Diário de Bordo
Seja razoável, por favor!
Terminei de ler pela segunda vez o livro The Psychology of Money, do Morgan Housel. Há a versão em português, chamada A Psicologia Financeira.
Quem lê os Diários de Bordo já conhece o autor e o livro. Adoraria ter lido esse livro 27 anos atrás, quando eu comecei a trabalhar. Estou pensando em pôr a obra nas metas aqui dos funcionários da Vitreo como leitura obrigatória.
Já escrevi sobre ela, nesta outra edição do DB, e agora resolvi falar mais de um outro capítulo, que fala do que é racional versus o que é razoável nas decisões de investimento.
Neste capítulo, Morgan Housel defende – e eu concordo com ele – que “reasonable beats rational”, ou seja, o razoável ganha do racional. Nós, seres-humanos, somos razoáveis e não somos completamente racionais na hora de tomar decisões.
Logo no começo, ele já crava “você não é uma planilha, é uma pessoa. Uma pessoa com problemas e emoções”. E como isso transparece nas suas decisões de investimento? Para começo de conversa, parece um raciocínio circular, mas não é: não se esqueça de que você é uma pessoa ao decidir investir.
Portanto, não escolha a estratégia que seja a melhor em questões matemáticas, faça como Housel sugere: “escolha a estratégia que traga o melhor retorno sem precisar tirar sua noite de sono”. E ele completa: “um investidor razoável sabe que ele toma decisões de investimento em um contexto que você tem companheiros de trabalho que você quer que te admirem, sabe que você tem uma esposa (ou um marido) que você não quer frustrar e “competidores”, como seu cunhado (ou cunhada), seu vizinho (ou vizinha) e as suas próprias dúvidas.
Uma estratégia estritamente racional pode ser difícil de justificar até para você mesmo, por mais que traga mais retorno no longo prazo.
Outro exemplo que o livro traz: em 2008, dois pesquisadores de Yale provaram que os jovens têm que se expor a muito mais risco quando começam a investir. Muito mais risco, mesmo, inclusive usando alavancagem (ou seja, se endividando para investir). Eles provaram que, mesmo que essa alavancagem deixasse você sem dinheiro nenhum em alguns momentos, a estratégia ainda seria mais eficiente no longo prazo.
Bom, em primeiro lugar, deixa eu falar um negócio: nós NUNCA vamos indicar que você se alavanque para investir. Não faz sentido você pagar os juros da dívida de um lado para perseguir um lucro na outra ponta. Não há oportunidade de investimento que justifique algo assim. Portanto, por mais que os estudantes de Yale tenham mostrado que isso faça sentido no longuíssimo prazo, não faça isso.
E Housel, que é um homem razoável, chega à mesma conclusão. Ele diz que “a matemática funciona no papel, mas é um absurdo completo. Nenhuma pessoa conseguiria ver seus investimentos caindo 100%, sumindo… E mesmo assim, impassivelmente, continuaria com a mesma estratégia”. Segundo os pesquisadores de Yale, essa estratégia é mais lucrativa em 90% dos casos. E, sobre isso, ele arremata: “mais lucrativa em 90% dos casos e 100% menos razoável”.
Às vezes, ao decidir investir, nós esquecemos que somos humanos, falhos, supomos que podemos tomar mais risco do que de fato conseguimos.
Muitas vezes investimos de forma concentrada em uma tese mais arriscada e nos enganamos nos dizendo “eu nem vou olhar a área logada. Só vou olhar uma vez por ano e olhe lá. Se cair, eu seguro”.
Tudo vai bem até você acessar sua área logada e perceber que alguma decisão de investimento está servindo como uma espécie de “âncora” em seu portfólio. Vamos supor que o tempo é de bull market, tudo está subindo. Mas algo não permite que sua carteira voe como deveria. Enquanto isso, seu cunhado e seu vizinho estão se gabando dos belíssimos lucros que têm alcançado. É o momento em que você se lembra daquele investimento mais arriscado e concentrado, que não para de cair. O que você faz, como pessoa razoável que é? Resgata. Para tirar essa “laranja podre” do seu portfólio. Cinco anos depois, você descobre que aquele investimento teria multiplicado por cinco. E você se sente duplamente frustrado.
Criei uma situação hipotética, mas não tão rara assim. O erro, nesse caso, não foi investir nessa tese arriscada. Resgatar o dinheiro também não foi um erro. O erro foi ignorar o seu lado razoável. O lado que sabe que você não consegue lidar com momentos de muita queda.
Investir é um ato de autoconhecimento. E a sua carteira de investimentos se parece mais com você do que você pensa. Por favor, seja razoável ao investir.
Criptomoedas: Lançamento do ETF HASH11, cripto em nossos fundos de Previdência e lançamento do Bitcoin DeFi
Lançamento do ETF HASH11
O primeiro ETF de criptomoedas foi lançado na Bolsa de Valores brasileira. Sem dúvidas, este é mais um passo para tornar o assunto cada vez mais comum entre os investidores brasileiros.
O lançamento foi muito bem recebido pelo mercado, e, obviamente, por nossa base de clientes, considerando o grande número de ordens de reserva que recebemos.
No dia 20, a Hashdex já havia captado mais de meio bilhão de reais, e tudo indica que o valor tenha aumentado significativamente até hoje, dia 22, data do seu lançamento.
A partir do dia 26, próxima segunda-feira, o Hash11 começa a ser negociado livremente, e você poderá acessá-lo por meio do nosso Home Broker, o Vtrade.
Com o aumento na exposição aos criptoativos para fundos focados no investidor pessoa física (antes era de apenas 20% por questões regulatórias da CVM), conseguimos realizar um desejo antigo e incluir as criptomoedas em alguns dos nossos fundos.
É oficial: agora temos criptomoedas em nossos fundos de Previdência
Os nossos fundos de previdência, que já eram supercompletos, agora dão um passo a mais no caminho da diversificação e na busca por assimetrias positivas no longo prazo.
Com a chegada dos ETFs de criptomoedas na B3, vamos passar a incluir esse tipo de ativo nos nossos produtos de previdência. Tudo em um esforço conjunto com a Icatu, nossa importante parceira e seguradora de todas as nossas previdências.
Essa inclusão de criptomoedas em nossos fundos de previdência era um sonho antigo nosso, tanto que as carteiras teóricas que inspiram os nossos fundos capitaneados pelo Felipe Miranda e Bruno Mérola já contavam com os ativos digitais.
Com isso, a Carteira Universa Prev e os FoF’s SuperPrevidência e SuperPrevidência 2, terão 1,0% de alocação em criptomoedas.
Saiba tudo sobre o lançamento do fundo Bitcoin DeFi FIM e sobre o processo de fechamento, resgate e ressarcimento do FIA.
Se você investiu no Bitcoin DeFi FIA, recebeu um e-mail recentemente que explicava a necessidade de um ajuste regulatório e, consequentemente, foi sugerido o pedido de resgate total do valor investido e o aporte no novo fundo, o Bitcoin DeFi FIM.
A criação do Bitcoin DeFi FIA levou em consideração que o ETF de cripto seria classificado e tributado como um ativo de renda variável, uma vez que a própria B3 tratou este ativo como renda variável.
Apesar do tratamento da B3, a CVM e a Receita Federal ainda não se manifestaram formalmente sobre como ETFs de criptomoedas negociados no Brasil devem ser tratados para fins de enquadramento regulatório e fiscal. Vale lembrar que um Fundo de Ações deve investir ao menos 67% de seu patrimônio em ativos que sejam considerados de renda variável. Ou seja, caso as cotas de ETFs de criptos não sejam consideradas pelos reguladores como ativos de renda variável, o Bitcoin DeFi FIA estaria desenquadrado logo em seus primeiros dias.
Rapidamente lançamos o Vitreo Bitcoin DeFi FIM – enquadrado como fundo de investimento multimercado – que continua com a mesma estratégia inicialmente definida para o Bticoin DeFi FIA. A única diferença é que o tratamento tributário será de investimento de longo prazo (IR regressivo de 22,5% a 15%, sujeito ao come-cotas semestral).
Sobre o resgate do Bitcoin DeFi FIA e o ressarcimento:
Para que não houvesse nenhum prejuízo, dissemos no e-mail que, se o valor do resgate fosse menor do que valor original aplicado no fundo, a Vitreo iria ressarcir o restante.
Esta condição se mantém. Caso você seja um dos cotistas do primeiro fundo e ainda não tenha resgatado, saiba que você não terá prejuízo e que um novo fundo já está disponível para investimento.
Convocamos uma assembleia para seguir com a liquidação do Vitreo Bitcoin DeFi FIA. Se ainda não recebeu, em breve, você receberá uma carta do meu sócio e Diretor Jurídico e de Compliance da Vitreo, Guilherme Cooke, explicando como e quando ocorrerá esse processo, que deve ser concluído nas próximas semanas.
Dito isso, na função de seu gestor e CIO da Empiricus Investimentos, peço desculpas por esta situação e reforço que tudo foi, é e sempre será feito para o bem maior do seu patrimônio.
Agradeço a sua confiança. Conte sempre comigo e com todo o time da Vitreo.
Fechamento do FoF MF Retorno Absoluto e do FoF Best Ideas
Gostaria de informar que, no próximo dia 30 de abril, o FoF Melhores Fundos Retorno Absoluto e o FoF Best Ideas fecharão suas portas para captação.
Se você for cliente de um dos dois fundos, você já deve ter recebido um e-mail da Vitreo sobre a convocação da assembleia para a votação da incorporação do FoF Best Ideas ao patrimônio do FoF Melhores Fundos Retorno Absoluto.
Fique atento à sua caixa de entrada do e-mail.
A convocação já foi enviada e receberemos os votos até o dia 06 de maio de 2021, especificamente até às 10h00.
Por conta desse movimento de incorporação, chegaram algumas perguntas ao nosso atendimento, como você pode ver na imagem abaixo:
Então, quero aproveitar essa pergunta para esclarecer tudo de forma bem simples.
Se você é investidor do FoF MF Retorno Absoluto, não há motivos para se preocupar pois independente do resultado da votação, o seu FoF Melhores Fundos Retorno Absoluto não mudará a sua tese de investimento atual. O seu fundo continuará investindo nos mesmos fundos, seguindo a mesma tese, que é inspirada no trabalho do Bruno Mérola, da Empiricus.
E, se você investe no FoF Best Ideas, saiba que você tem muito a ganhar caso essa incorporação seja aprovada na assembleia. Assim, teríamos uma equipe de gestão ainda maior trabalhando em uma tese que é super interessante e que é realmente capaz de trazer retornos absolutos para você no longo prazo.
Estamos buscando ideias e estratégias que melhorem a vida de nossos clientes. Portanto, sempre que algo não estiver tão claro para você, fique à vontade para entrar em contato conosco através dos nossos canais de comunicação.
Spoiler: crédito de carbono
Um dos assuntos de maior relevância no cenário ESG é a emissão de gás carbônico em nosso planeta. E, ao contrário do que muita gente pensa, este tema tem um alto potencial de retorno, e o mercado de créditos de carbono se mostra em pleno crescimento.
Diversas empresas estão se antecipando ao movimento de reduzir suas emissões de forma voluntária, mas, se você deseja buscar as chances de lucro que o setor proporciona, o caminho pode ser o mercado regulado europeu.
Com a oferta sendo limitada pelo governo e o preço do crédito em crescimento, quem gasta mais e é obrigado a comprar mais crédito compra a um preço cada vez mais alto. Aqui está a sua chance de bons retornos.
E já na semana que vem, este investimento estará disponível para você.
Vem aí o Vitreo Carbono FIM. Fique atento às nossas comunicações.
#umfundopordia
Nesta semana, nossa prateleira de fundos de investimentos recebeu quatro novidades, e a maioria delas possui cashback.
O VTR Miles Acer Long Bias, que está realizando uma abertura estratégica, possui seu portfólio divido em duas partes. Uma é destinada a visões de longo prazo, com posições estruturais similares ao fundo long only da casa, o Miles Virtus. A outra é para movimentos táticos de curto e médio prazo. A taxa de administração total é de 2% ao ano e a de performance de 20% sobre o que exceder 100% do IPCA + Yield do IMA-B. Com cashback, a estimativa é que a taxa de administração do fundo destinado a investidores qualificados fique em 1,945% ao ano.
Também para investidores qualificados, o AZ Quest Azimut Equity China tem como objetivo investir em ações de empresas da Grande China (China, Macau, Hong Kong e Taiwan) a partir da análise fundamentalista. Sua taxa de administração é de 1% ao ano e, com cashback, a estimativa é que ela fique em 0,86% ao ano.
Já o AZ Quest Small Mid Caps busca superar o índice de small caps por meio do investimento em empresas de menor capitalização com alto potencial de valorização. A taxa de administração é de 2% ao ano e a de performance de 20% sobre o que exceder o SMLL. Com cashback, a estimativa é que as taxas fiquem em 1,8% ao ano e em 15,98% sobre o que exceder o SMLL.
Em renda fixa, o ARX Denali investe em crédito privado high grade por meio da análise fundamentalista. Sua taxa de administração é de 0,4% ao ano.
Vale lembrar que a Vitreo possui o programa Cashback sem conflitos. Caso você já possua algum destes produtos ou outros custodiados em outras casas, você pode pedir a portabilidade. Assim, você investe nos seus fundos favoritos e ainda aproveita o benefício do cashback.
RadioCash – Fábio Okumura (Gauss Capital)
Por que comprar ações da “Velha Economia”?
No episódio #12 do RadioCash, Fábio Okumura compartilhou sua estratégia de investimento para o cenário atual.
Durante a pandemia, as estrelas da Bolsa foram as ações da economia digital. Elas subiram tanto que muita gente desconfia que há um exagero nos preços.
Fábio Okumura conta que colocou um pouco do lucro no bolso e reduziu a posição em growth e aumentou a exposição em value:
“No processo de saída da recessão, as ações de valor são as primeiras a andar”.
Ah, vale lembrar que o fundo multimercado Gauss está disponível na prateleira da Vitreo, com direito ao nosso Cashback sem conflitos. O Gauss Income, fundo de renda fixa de crédito da casa, também está disponível para investimentos.
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