Diário de Bordo
Ganhamos de novo!
Você viu? Eu estava certo. Disse que o placar seria apertado e acertei o ganhador. A América tem dono e é o Flamengo. Campeão invicto com doze vitórias e um empate (se tivesse VAR nesse jogo teriam sido 13 vitórias). Cá entre nós, não poderia ser diferente. Foi uma campanha incrível.
Essa foi a decisão do último sábado. Apesar de muito importante para os mais de 42 milhões de torcedores rubro-negros, a decisão mais importante do fim de semana ainda estava por vir. Após o longo mês que parecia não acabar, descobrimos quem é que representará o Brasil politicamente pelos próximos quatro anos. E aqui o placar também foi bem apertado.
Lula foi o candidato escolhido por 60,3 milhões de brasileiros (ou 38,5% do total de votos possíveis, já que 58,2 milhões votaram pela reeleição do atual presidente, 5,7 milhões votaram em branco ou anularam e outros 32,2 milhões sequer compareceram às urnas).
Resultado super apertado em uma das votações mais acirradas do mundo. Vimos o país dividido. Mas o que será que teremos pela frente? Como será o Brasil após 1° de janeiro de 2023?
Ainda não tenho o dom de prever o futuro. Mas o mercado já começou a reagir. No primeiro pregão pós eleições, a alta volatilidade tomou conta do Ibovespa, que começou o dia no negativo, mas fechou em alta de +1,31% apesar das quedas no preço das estatais, como Banco do Brasil e Petrobras. Com o dólar não foi diferente, só que naturalmente no movimento contrário: começou em alta e terminou o dia em queda, com -2,54%, sendo cotado a R$ 5,16.
Na terça o Ibovespa subiu de novo, 0,77%, já um pouco contaminado com a demora do presidente em conceder a vitória ao seu adversário e com as notícias dos focos de paralisação nas estradas e mobilização popular.
Ontem, feriado por aqui, o Fed subiu mais uma vez os juros nos Estados Unidos. Foi a 4ª alta seguida de 0,75% levando a taxa para 4%. A alta em si era esperada pelo mercado. Tão logo saiu o comunicado o mercado acionário reagiu positivamente, assumindo que as altas estariam perto do fim.
Porém, mais tarde, quando o presidente do Fed, Jerome Powell, falou com a imprensa, a sensação foi outra. A mensagem dele foi clara: os próximos aumentos devem ser menores, mas o ciclo deve ser mais longo o que o mercado esperava (e gostaria). Com o ponto de virada mais distante, o mercado azedou. S&P caiu ontem -2,50% e a queda continua hoje.
Fato é que tem muita água pra passar embaixo dessa ponte, lá fora e aqui. O mercado vai reagir a todas as próximas sinalizações e decisões, principalmente ao que diz respeito ao nome escolhido para ser Ministro da Economia e, também, todos aqueles outros que ficaram à frente dos vários ministérios.
Na segunda-feira pós eleições também aconteceu o Market Changers, evento de comemoração aos 13 anos da Empiricus.
Durante o primeiro painel, Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden, mediados pelo Thiago Salomão do Market Makers, ofereceram alguns caminhos para decifrarmos o que pode acontecer nos mercados locais no pós-eleições. Se você não assistiu, pode conferir a reprise de todo o evento aqui.
Para o Felipe, o momento é de incerteza. O discurso do Lula foi de união, mas pouco incisivo e sem muitos detalhes sobre o desafio fiscal. “Acho ruim a incerteza associada à não nomeação do ministério, de como será a política econômica. Então, momento de incerteza, mas que, de alguma maneira já está no preço, mercado sem grandes ilusões.”
Para Rodolfo, caso Bolsonaro fosse eleito aconteceria um ‘overshooting’, a Bolsa poderia subir muito para depois fazer alguma reversão à média. Com Lula, pode acontecer o inverso, um ‘undershooting’, desde que ele vá mais ao centro e faça uma composição no Ministério de Fazenda mais parecida com Palocci durante seu primeiro mandato. Isso no médio prazo.
Se você quer saber quais são os ativos que podem ter bom desempenho nos próximos meses, ainda para o Rodolfo, “tem quality barato na Bolsa. Um exemplo, sem apologia ao aumento, gostamos de COSAN. Vemos o ativo extremamente barato com carrego bom para médio e longo prazo. Sob a ótica eleitoral, o setor que mais o atrai é setor de varejo, que aparece bem barato. Gosto menos de uma Magazine Luzia que é papel ainda esticado que sofre com o cenário macro, mas gosto de uma (Lojas) Quero-Quero, small cap que sofreu muito e acho que tende a se beneficiar no governo Lula.”
O Felipe já fica com o pé atrás sobre as estatais. “Embora eu ache que o Lula seja mais de centro, ele tem na cabeça dele o dirigismo estatal pra fazer política pública, e vai usar estatais pra isso, não sei com qual intensidade. Petrobras dobrou no ano, então tem espaço pra cair. Fundo do poço tem porão.”
O segundo painel contou com o Daniel Goldberg, sócio-gestor da Lumina Capital Management. Ele ocupou o cargo de Secretário de Direito Econômico no Ministério da Justiça durante o primeiro governo Lula.
Na tentativa de fugir do tema central dos últimos meses, Daniel optou por não começar falando sobre eleições, mas sim sobre mercado de crédito. Ele diz que “às vezes, perdemos a perspectiva de que o mercado de crédito é de ordem e magnitude maior que o mercado acionário. O que está acontecendo no mundo no campo do mercado de crédito, é impressionante. Uma quantidade gigante de valor evaporou nesse mercado”. Ele fundamentou a tese mostrando o quanto de valor o mercado da China, só em Bonds, havia perdido em 2021. “Mais valor virou pó no mercado de crédito Chinês do que na crise 2008 inteira. Que mundo maluco!”. Para entender melhor sobre o assunto, você pode conferir a palestra que ele deu no vídeo gravado.
Para finalizar, o Felipe Miranda também conversou com o Daniel e não deixou o tema escapar e falou que “o mercado não sabe o que o mercado acha. Eu acho que o presidente Lula e sua equipe entendem a necessidade de criar uma outra âncora fiscal. Acho que eles aprenderam e absorveram a lição de que, no campo do macro, dar notícias ruins rapidamente faz sentido estratégico desde que você tenha tempo de colher os frutos políticos no final do mandato.”
Fechando o período da manhã, o Felipe Miranda voltou ao palco para entrevistar o Rubens Ometto, chairman da Cosan. Falaram sobre as empresas do grupo (Raízen, Comgás, Rumo, Compass, Moove) claro, em particular sobre a compra recente de uma participação na Vale. Segundo ele, o mercado ainda não entendeu a estratégia, por isso as ações da Cosan estão em queda. O empresário fez um breve comentário sobre o desfecho nas urnas: “Lula é um entusiasta do setor sucroalcooleiro. Não tivemos problema no governo dele e sim no governo Dilma. Espero que aqueles ministros dela não venham de volta”.
Outro tema que também ganhou novamente os holofotes nessa semana, foi a volta dos estrangeiros, assunto abordado no quarto painel do evento, pelo meu amigo Rogerio Xavier, da SPX. ”Não tenho dúvida alguma de que o investidor estrangeiro vai voltar com atenção maior sobre o Brasil.”
Isso porque, com Lula no poder, parece haver uma relação mais amigável internacionalmente. Quem se preocupa com ESG, está mais positivo com o resultado das eleições. Também há o fato de que, com os últimos resultados das bolsas de valores americanas, o investidor global começou a olhar mais para os países emergentes. Isso pode atrair muito fluxo estrangeiro.
O evento seguiu tarde afora, com o Thiago Salomão entrevistando João Luiz Braga, da Encore Asset, Ary Zanetta, da Brasil Capital, e Beatriz Fortunato, da Studio Investimentos.
Depois deles, o André Antunes, trader fundador da Scalper deu uma aula sobre Tape Reading. Ainda não o conhece?
Tivemos também um painel sobre investimento em precatórios, com os nossos parceiros da Hurst. A Empiricus Investimentos foi pioneira com a ajuda da Hurst em trazer a oportunidade de investir em precatórios a partir de R$ 10 mil. Se quiser saber mais sobre isso clique aqui.
E fechando o evento, o Vinícius Bazan, especialista da Empiricus em Criptomoedas, falou sobre o futuro dessa classe de ativos. Mais uma vez, se você não conseguiu assistir, tá tudo gravado aqui.
Semana que vem vou falar mais sobre os mercados e teremos uma leitura melhor da reação dos mercados às eleições e primeiros movimentos. Por enquanto guarde os resultados dos principais mercados no ano até o final de outubro. CDI cravado em +10%, Ibovespa recuperou forte em outubro (+5,45%) e acumula +10,70%. Ou seja, por caminhos tortuosos, a Bolsa igualou a taxa de juros básica da economia, um ótimo resultado dado o cenário externo: para comparar, a Bolsa americana em reais cai -20,87% (mesmo tendo subido +7,42% em outubro).
Muitos fundos aproveitaram a alta da Bolsa aqui e tiveram resultado bom em outubro, como o FoF SuperPrevidência (+2,5%) e o FoF Melhores Fundos (+2,04). No ano o destaque segue com o FoF MF Retorno Absoluto (+19,76%). Dentre os fundos de ações, o Dividendos segue ganhando da Bolsa, com +5,59% no mês e +17,43% no ano. No lado negativo, Tech Asia sofreu com o gosto ruim que o mercado ficou com a reeleição de Xi Jinping (como falei no Diário da semana passada). O fundo caiu -20,89% em outubro e cai mais de 50% no ano. Destaque misto para os fundos de Cannabis que subiram bem em outubro, mas continuam com queda acumulada no ano acima de 50%. Nos próximos dias vamos gravar o novo vídeo mensal falando sobre todos os fundos.
Antes de ir terminar, já que falei do meu Mengão, parabéns também ao Palmeiras pelo título antecipado do Campeonato Brasileiro, conquistado ontem (quarta 02/11). Nos veremos de novo na disputa da SuperCopa, no final de janeiro.
Mudanças em alguns dos nossos fundos
Conforme comentei algum tempo atrás, buscando dar mais eficiência à gestão e permitir uma melhor estrutura de custo para os fundos, fizemos algumas incorporações de fundo.
Hoje, quinta-feira (03/11), o Energia Limpa, o Biotech Ações e o Tech Games serão incorporados pelo Tech Select. Assim, os cotistas desses três fundos passam a ter posição no Tech Select. Se você tem esses fundos, o processo será automático, não precisa fazer nada.
Outra mudança foi a incorporação do Inter Vitreo Duplo Alpha no Inter Valor, fundo de ações com tese semelhante. Essa mudança ocorreu na semana passada.
Novidades da Prateleira de Fundos
A semana é de boas novidades para você.
Primeiro quero começar com a reabertura do Navi Long Biased, fundo recomendado pela turma dos Melhores Fundos e que tem retorno de IMA-B + 8,63% desde o início. Ele ficará aberto até 25/11.
Além disso, três indicados entraram em nossa prateleira.
Membros do FoF Melhores Fundos Novas Ideias, BTG Pactual Macro HF e Itaú Hunter Total Return chegam para ampliar, respectivamente, nossa oferta de multimercados e fundos long short.
A outra novidade é o fundo de ações Vinci Mosaico.
Carteira Mensal de Análise Quantitativa
22,83% contra 9,39% do Ibovespa apenas nos últimos 6 meses, um lucro de 2,43 vezes o índice: foi o que rendeu a carteira de análise quantitativa do Nilson Marcelo, analista credenciado pela APIMEC com mais de 12 anos de mercado e um dos pioneiros da análise quantitativa no Brasil.
Você pode ter acesso à carteira mensal de novembro agora mesmo. A intenção é uma só: fazer você buscar lucros no curto prazo investindo em ativos escolhidos através de dados matemáticos e estatísticos.
É claro que não podemos prometer a você que o mesmo acontecerá neste mês de novembro. Como você sabe, retornos passados não são garantia de lucros futuros.
O trabalho de escolher os ativos o Nilson já fez por você. Ele colocou em prática a análise quantitativa e estatística e selecionou cinco ações para você ter chances de lucrar durante este mês de novembro. Para acessar a carteira, basta clicar aqui.
Ofertas Públicas
VRTA11 – Fator Verità FII – 9ª Emissão
VRTA11 é um fundo imobiliário do tipo papel, definido como um FII de CRI, que investe seu capital de forma prioritária em títulos de dívida imobiliária (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e outros ativos de renda fixa, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letras Hipotecárias (LH). O fundo tem por objetivo de retorno a variação da Inflação + 7,41%. O encerramento das reservas será dia 10/11. Invista aqui.
TMPS11- Itaú Tempus FII – 1ª Emissão
TMPS11 é um Fundo listado com foco em aproveitar oportunidades no mercado de capitais do setor imobiliário, através da avaliação e compra de cotas de outros FII com descontos assimétricos e ativos de crédito com retornos atrativos, possibilitando uma diversificação nas classes de ativos, com foco em ganho de capital dentro do prazo determinado do Fundo. O Fundo tem por expectativa oferecer uma rentabilidade de longo prazo líquida ao investidor de 18% a.a. O encerramento das reservas será dia 04/11, amanhã. Invista aqui.
Caso você tenha alguma dúvida ou sugestão, basta enviar-nos pelo
atendimento@empiricusinvestimentos.com.br.
Até a próxima semana.
Um abraço,
Jojo.
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