Cenário global em reconfiguração: o que esperar após a Super-Quarta

Nessa Super-Quarta (07), conforme amplamente esperado, o Fed manteve a taxa de juros no intervalo de 4,25% a 4,50%. No entanto, o comunicado pós-reunião trouxe um tom mais cauteloso, os riscos de inflação elevada e de aumento do desemprego cresceram.

O presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu que a inflação segue pressionada e alertou que as tarifas comerciais recentemente implementadas podem elevar os preços e desacelerar o crescimento, ainda assim, reforçou a visão de uma economia resiliente. Powell indicou que o banco central pretende aguardar maior clareza nos dados antes de qualquer mudança na política monetária.

Apesar de pressões políticas, o Fed reiterou seu compromisso com a independência e com o mandato duplo de promover o pleno emprego. A autoridade monetária reforçou que está preparada para agir, caso as condições econômicas se deteriorem.

Em meio ao ambiente de incerteza, uma sinalização positiva veio do lado comercial. Estados Unidos e Reino Unido anunciaram um novo acordo bilateral, o primeiro desde a escalada tarifária. O entendimento prevê a redução ou eliminação de tarifas sobre produtos britânicos, como aço, alumínio e automóveis. Em contrapartida, o Reino Unido se compromete a flexibilizar tributos sobre veículos americanos e revisar a taxação de serviços digitais, que afetava grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos.

Dias atrás, Estados Unidos e China anunciaram a retomada das negociações comerciais, com reuniões previstas para esta semana. As tarifas aplicadas por ambos os países vêm gerando incertezas nos mercados globais, afetando cadeias de suprimentos e pressionando os preços. Apesar da postura mais rígida dos EUA, que descartam concessões iniciais, a reabertura do diálogo entre as duas potências já representa um avanço diante do impasse recente.

As notícias foram bem recebidas pelos mercados, vista como um possível sinal de moderação na política comercial americana e uma tentativa de reduzir tensões.

No cenário local, o Copom elevou a Selic em 50 bps, para 14,75%, em linha com as expectativas, um patamar historicamente elevado. O comunicado adotou tom mais suave, sinalizando que o ciclo de aperto monetário pode estar próximo do fim, salvo piora relevante do cenário econômico.

O Banco Central destacou a atividade ainda robusta, com mercado de trabalho aquecido e inflação desancorada. No entanto, fatores como a valorização do real, queda nos preços do petróleo e reorganização da oferta global por parte da China podem contribuir para a desaceleração inflacionária à frente.

O Banco Central reforçou a necessidade de manter a vigilância, ponderando riscos em ambas as direções, e ressaltou que as próximas decisões dependerão dos dados econômicos e das expectativas de inflação.

Com os recados cautelosos do Fed e do Copom, os mercados reprecificaram suas expectativas. Nos EUA, os cortes nas taxas de juros passaram a ser esperados para o fim do ano. No Brasil, a perspectiva é de manutenção da Selic por período mais prolongado.

O foco segue nos desdobramentos das negociações entre EUA e China, nos dados econômicos a serem divulgados e nos impactos do novo acordo comercial com o Reino Unido, que embora localizado reacende a esperança de um ambiente global menos tensionado.

Com a nossa Bússola calibrada, como ficaram os resultados dos fundos?

Agora é hora de conferir como algumas estratégias Empiricus Gestão enfrentaram as turbulências recentes, com data-base de 06/05.

Maio começou com feriado local e as atenções voltadas para a Super-Quarta. Na primeira semana do mês, os fundos de commodities foram os principais destaques, o bom desempenho do setor foi impulsionado por uma combinação de fatores, como por exemplo uma maior busca por ativos de proteção. O Empiricus FoF Commodities registrou alta de +3,10%, com exposição a petróleo, ouro, cobre, prata e urânio.

Os fundos de ações também avançaram, apoiados pela divulgação dos resultados de algumas empresas norte-americanas. O Empiricus Tech Bets, por exemplo, apresentou retorno de +2,33% no período, com destaque para o desempenho da Uber, que surpreendeu positivamente com números acima do esperado.

Fique de olho, pois a cada quinzena seguimos acompanhando de perto como essas variáveis evoluem e quais novas oportunidades — ou riscos — podem surgir no caminho.

Abraços,
Yasmin Orozimbo