Diário de Bordo
Outubro vermelho: o mês da “reserva de valor”
O difícil mês de outubro chegou ao final. Os conflitos geopolíticos, as estatísticas econômicas e discursos dos Bancos Centrais deixaram marcas no sentimento dos investidores globais. A guerra entre Israel e o Hamas trouxe mais instabilidade para o comportamento dos ativos de risco.
Em um primeiro momento, os preços do barril de petróleo dispararam e voltaram a tocar suas máximas. Como sempre acontece durante conflitos bélicos, a commodity se torna o ativo favorito dos hedge funds. O “momentum”, entretanto, se dissipou, calcado na preocupação da situação das economias europeia e chinesa e, no mês fechado, o preço do barril de petróleo do tipo Brent caiu 7,69%.
Os olhos dos investidores se voltaram então para outros ativos classificados como reservas de valor. Neste âmbito, o ouro voltou a se destacar e tocou a barreira dos US$ 2 mil a onça-libra. A valorização no mês alcançou a marca dos 7,3%. O bitcoin também chamou atenção e, apoiado pelas notícias relacionadas à possível aprovação da SEC (CVM americana) para seus ETFs, surpreendeu e avançou mais de 27% em dólar.
O metal precioso voltou a chamar a atenção dos mercados por sua resiliência, mesmo nessa fase de juros elevados ao redor do mundo. Seja pela demanda dos Bancos Centrais, ou seja pelo simples fato de o ouro prover alguma descorrelação com os demais ativos de risco, os investidores têm optado por manter uma parcela da sua carteira alocada no metal, sob pena de serem pegos de surpresa por um eventual risco de cauda.
Essa é uma alocação que se provou vencedora em cenários de tensão:
(1) em 2019, quando o mundo ainda se assustava com os “tweets” de Donald Trump e vivia sob a ameaça do líder “supremo” norte-coreano Kim Jon-Un, o metal precioso avançou 18% em dólares e atingiu a marca dos US$ 1.500 a onça-libra;
(2) De março a julho de 2020, após o surto inicial do Covid, o metal precioso avançou mais 25% em dólares e atingiu a marca dos US$ 2.000 a onça-libra;
De lá para cá, o metal precioso andou praticamente de lado. Entretanto, vale a pena rememorar o contexto.
Ao longo dos últimos anos, o mundo viveu dois extremos. Primeiro, houve a maior injeção de recursos públicos na história da economia moderna. Em seguida, assistimos ao maior aperto monetário dos últimos 40 anos. A volatilidade provocada por estas decisões fez com que os títulos públicos americanos apresentassem perdas inéditas, praticamente irrecuperáveis para os investidores que carregavam títulos com vencimentos mais distantes. Do último topo até o fechamento de outubro, os títulos da dívida pública americana com vencimento em 10 anos perdiam mais de 30%.
No caso do bitcoin, vejo a sua excelente arrancada ainda dissociada da hipótese de um bull market clássico. Para mim, a alocação na moeda digital precisa ter como objetivo a diversificação dos instrumentos e consequente incremento de ativos descorrelacionados no portfólio do investidor. Aos poucos, a criptomoeda vem se tornando “mainstream” e se tornará parte estrutural do leque de ativos de reserva de valor.
Nesse ambiente que ainda traz dúvidas, de certa forma, as “Magnificent Seven” (M7) se destacaram e deram salvaguarda para os portfólios dos investidores. Apesar das quedas de 2022, por exemplo, tanto as ações da Apple quanto da Microsoft ainda avançam mais de 200% nos últimos cinco anos. É por isso (e por conta dos resultados resilientes) que abandoná-las ainda é algo difícil (e visto como desnecessário) para muitos…
Afirmo com alguma convicção que a retomada das Big Techs se deve aos bons números divulgados ao longo do ano. Se no primeiro semestre a “hype” veio do início da veiculação das estratégias ligadas à inteligência artificial, neste segundo, a impressão positiva veio do bom trabalho realizado em suas operações de forma geral.
Entretanto, mesmo com os resultados positivos das Megacaps, a bolsa americana não conseguiu manter o ímpeto do começo do mês. No fechamento de outubro, o índice S&P 500 perdeu 2,24%, enquanto o Nasdaq perdeu 2,8%.
Por aqui, o Ibovespa apresentou o mesmo comportamento e voltou para os 113 mil pontos (-2,94%). As Small Caps patinaram devido à curva de juros brasileira, que voltou a subir na esteira das dúvidas relativas ao problema fiscal. As dúvidas sobre a capacidade do governo em cumprir as metas prometidas ganham fôlego, ao passo que a arrecadação de impostos não avança. A janela para que as promessas se tornem realidade está se encerrando.
Nem mesmo as boas indicações para a diretoria do Banco Central feitas pelo ministro da economia Fernando Haddad foram suficientes para tranquilizar os mercados. A inércia clássica de outros períodos da economia brasileira ainda se faz presente.
A economia fraca, no entanto, abre espaço para a continuidade do processo de afrouxamento monetário no Brasil. Logo no primeiro dia de novembro, o Copom dará o tom e deverá continuar com seu passo de 50 pontos base de queda na Selic. Este movimento deveria trazer algum desafogo nos títulos prefixados e aos atrelados à inflação. Para o médio prazo estes ativos parecem oportunidades, mas ainda deverão ser confrontados com o cenário de desequilíbrio fiscal.
Diferentemente de outros momentos da história, desta vez, o ajuste das expectativas via o câmbio tem sido um instrumento em certo “desuso”. O dólar está praticamente estacionado na casa dos R$ 5,00, e oscila muito pouco dado o ambiente de incertezas. A Selic elevada é responsável em parte por este comportamento, mas arriscaria dizer que a principal força que segura o real é o quantum de exportação do país. A agropecuária, o minério de ferro e o petróleo são responsáveis por fortes volumes de entrada de moeda estrangeira, gerando um suporte importante para segurar os espasmos do pedaço da inflação mais ligada ao dólar. Por isso, as expectativas relacionadas aos preços permanecem ancoradas e com algum viés de baixa.
Neste sentido, nossa visão sobre os ativos de risco brasileiros permanece a mesma. A bolsa local contém um desconto excessivo frente aos pares globais, enquanto a renda fixa ainda guarda uma gordura bastante razoável. A paciência é a peça chave aqui e deve trazer bons frutos à frente.
Que venha o mês de novembro!
Já está na hora de turbinar a sua restituição de IR de 2023
Estamos na reta final de 2023. Sempre que chegamos a este período do ano, acende o alerta: são os instantes finais para turbinar a sua restituição de Imposto de Renda do ano que vem e reduzir em até 12% a sua base tributável na declaração de IR.
Para isso, tudo o que você precisa fazer é investir em uma previdência PGBL. A Empiricus Investimentos é expert em fazer produtos de previdência bem sofisticados. É o caso do nosso, o FoF Prev Arrojado, fundo com foco em renda variável. Ele tem FoF no nome porque é um fundo de fundos.
O FoF SuperPrev Arrojado reúne os melhores fundos de previdência de ações do Brasil de forma diversificada e acessível. O caráter arrojado está fazendo com que o fundo supere o Ibovespa este ano. Enquanto rende 9,55%, o Ibovespa rende 4,06%.
Este fundo se inspira na série Os Melhores Fundos de Investimento, da Empiricus Research, comandada pelo Mérola.
Essa é uma chance de você buscar potencializar a sua parcela de investimentos dedicada à aposentadoria ALÉM DE receber uma maior restituição de IR do Governo.
Para investir, você precisa clicar no link e acessar a sua conta Empiricus Investimentos. Em seguida, clique em “Investir > Previdência > Aplicar”. Selecione “Contratação Icatu” e procure pelo fundo “VITREO FOF SUPERPREV ARROJADO ICATU FIM”.
Forte abraço,
João Piccioni
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