Diário de Bordo

Um rali de Natal às avessas, mas isso não é um problema para 2025

João Piccioni

23 dez 2024, 18:30 (Atualizado em 23 dez 2024, 18:43)

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, contrariou as expectativas de um típico rali de Natal. Em seu último discurso, após o corte de 25 pontos-base na taxa básica de juros americana, adotou um tom mais cauteloso, destacando preocupações com a persistência da inflação.

A resiliência da economia americana contribui para esse cenário. Sem fragilidades aparentes, sua força surpreende e limita margens para uma postura mais branda em relação aos preços. Como destaquei no Outlook 2025, a economia informal (shadow economy) desempenha um papel significativo nesse dinamismo, fortalecendo o mercado como um todo.

Diante disso, Powell e seus diretores optaram por um caminho conservador, indicando apenas dois cortes de juros para 2025. Essa sinalização provocou uma alta na inclinação da curva de juros, um movimento esperado em condições econômicas normalizadas. Os títulos de 10 anos, por exemplo, atingiram a marca de 4,58% ao ano, impulsionando a volatilidade.

O índice VIX saltou para 28 pontos, em um movimento similar ao de agosto, quando os mercados foram afetados pelo choque do carry trade com o iene. Apesar disso, choques do VIX em mercados de alta (Bull Market) frequentemente se mostram como oportunidades. Historicamente, o S&P 500 apresenta retornos positivos nos seis meses seguintes a esses eventos, com uma média superior a 5% nos 20 maiores casos registrados.

Outros fatores sustentam o otimismo para ações americanas no início de 2025:

  1. O fluxo contínuo de capital direcionado aos principais ETFs do mercado;
  2. A divergência entre a inflação ainda em queda e os juros de 10 anos, que podem ceder caso o desemprego aumente;
  3. Um possível reforço na liquidez do sistema financeiro no início do ano.

Assim, nosso cenário otimista permanece intacto, mesmo após a reação negativa gerada por Powell. Revisitamos nossas posições em mercados internacionais e estendemos nossos horizontes de curto prazo, confiantes de que as carteiras alcançarão novos patamares em breve. Que venham os desafios de 2025!

O comportamento dos mercados em dezembro

Nos Estados Unidos, o discurso de Powell abalou o otimismo de fim de ano. Já no Brasil, foram decisões e declarações de figuras do governo que comprometeram perspectivas positivas. Infelizmente, o cenário sugere pregões desafiadores até o encerramento do ano.

As bolsas americanas encerraram o dia 23 de dezembro com resultados mistos. O S&P 500 cai 1,24% no mês, aos 5.957 pontos. O Dow Jones vem caindo 4,76%, impactado pela alta dos juros, enquanto o Nasdaq-100 se destacou, com ganhos de 2,40%.

No Brasil, o dólar atingiu R$ 6,20, enquanto o Ibovespa flertou com os 120 mil pontos. O dólar acumula alta de 3,85% no mês, e o Ibovespa, queda de 3,56%.

Embora dezembro tenha sido desafiador para nossas estratégias, os fundos de tecnologia continuaram a se destacar. Até o dia 19, o Empiricus Tech Chain FIF Ações acumulava alta de 7,96% no mês, impulsionado pelas ações da Broadcom. O Empiricus Tech Select também obteve resultados positivos, avançando 5,57%. No ano, esses fundos acumulam ganhos impressionantes de 78,09% e 57,62%, respectivamente.

Encerramos mais um ano repleto de aprendizados, desafios e conquistas. Gostaria de expressar minha profunda gratidão a todos que acompanharam nossas análises e reflexões ao longo de 2025 e que participaram diretamente dessa jornada. Que este Natal traga alegria e renovação, e que o Ano Novo seja repleto de realizações, prosperidade e boas oportunidades. Um brinde ao futuro que construiremos juntos. Feliz Natal e um próspero Ano Novo!

Forte abraço,
João Piccioni

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