Diário de Bordo
Bull market ou Morte
Aproveitei minhas férias para visitar, pela primeira vez, o Museu do Ipiranga, reaberto em 2022 após passar 9 anos em restauração e ampliação..
Após tanto tempo em reforma, confesso que minha expectativa era bem alta, algo raro de acontecer para uma pessoa pragmática e pessimista como eu. Já conseguem imaginar o final da história.
Apesar do belo prédio, jardins e mirante, inevitavelmente me decepcionei bastante com o museu. Para mim faltaram antiguidades.
Inaugurado em 7 de setembro de 1895, o museu era originalmente voltado à história natural, como os de Nova York e Londres. Da independência, apenas o quadro “Independência ou morte”, de Pedro Américo, pintado alguns anos antes.
A identidade atual do museu só foi concebida para o centenário da independência, em 1922, com a criação da Seção de História Nacional.
Os jardins e o Monumento à Independência foram construídos, quadros e estátuas de personagens históricos foram encomendadas. Tudo muito “recente”.
Grande parte do acervo são de objetos que lembro de ver na casa de meus avós. São “apenas” do século passado. Alguns objetos até usei bastante, como a ficha telefônica.
Passada a primeira impressão negativa, cheguei à outra conclusão: eu que estou velho. Por um lado mais leve, pessoas com bom coração chamam de experiência.
O que me trás ao assunto do momento: o Bull Market da bolsa brasileira. Tecnicamente ele é definido por uma alta de 20%, o qual já atingimos.
Mas a questão que falta responder é sua duração e intensidade. E, pela minha experiência, isso está diretamente relacionado ao movimento de queda de juros.
Após o IPCA-15 desta terça ser negativo e abaixo do esperado, o mercado aposta em uma queda de 0,5% na próxima reunião do COPOM, já no início de agosto. Este pode ser um importante gatilho para o Ibovespa.
Já passei por diversos ciclos de queda de juros após o início das metas de inflação em 1999. Cada ciclo é diferente e tem suas peculiaridades, mas os últimos 5 foram marcados por uma alta expressiva da bolsa, o que teoricamente faz todo sentido.
Ignorei propositalmente o último ciclo ocorrido durante a pandemia, pois esse, por motivos óbvios, teve fatores completamente diferentes dos outros.
Juros baixos ajudam as empresas, além de fomentar uma busca de rentabilidade dos investidores.
No ciclo de 2003, conforme gráfico abaixo, a bolsa brasileira rendeu quase 70% em pouco mais de 6 meses enquanto os juros caíram 10 pontos percentuais para 16,50%.
De fato eram outros tempos. Se 13,75% já é muito alto hoje, aqueles patamares eram de fato impraticáveis.
Lembro de um economista na época falando que sonhava em juros reais abaixo de 10%. Juros reais agora chegam a 6% no máximo.
Em 2005 o ciclo não foi muito diferente, como pode ser visto abaixo.
O Ibovespa rendeu quase 60% em pouco mais de 1 ano, acompanhando a queda dos juros de 19,75% para 13,25%.
Após a grande crise financeira de 2008, os juros foram reduzidos em 5%, e a bolsa subiu 35%, em pouco mais de 6 meses, conforme gráfico abaixo.
O ciclo que fugiu um pouco da norma (e é esse que precisamos olhar com carinho) foi o período de 15 meses nos quais os juros foram martelados para baixo por Alexandre Tombini, presidente do Banco Central brasileiro durante o governo Dilma.
O gráfico abaixo mostra o que aconteceu.
Nos primeiros 8 meses do ciclo de queda, a bolsa subiu quase 20%. Entretanto, o mercado começou a desconfiar que a “nova matriz econômica” implementada pelo ministro da Fazenda Guido Mantega não era sustentável.
Tombini, sob pressão do governo federal, em vez de parar o ciclo, continuou a forçar os juros para baixo até atingir 7,25%. A inflação apareceu e a bolsa caiu, devolvendo os ganhos anteriores.
O que sucedeu foi a maior crise que o Brasil já passou e culminou no impeachment de Dlima (It’s the economy, stupid).
Aqui está o risco e é onde devemos ficar vigilantes. Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, deve assumir a presidência do Banco Central do Brasil no final de 2024. Ele não é visto como muito ortodoxo em política econômica.
Já o último movimento de queda de juros (desconsiderei a pandemia), após o impeachment, teve um comportamento mais parecido com o esperado. É esse o mais lembrado pelos analistas mais jovens.
Uma queda dos juros de 14,25% para 6,5%, acompanhado de uma valorização de 40% na bolsa, desta vez em um período um pouco mais longo. Veja abaixo.
Apesar de não ser minha praia, indicadores de análise técnica já mostram uma força atual de alta na bolsa. Como Han Solo não diria, tenho um bom pressentimento sobre isso.
Pelo menos nos próximos 6 a 12 meses.
Em um prazo mais longo já tenho minhas dúvidas, vamos depender do desenrolar das políticas deste novo governo e do cenário externo (EUA, Europa e China).
Mas uma alta em torno de 20%, como no começo do ciclo de 2011, não é improvável, e isso significaria o Ibovespa próximo de 150.000 pontos.
Será?
Participei recentemente de um podcast com o João Piccioni, no qual falamos bastante sobre as possibilidades de uma alta expressiva na bolsa brasileira. Vale a pena conferir!
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Um abraço,
Rodrigo Knudsen
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