Diário de Bordo
Meet George Jetson, o futuro chegou!
Um dos meus desenhos favoritos quando criança era Os Jetsons. Desde sempre a fantasia com o futuro remete ao carro voador do meu xará, George Jetson. Sonhar com o futuro muitas vezes dificulta percebermos que parte dele já vem acontecendo nos avanços do presente.
Enquanto os carros não voam (já viu o projeto da Eve Air Mobility, da Embraer?), já temos carros elétricos, carros semiautônomos nas ruas. Meu carro ainda não voa, mas já tenta estacionar sozinho.
Eu acho que o futuro já chegou.
Um dos assuntos mais comentados neste início de ano é o ChatGPT – uma tecnologia de modelo de linguagem desenvolvida pela OpenAI. Um programa de computador que foi treinado com grandes quantidades de texto da internet para responder a perguntas e ter conversas humanas. Funciona como um assistente virtual, ajudando as pessoas a obter informações e respondendo a perguntas.
O programa ganhou as manchetes ao ser aprovado com uma nota B- em exame no MBA de Wharton, um dos mais disputados e reconhecidos no mundo. Há relatos também do ChatGPT ter sido aprovado no US Medical Licensing Examination (USMLE), um exame para qualificação médica, nos EUA.
Antes de tirar seu MBA ou se tornar um médico, o programa já alcançou outras conquistas. A BuzzFeed, gigante da informação social, intensamente focada em produzir conteúdo viral, original e de alta qualidade viu o preço da sua ação subir muito depois que a empresa anunciou que iria substituir seus escritores (copywriters) pelos serviços da OpenAI. A ação que terminou o dia 25/01 valendo US$ 0,95 chegou a ser cotada por US$ 4,25 no dia 27/01 (alta de 347% em 2 dias) e fechou o mês de janeiro cotada a US$ 2,30 (233% de alta no mês).
Logo depois a Microsoft anunciou um investimento de U$ 10 bilhões na OpenAI, avaliando a empresa em mais de R$ 150 bilhões!
Eu confesso que tenho gastado algum tempo me divertindo com o ChatGPT. Aqui no trabalho, meu filho (você leu o último DB?) e a turma mais jovem têm aprimorado alguns códigos de programação com a ajuda do programa. E eu tenho feito alguns testes, não posso mentir…
Primeiro perguntei a ele quem é John Galt e pedi que me contasse sobre o discurso que o personagem faz durante mais de 80 páginas perto do final da obra de Ayn Rand, A Revolta de Atlas. Eis o que ele me respondeu:
“John Galt é um personagem fictício do livro “A Rebelião de Atlas”, escrito por Ayn Rand. O livro é uma ficção política e econômica, que se passa em um futuro distópico, nos Estados Unidos, onde a maioria da população vive em miséria e opressão econômica.
John Galt é um engenheiro e inventor que decide liderar um movimento de greve dos homens de capacidade produtiva, visando acabar com a opressão econômica e restaurar a liberdade e a prosperidade. Ele faz um discurso longo e famoso no livro, onde explica suas ideias e motivações para o movimento.
No final do livro, John Galt e seus seguidores têm sucesso em sua greve e conseguem acabar com a opressão econômica e restaurar a liberdade e a prosperidade no país.”
Se você não teve coragem de encarar as mais de mil páginas do livro, agora pelo menos você já sabe quem é John Galt e porque o livro ganhou fama nos últimos tempos, aqui no Brasil.
Como a versão atualmente disponível parou de receber dados em 2021, não consegui pedir que ele escrevesse um texto sobre o cenário econômico. Mas isso não abateu minha curiosidade. Pedi para me ajudar a fazer uma carta oferecendo o nosso fundo Atrium, que completou 7 meses no final de janeiro.
Incrível, não?
No ano passado, ganhei de presente o livro “Inteligência Artificial”. Nele, o autor Kai-Fu Lee, que já foi presidente da Google China e é considerado um dos maiores especialistas em inovação tecnológica no mundo, explica como o desenvolvimento sem precedentes da IA já está alterando as nossas vidas e expõe quais são as mudanças que podemos esperar nos próximos anos. Ele aborda a questão do futuro das profissões e avalia a disputa geopolítica entre Estados Unidos e China nessa corrida.
Eu li o livro pensando no futuro, em como deveria orientar meus filhos, que ainda estão na faculdade, sobre quais caminhos profissionais seguir. Li pensando no futuro, no carro voador dos Jetsons. Mas como refleti no início desse texto, o futuro já chegou. A cada dia, a cada instante, vamos absorvendo os avanços da tecnologia em pequenas doses que acabam passando despercebidas. Do mesmo jeito que não percebemos nossos filhos crescendo no dia a dia, até que nos damos conta que, de repente, estão grandes!
Criptomoedas perderam valor no ano passado? Sim. Mas as tecnologias do blockchain e finanças descentralizadas estão cada vez mais presentes nos bastidores das nossas rotinas. Metaverso parece ter sido uma modinha que ficou em 2021? Não para algumas empresas gigantes, como a Apple, que deve apresentar os seus óculos de realidade virtual e aumentada na WWDC, em junho deste ano. Você não vê ninguém voando em drones, mas estes são cada vez mais usados na agricultura, na área militar e na logística de grandes empresas de distribuição.
Então, olhe mais ao seu redor e aproveite o futuro, agora.
Para não dizer que não falei das flores, janeiro foi um mês de recuperação dos mercados, com o Ibovespa subindo +3,37% e o S&P +6,18%. O Real se valorizou frente ao Dólar, +3,88% em janeiro, fechando cotado a 5,07, menor valor desde o início de novembro, ainda em lua de mel no pós-eleição.
Já a Renda Fixa brasileira continua sofrendo, com medo do novo arcabouço fiscal. O IMA-B, que mede a performance dos títulos públicos indexados à inflação rendeu praticamente zero, enquanto o IRF-M, que mede a performance dos títulos pré-fixados, rendeu apenas +0,84%. Ambos perderam do CDI. A curva brasileira continua sendo a mais impactada negativamente pelos primeiros passos deste novo governo.
O Atrium, que comentei acima, subiu 1,32% (ou 118,1% do CDI). O fundo investe em vários FIDCs e os resgates são pagos 6 meses após o pedido. Vale conferir.
Finalmente, ontem tivemos mais uma “super quarta”, com o nosso Banco Central e seu colega americano definindo a taxa de juros daqui e de lá. Nada muito fora do esperado. Por aqui, o Copom manteve os juros inalterados em 13,75%, mas claramente se equilibrando entre uma certa satisfação com o efeito calmante que os juros altos já fazem na economia e na inflação – que dá sinais de esfriamento – ao mesmo tempo em que se preocupa com a situação fiscal brasileira após a posse do novo governo (que tem até agosto para substituir o teto de gastos por outra âncora).
Com a expectativa dos juros permanecerem altos por algum tempo, quem se beneficiou foi o Real, que chegou a ser negociado abaixo de 5 nesta quinta.
Ontem também, no mesmo dia que o Congresso voltou do recesso de fim de ano, Rodrigo Pacheco foi reeleito para a presidência do Senado e Arthur Lira para Câmara, claramente uma vitória do novo governo.
Já nos Estados Unidos, o FED diminui o ritmo de aumentos, conforme esperado, e subiu os juros em apenas 0,25% para o intervalo de 4,50% a 4,75%. Em seu discurso, o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, deixou claro que novos aumentos virão, mas atrelou o patamar final aos dados dos próximos meses. O mercado reagiu bem, continuando com o “bear market rally” do S&P.
Destaque mesmo para as criptomoedas, com Bitcoin subindo +42% e Ethereum +34%, aproveitando o cenário mais ajustado nos juros americanos. E seguiram subindo depois do anúncio do FED, no primeiro dia do mês (3,3% e 4% respectivamente).
Mudanças na família Tech
Enviamos ontem, 01/02, a convocação da assembleia geral de cotistas para incorporação dos fundos FoF Tech, Tech Brasil e Tech Ásia no Tech Select. A assembleia está marcada para o dia 23/02. Se você é cotista de pelo menos um desses fundos, fique atento ao seu e-mail. Lá você encontrará tudo o que precisa saber para participar da votação.
A ideia é exatamente essa: juntar todos os fundos da família Tech em um só. Isso deixará a gestão muito mais eficiente, com um fundo maior e com mais opções de investimentos. Não estaremos “presos” a teses específicas e poderemos navegar melhor os diferentes cenários daqui para frente.
Novas Carteiras
Todo início de mês o Nilson Marcelo, analista quantitativo aqui da Empiricus Investimentos, elabora uma carteira de ações e, a partir desse último mês de janeiro, ele também se tornou responsável por nossa carteira de BDRs (que são ações estrangeiras que podem ser compradas pela B3).
Hoje, temos uma ótima notícia: em seu primeiro mês, a carteira de BDRs já está entregando bons retornos, acima do benchmark. Foram +5,25% contra +4,37% do BDRX.
Em paralelo, a carteira de ações também ganha do índice. São +4,67% contra +3,37% do Ibovespa. Um resultado consistente obtido através de modelos matemáticos e estatísticos.
Acredito que, se você colocou em prática as carteiras logo no início do mês, deve estar colhendo bons resultados. Se você é investidor e ainda não começou a seguir as recomendações,queremos que você tenha chance de começar a buscar resultados como os do mês passado. Sempre lembrando que retornos passados não são garantia de lucros futuros.
Para a carteira de BDRs, a estratégia é baseada em momentum, utilizando técnicas de acompanhamento de tendências (trend-following) e força relativa (relative strength), que têm sido aplicadas como estratégias de investimento há mais de um século.
Para a carteira de ações, são utilizados a ciência e os algoritmos, modelos matemáticos e estatísticos para encontrar trades capazes de colocar dinheiro no seu bolso em curtos períodos de tempo.
Mas a verdade mesmo é que você não precisa fazer nenhum cálculo matemático. Nenhuma análise. Essa parte o Nilson Marcelo já fez por você.
A única ação que você precisa tomar é comprar os ativos e colocar em prática a carteira que já foi montada através das análises.
Antes de liberar o acesso à carteira, precisamos lembrar que você pode executá-la via assessor de investimentos. Vamos deixar o link aqui caso queira fazer seu investimento dessa forma (clique aqui para falar com o assessor).
Agora, para acessar a carteira de BDRs clique aqui.
Para acessar a carteira de ações, clique aqui.
Caso você tenha alguma dúvida ou sugestão, basta enviar para a gente pelo
atendimento@empiricusinvestimentos.com.br.
Até a próxima semana!
Um abraço,
Jojo Wachsmann
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