Diário de Bordo
Fui roubado!
Fui roubado!
Eu tinha por volta de 13 anos. Apesar da pouca idade, já andava sozinho na rua. Mas o Rio de Janeiro sempre foi o Rio de Janeiro. Mesmo tomando a precaução de ter escondido o dinheiro no tênis (um Redley bicolor), o rapazinho não livrou uma criança com seu Atari na mochila da sensação que é ser assaltado. Neste caso, o Pedroca estava comigo e era o dono do Atari.
Tanto o Atari quanto o dinheiro tinham valor para nós. E nos foram tirados. Mas ali foi tirado algo muito maior do que isso (e mais valioso também). Eu perdi o meu direito. Eu perdi a minha liberdade de ir e vir. De escolha. Eu não pude sequer cumprir o que havia planejado para aquele dia.
Naquele exato momento, a decisão tomada por uma única pessoa foi capaz de gerar um impacto profundo em mim. Mexeu com a minha rotina, pois, nada naquele dia teve mais graça. Mexeu com meus sentimentos e eu não sabia se chorava de tristeza, se chorava de raiva, se permanecia mudo e sem ação, ou se esbravejava na tentativa de colocar a minha raiva e indignação para fora de alguma forma. Uma sensação de impotência e de insegurança.
Eu tive que conviver com o fato de que ele fez o que fez e seguiu, simples assim.
Na última segunda-feira, dia 08, eu também me senti roubado!
Não fui roubado no trajeto casa-trabalho. Não fui roubado indo ao médico. Dessa vez o roubo não teve a perda de um objeto. Mas tive a sensação de ser igualmente roubado em algo com muito mais valor. A mesma sensação de impotência, e agora com a insegurança no âmbito jurídico, onde uma única pessoa toma uma decisão tão importante e com tantas consequências, sozinha e de forma quase que aleatória. Se foi uma decisão correta, por que ela não foi tomada muito antes? Se foi uma decisão errada, ela nunca deveria ter sido tomada, muito menos de forma monocrática. E aqui está o ponto.
Me senti roubado ao perceber que me foi tirada parte da esperança. Me foi tirada parte da crença. Me foi tirada, mesmo que por instantes, a sensação de pertencimento ao meu lugar de origem.
Ainda que de forma mais superficial, me foi tirada a liberdade de finalizar o dia de trabalho como eu havia planejado. Me foi tirado o bom-humor que eu estava pouco antes de chegar em casa. Me foi tirada a pauta que eu tinha para a conversa com minha esposa e filhos no jantar. Me foi tirada, inclusive, a chance de trazer para você os assuntos que eu já estava preparando.
Eu queria ter trazido um tema que dialogasse com o lançamento de mais um fundo – que acabou ganhando uma seção abaixo, neste Diário –, eu queria ter falado como um trabalho sério de gestão vem trazendo bons frutos para times como Flamengo e Palmeiras, os grandes campeões dos anos de 2019 e 2020. Queria ter falado sobre o Dia Internacional da Mulher e sobre o aniversário de 10 anos da caçulinha da família, Mirela (Parabéns, Mi!).
Tudo isso me foi tirado por uma decisão única. Dessa vez, por alguém que ocupa um cargo tão emblemático.
Acredito que essa sensação não seja apenas minha. Muitos clientes da Vitreo, muitos amigos, muitos brasileiros sentiram a mesma coisa do que eu. Uma pessoa, com uma canetada, mudou todas as regras do jogo. E volto a dizer: por que agora? Se a decisão está correta, por que não foi tomada anos antes? Se está errada, não deveria ter sido tomada nunca.
Com a ideia de ajudar a mudar o Brasil, a minha filha Naomi escolheu cursar a faculdade de Direito. Como pai, fui obrigado a falar para ela que no Brasil as coisas funcionam dessa forma, e que não é fácil mudar o país. Tive medo de jogar um balde de água fria em seu sonho e o transformar em um grande pesadelo. Que pai gostaria de fazer isso? Como pai, como gestor e também como líder de pessoas, a incentivei a continuar na busca do seu sonho, sabendo, no entanto, que é preciso estar preparada para enfrentar mais dias como esse dia 8 no futuro.
Há quem diga que tal decisão tem fundamento jurídico, há quem diga que não. Há quem diga que tal decisão serviu para manter a Lava Jato viva. Há quem diga que este foi o seu tiro de misericórdia. Há o grupo a favor do ex-Presidente. Há o grupo a favor do atual Presidente. Há quem esteja analisando tudo isso pelo viés de mercado e analisando os impactos de tal decisão para a economia e investimentos. Há quem, como eu, já esteja, de forma preocupada, antecipando o clima de eleição de 2022.
Eu não quero falar sobre nada disso aqui hoje.
Eu só quero, hoje, assim como nos meus 13 anos, repousar única e exclusivamente sobre o meu sentimento. Sobre a incredulidade do fato. Sobre a perplexidade. Sobre a insegurança jurídica que paira no Brasil e sobre a impotência emocional. Sobre a dúvida em relação ao que vem depois.
O que eu explico para os meus filhos? Como lidar (ou continuar eternamente lidando) com esse tipo de sensação que o país nos transmite? Seremos para sempre o país do futuro (do infinito)?
Eu não sei como é na família de vocês, mas na minha, isso é algo que não passa batido. Nos damos a obrigação moral de discutir, mesmo que o papo seja na mesa de jantar e que não ajude em nada a nossa digestão.
Em meio a tantas variáveis, a tantas interpretações e vieses… decidimos ir pelo caminho mais lógico e essencial – pelo menos em nossa opinião.
Como auxílio para uma visão mais ampla e embasada sobre o tema, conversei com um amigo-irmão, advogado renomado. Conheço suas críticas de como a Lava Jato atuou do ponto de vista do processo jurídico e perguntei o que ele achou deste fato. Ele foi claro ao ir contra uma decisão singular (individual) de tamanha magnitude. Sem juízo de valor sobre o fato de ser correta ou não tecnicamente, bem fundamentada ou não, o questionamento foi: o STF permitiu esta competência por 5 anos, em vários casos; por que então isso agora?
Enxergo a necessidade de rever a capacidade de decisão monocrática de um juiz do STF em assuntos que tenham tanto impacto na sociedade. Em paralelo a isso, nós, como sociedade, precisamos rever o quanto nos apegamos literalmente à Constituição – ou não. Assim como é preciso rever a necessidade quase que embrionária de educação – cuja falta é refletida claramente em todas as eleições no país.
O problema do Brasil não está no atual governo. Não estará no que pode vir, assim como não estava no anterior.
O problema do Brasil é muito mais profundo. E essa é uma discussão que eu acredito fortemente que a gente tenha que ter como sociedade, aqui no Diário de Bordo, em outros ambientes e em nossas casas. Essa discussão não pode ficar apenas na esfera das redes sociais. Muito menos na politização e nas brigas sobre que lado tem mais razão, quando na verdade é tudo uma coisa só.
Caso contrário, ficaremos no eterno dilema entre ser o país em que até seu passado é incerto ou com o estigma vitalício de ser o país do futuro. E com o alerta constante de que o aeroporto é logo ali.
Mas como diz o Felipe Miranda, “todo dia tem Bolsa”. O mercado nunca parou. O Ibovespa caiu fortemente na segunda-feira (-3,98%) e o Dólar passou dos R$5,80. E se recuperou nos dias seguintes com leves altas (+0,65%, +1,30% na terça e quarta-feira e nesta quinta-feira subia mais de 1,70% até o meio da tarde), enquanto o Dólar já negocia abaixo dos R$5,55.
E a recomendação de diversificar, especialmente com investimentos no exterior e exposição cambial. Estamos numa maratona e não numa corrida de 100 metros rasos. É importante não esquecer isto.
O FoF Melhores Fundos Novas Ideias chegou!
A função de um olheiro de moda ou de futebol, por exemplo, é encontrar aquela pessoa que tem potencial de ser uma grande modelo ou um grande jogador. É um trabalho exaustivo, de muita procura, mas que certamente gera grandes resultados.
Basta ver a carreira de Gisele Bündchen e Alessandra Ambrósio, ou mesmo dos Ronaldos, do Neymar, entre tantos outros.
O FoF Melhores Fundos Novas Ideias funciona como um “olheiro” de seus investimentos, dia após dia procurando por novos fundos ou novas ideias que se mostrem interessantes e com um bom potencial de ganhos pelos próximos anos.
A ideia principal do fundo é atuar como um “incubador”, que investe em raras oportunidades de fundos recém-criados.
O único fundo como esse existente no Brasil até o momento da criação do FoF Melhores Fundos Novas Ideias é também uma criação minha e do Kiki – dos nossos tempos de Unibanco, lá em 2003. O fundo existe até hoje na plataforma do Itaú (Multigestor X).
Em mais uma parceria entre Vitreo e Empiricus, o nosso novo fundo, inspirado nas ideias do Bruno Mérola, está disponível para o público geral e tem aporte mínimo de R$1.000.
Para conhecer melhor a tese, clique no botão abaixo.
Quero conhecer o FoF Melhores Fundos Novas Ideias
Portfólio diversificado ou não? Eis a questão
Em tempos de crise política como a que temos vivido no Brasil, sempre vemos um contraste inegável entre dois tipos de investidores: aqueles que têm seu patrimônio muito machucado pelos desafios nacionais, e aqueles que se prepararam com antecedência para diferentes cenários de mercado, através da diversificação da própria carteira de investimentos.
Por isso, é sempre importante conversarmos sobre o tema.
Caso seu patrimônio tenha sido muito prejudicado pelos últimos acontecimentos na política de nosso país, gostaria de lhe dizer que aqui na Vitreo nós temos um produto super completo para o seu portfólio, que busca reduzir os riscos aos quais o seu capital está exposto.
Esse produto é o FoF Melhores Fundos. Através dele, você poderá alocar o seu patrimônio em uma tese de investimentos robusta e diversificada, que conta com diversas estratégias inteligentes, incluindo fundos multimercados e proteções.
Desde o seu início, em 08 de abril de 2019, até 09 de março de 2021, a tese já entregou 22,37% de rentabilidade para seus cotistas, bruta de impostos.
É claro que, como sempre gostamos de lembrar, retornos do passado não são garantias de lucros para o futuro. E todos esses números podem variar no futuro, para mais ou para menos.
Mas acreditamos muito na tese, que tem comprovado, dia após dia, o quanto a diversificação é importante para a carteira do investidor inteligente.
É por isso que, sendo você um investidor que já diversifica a sua carteira ou ainda não, o FoF Melhores Fundos pode ser um produto superinteressante para você. Se quiser investir, basta clicar no botão abaixo. Leia o regulamento do fundo antes de fazer o seu investimento.
Quero investir no FoF Melhores Fundos
O Canabidiol vai fechar, mas preste atenção, pois tem um elemento surpresa!
O nosso fundo Canabidiol entregou, de sua criação em 25/10/19 até o dia 09/03, 119,53% de retorno para seus cotistas, bruto de impostos. Mais do que dobrou o dinheiro investido.
O mercado global da cannabis continua em alta. De acordo com o Smoke Buddies, somente em 2020, os 15 estados americanos que permitem o uso adulto e os 36 que permitem a venda médica atingiram a marca de US$17,5 bilhões, o que significa um aumento de 46% em relação a 2019.
A Câmara dos Deputados do México aprovou a legalização do uso medicinal e recreativo da cannabis e, com isso, o México poderá ser o terceiro país no mundo a aprovar o uso irrestrito da cannabis.
Estamos falando de um caso clássico de convexidade – “aposte centavos para ganhar dólares” – em um mercado com muito lastro para a próxima década, com o potencial de revolucionar a saúde no mundo.
O nosso fundo é uma excelente oportunidade de se expor à cannabis e diversificar seu portfólio, mas você não terá esta chance por muito tempo. O fundo está prestes a fechar para uma parada técnica.
Preste atenção, pois temos um elemento surpresa! Iniciamos as comunicações de que o fundo fecharia ao atingirmos R$200 milhões de patrimônio líquido. Para permitir que mais gente aproveite esta oportunidade, decidimos facilitar um pouco mais.
Fecharemos o fundo para novas captações assim que atingirmos o patrimônio líquido de R$ 250 milhões ou no dia 31/03. O que chegar primeiro.
Não há nada mais simples e direto do que isso. Se você tem interesse em investir, faça-o o quanto antes. Ainda não é possível dizer quando o fundo será reaberto.
Se você quer, a hora é agora. E o botão está logo abaixo.
Antes de investir, não esqueça, é muito importante ler o regulamento do fundo.
Quero investir no Canabidiol
#umfundopordia
A grande novidade da semana foi o Giant Prev Icatu I, primeiro fundo de previdência de outras gestoras na plataforma da Vitreo. Este plano de previdência é gerido pela Giant Steps Capital, que é uma das referências em gestão de fundos quantitativos na América Latina.
Sua ideia de investimento busca captar momentos de irracionalidade nos mercados e é baseada em algoritmos. Metade da exposição é na estratégia do Giant Zarathustra, que investe nas diversas classes de ativos principalmente no exterior. Os outros 50% no Giant Sigma, que busca explorar momentos de racionalidade humana.
O valor mínimo inicial para um aporte único é de R$ 5.000. Outra opção é realizar aportes mensais no valor de R$ 300,00. A taxa de administração é de 2% ao ano.
Outro lançamento na nossa prateleira foi o JGP Corporate, que está realizando uma abertura estratégica até o dia 10 de abril ou até captar R$ 100 milhões, o que ocorrer primeiro. O fundo investe em crédito privado no Brasil considerado de alta qualidade.
A equipe de análise da tradicional gestora carioca é Alexandre Muller, que teve passagens pelo Banco UBS e Icatu Hartford Asset Management e foi sócio do Banco BTG Pactual, empresa em que foi o líder da área de Credit Research com foco na América Latina.
Além disso, a plataforma passou a distribuir nesta semana o BlueGriffin Global Equities. O fundo é direcionado a investidores qualificados que buscam diversificar seu portfólio. Os gestores possuem carteira de aproximadamente 70 ações que são divididas em seis books temáticos, entre eles tecnologia e saúde. A exposição mínima é de 45% em ações nos Estados Unidos e máxima de 25% em ativos europeus, asiáticos ou de outros continentes.
O valor mínimo inicial é de R$ 5.000 reais, a taxa de administração é de 1,8% ao ano e a de performance de 18% sobre o que exceder 100% do CPI-US (índice de inflação dos Estados Unidos). Com o cashback, as taxas estimadas ficam, respectivamente, em 1,518% ao ano e 14,382% sobre o que exceder 100% do CPI.
Spoiler: Já pensou em investir em Petróleo?
Em breve, você terá a possibilidade de, assim com o Urânio, se expor ao fundo que investe 100% em uma única commodity, neste caso, o Petróleo.
O nome do fundo e mais detalhes, contarei mais para frente. Mas já posso dizer que o fundo terá como estratégia a alocação combinada entre ações de empresas do setor, ETFs no exterior e contratos futuros de petróleo, com uma alocação dinâmica e olho nos preços futuros da commodity.
Se você tem interesse em ampliar a exposição dos seus investimentos e buscar os retornos deste setor, fique de olho em nossas comunicações.
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