra e esclarecemos como o fundo pretende reagir diante de tudo. Se quiser conferir, é só clicar aqui.

Semana que vem, teremos live do FoF Melhores Fundos, com o Bruno Mérola, analista da série os Melhores Fundos de Investimento da Empiricus. Falaremos também sobre cenário macroeconômico e o impacto para os fundos da série FoF e de previdência. Espero você lá!

Na próxima segunda, começa mais uma “Semana da Super Renda Fixa”. Traremos títulos e condições de cashback para que você busque retornos na casa dos dois dígitos ao ano com a segurança típica da renda fixa. Fique de olho!

Por último, na próxima quarta-feira (16), às 18h, farei uma live no Youtube da Vitreo para falar sobre cannabis com o Enzo Pacheco e o João Piccioni, analistas da Empiricus e especialistas no tema. Conto com sua presença! Até lá.

Melhorias na visualização da Rentabilidade

Convidei a Mariana Ferreira, head do Relacionamento, para falar sobre o reprocessamento que fizemos nas contas de todos os nossos clientes, em busca de melhorias.

“Reprocessamos o cálculo de rentabilidade de todos os nossos 150.000 clientes desde o início dos investimentos conosco. O nosso time de tecnologia iniciou uma ação para atuar fortemente nessa correção, a war room iniciou na sexta-feira e concluímos a primeira etapa no domingo. Obtivemos sucesso com a maior parte das nossas carteiras e ao longo da semana ajustamos os residuais como parte da segunda etapa para a correção definitiva. Não temos mais espaço para percalços. Nosso foco está em você, nosso cliente”.

Prateleira de Fundos

Nesta semana, disponibilizamos o Grou Absoluto 30 na prateleira. O fundo long biased é a versão mais concentrada da gestora, que atualmente possui teses em lítio e eletrificação, urânio e níquel.

Pergunte ao Jojo

Pergunta 1

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A debênture da Vale não é relacionada ao preço de mercado da ação da Vale. A debênture é um papel de renda fixa híbrida que paga juros atrelados ao desempenho da exploração de jazidas da Vale, portanto exposto também à cotação do dólar (que afetou o seu preço de venda).

A ideia desse papel é segurá-lo para o longo prazo colhendo os juros da exploração que são muito maiores que os juros aqui no Brasil. Para sair antes, precisa esperar uma cotação mais alta do dólar.

Pergunta 2

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Não sei direito o período os cálculos feitos por você, mas segue abaixo gráficos comparativos dos fundos com os índices nos últimos 12 meses. A diferença é bem menor. É claro que sempre existirá uma diferença devido a trading, liquidez, fluxo de cotistas, taxas e custos etc., principalmente no fundo de prata, que não tem opção de compra via B3.

Vitreo Ouro x Ouro = 0,3% de diferença

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Fonte: Bloomberg, dados até 8/3

Vitreo Prata x Prata = -2,7% de diferença

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Fonte: Bloomberg, dados até 8/3

Calendário de IPOs e Follow On

Confira os IPOs mais quentes do mercado e que já se encontram disponíveis para você fazer sua reserva na plataforma da Vitreo.

Nossa equipe trabalha intensamente para disponibilizar todas as ofertas públicas do mercado para você, nosso cliente. Você pode investir em empresas que estão abrindo seu capital agora, ou investir em empresas que estão emitindo novas ações.

Hoje, há diversas ofertas disponíveis nas quais você pode efetuar a reserva:

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Além dessas acima, são muitas outras disponíveis na plataforma pra você.

Lembrando que, antes de fazer sua reserva, é importante ler o prospecto preliminar da oferta, em especial a seção “fatores de risco” e verificar se o investimento está em linha com o seu perfil.

Clique no botão abaixo para acessar fazer sua reserva:

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Um abraço,

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