No show de rock

And here it comes, the moment when / You know you’ll never be the same again
Power chord, see the light / You found your place in the world tonight
At the rock show / You’ll be right in the front row
Heart and soul, they both know / It’s where you gotta be
-Halestorm

O festival de música The Town, aos moldes do seu primo famoso Rock in Rio, começa neste sábado.

Recheado de grandes estrelas, tem tudo para ser o grande evento musical do ano.

Mas quando olhei o line-up, decidi ir apenas no dia do Foo Fighters. Meu ouvido é sensível.

Mas tem que ter bateria, baixo e guitarra. Quiçá um pianinho. Sem batida eletrônica. E, com certeza, sem playback, que é bem mais comum do que imaginam.

Roqueiro pode até cantar mal no final da carreira. E olha que eu sei, pois a maioria das bandas que vou nos shows atingiram o auge na década de 80, e pelo jeito que viveram, têm sorte de estarem vivos.

Mas não precisam fazer playback, o público sabe todas as músicas e cantam por eles. Não vou perder tempo com o que não gosto.

E essa é uma lição que podemos levar para os investimentos. Investimentos são um pouco como o gosto musical. Vale a pena investir no que gosta.

Com certeza vocês já devem ter ouvido a célebre frase “invest in what you know”, mantra de gigantes de investimentos como Warren Buffet e Peter Lynch.

Investir no “conhecido” tem duas vantagens.

A primeira é que, quanto mais você conhece um ativo, melhor o seu julgamento sobre ele e maior a probabilidade da sua decisão estar certa.

A segunda vantagem é que, no caso do mercado ir contra a sua posição, você estará mais tranquilo e racional na hora tomar a decisão de zerar, segurar ou aumentar.

Principalmente porque você conhece bem o investimento.
É sempre mais fácil continuar com seu plano de investimento se você conhecê-lo a fundo, entendendo os seus movimentos.

Esse é o grande problema de um investidor que sai fora do seu suitability, isto é, monta suas carteiras fora de seu perfil de risco. Na primeira chacoalhada ele acaba caindo fora.

A convicção em seu investimento é muito importante. Entendê-lo ajuda nesta convicção.

Um jeito bom de obter convicção e entendimento aos poucos é investir em tranches, isto é, alocar aos poucos um uma ideia durante um período de tempo mais longo, ganhando assim convicção e entendimento gradualmente.

Investir no Brasil tem duas características boas para investir em tranches: o CDI (custo de oportunidade) é alto, e o ambiente é volátil.

Fiz um estudo rápido de um período de 10 meses entre outubro/2022 e julho/2023. Neste período a bolsa rendeu 10,8% contra um CDI de 11,1%. Um investidor que entrou na bolsa com 10 sucessivos aportes iguais todo começo de mês, deixando o que sobrou no CDI teria uma rentabilidade aproximada de 16,2%.

Muito bom, não? Mas nem sempre isso acontece. Apenas quando o mercado está bem incerto e sem tendência clara, mas evidencia porque não precisamos ter pressa e investir em etapas pode ser uma boa opção.

Falando em timing de investimentos, a bolsa brasileira parece ter se acalmado após as sucessivas quedas. Continua sendo um bom ponto de entrada, com tranches ou não.

Mas lembre-se sempre de entender o risco e, se a convicção não estiver alta, investir em etapas.

E para quem gosta de rock, sugiro o show do Alter Bridge recém anunciado para o começo de novembro!

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Até a próxima semana! 

Um abraço,
Rodrigo Knudsen