Diário de Bordo
O que trazes para mim?
Todo ano é a mesma coisa aqui nesta época.
A primeira semana de abril se acaba e o assunto passa a ser um só: os ovos da Páscoa.
Aqui em casa o assunto fica dividido entre os novos formatos de chocolates e os preparativos para o Pessach, a Páscoa judaica.
Junto com a euforia dos ovos da Páscoa, há toda aquela expectativa sobre a vinda do coelho.
Afinal de contas, ele vem todo ano, não é mesmo?
Durante o jantar de Pessach, também esperamos uma visita especial, do Eliahu Hanavi, o profeta Elias, figura ilustre nas três grandes religiões monoteístas, que traz uma mensagem de paz e redenção.
Mas este ano, especificamente, com todo esse clima de tensão – medo, pavor ou qualquer outro nome – reforçado a todo instante pela paralisação da maioria dos serviços, uma classe em especial foi atingida: as crianças.
Aqui em casa e imagino que em todos os países que seguem a tradição e os festejos, a pergunta será a mesma. O coelho da Páscoa vem este ano? O profeta Eliahu vem visitar nosso Seder, nosso jantar festivo, este ano?
Uma boa resposta veio de muito longe, mais precisamente da Austrália, onde uma MUDANÇA quebrou protocolos e fez toda a diferença.
O Premiê da Austrália Ocidental, Mark McGowan, anunciou a emissão de uma liberação especial para que o coelho da Páscoa tenha a permissão de quebrar a quarentena estabelecida por conta do coronavírus e possa circular livremente para fazer suas entregas.
Em vídeo, McGowan disse que a decisão veio após receber um e-mail de uma criança de apenas 9 anos, preocupada se o coelho iria ou não poder entregar os ovos.
Isso nos traz algumas lições, dentre elas a de que mesmo em tempos caóticos, há sempre motivos para acreditar em dias melhores, na humanidade, e que vale a pena manter a esperança viva – principalmente quando se fala de criança.
A outra lição, apesar do exemplo lúdico da mudança de protocolos, mostra-nos como devemos agir rápido e nos adaptar às mudanças que teimam em não nos pedir licença para chegar.
O coronavírus veio e mudou a realidade do mundo. Ou melhor, parou o mundo.
Ou nos adaptávamos ou morreríamos. A primeira opção nos soa melhor e é o que estamos fazendo.
Apesar de estarmos sem contato externo, continuamos trabalhando intensamente. Cada um de sua casa.
Neste momento de crise, entendemos que é fundamental não deixá-lo desamparado. Estamos tomando todas as medidas para blindar seu patrimônio, enquanto criamos estratégias para deixá-lo o mais bem informado possível.
Estamos ainda mais próximos. Temos conversado com os gestores que estão nas nossas carteiras, estamos fazendo alterações nos nossos portfólios e estamos totalmente atentos às mudanças nos mercados. Tudo isso para juntos atravessarmos este tempo desafiador.
Chag Pessach Sameach! Feliz Páscoa!
Mudanças nos FoFs Melhores Fundos
Na semana passada, Bruno Mérola e equipe, que assinam o relatório “Os Melhores Fundos de Investimento” da Empiricus divulgaram um relatório com várias modificações da carteira teórica dos FoFs da família Melhores Fundos.
Nosso trabalho aqui na Vitreo, como você já sabe, é avaliar essas ideias, fazer nossas análises e validações, para então colocar em prática as alterações.
Não está sendo diferente desta vez. Avaliamos tudo e estamos implementando as indicações. Fundamental lembrar que essas indicações respeitam todos os prazos de resgates dos fundos investidos que estão deixando a carteira. Estimamos que tudo esteja implementado até os primeiros dias de junho.
O que então estamos fazendo a esse respeito?
FoF Melhores Fundos
Antes de apresentar as mudanças na carteira, o relatório da semana passada explicava como são definidas as alocações nas diferentes classes, , dividindo-as entre estratégicas (de longo prazo) e táticas (desvios de curto prazo que variam de acordo com o cenário).
O que isso significa? Temos uma alocação diversificada padrão de longo prazo (o ponto “neutro”). Dependendo do cenário podemos ficar mais animados ou mais defensivos. Essas mudanças de curto prazo são os movimentos táticos. Com isso, fica mais claro o que podemos esperar do fundo. Essa regra equivale à política de investimento de um fundo exclusivo, por exemplo, largamente usado por gestores de patrimônio.
Ainda que o relatório trate isso como uma novidade, entendo que esse sempre foi o espírito do FoF Melhores Fundos, com sua alocação multiestratégia, entre diferentes classes de ativos. Agora isso está mais bem documentado e transmitido.
A tabela abaixo resume os limites determinados.
Ela funciona assim, como se fosse a marcha de um carro: quando o cenário permitir uma visão mais otimista, sairemos do “Neutro” e daremos um passo à frente para o “+1”. Se estivermos muito animados, daremos mais um passo, indo para o “+2”. Quando o cenário for mais negativo, com muitas nuvens e trovoadas, podemos dar marcha à ré, dando 1 ou 2 passos para trás.
Hoje estamos no “neutro” em todas as classes de ativo, preparando-nos para uma eventual virada de cenário.
Para poder executar essas eventuais mudanças táticas na carteira, a carteira do FoF Melhores Fundos passará a ter mais liquidez – tanto na parte de Renda Fixa como no uso de fundos indexados na Renda Variável.
Resumidamente, eis as mudanças na carteira:
- Aumento relevante da Renda Fixa de 5,5% para 20%, subindo Caixa para 10% e incluindo alocação de 10% em juros reais com o Vitreo Inflação Longa FIRF (mais barato do que comprar NTN-Bs no Tesouro Direto).
- Redução da Renda Fixa Crédito de 20% para 15%, reduzindo Brasil Plural, Capitânia e JGP e trocando CA Indosuez Grand Vitesse FIRF CrPr pelo Captalys Panorama FICFIM CrPr.
- Redução importante dos Multimercados de 45% para 30%, com redução dos fundos classificados como Carregamento de 21,75% para 10,5% (com a saída do VTR SN FICFIM (SPX Nimitz) e Absolute Vertex II FICFIM), redução dos fundos classificados como “Trading” de 18,75% para 13,5% e aumento dos fundos “Sistemáticos” de 4,5% para 6%.
- Aumento leve da Renda Variável de 22% para 25% com uma boa mexida na carteira. Entrada dos “Indexados”, aqueles com maior liquidez, com 6,5% entre o BOVV11 (ETF Ibovespa) e o Nest FIA. Redução dos “Long Only” de 14% para 10,5%, com a saída do IP Participações IPG FICFIA BDR Nível I entrada do ATMR II FICFIA (Atmos). Redução dos “Long Biased” de 8% para 6% (com a entrada do Dahlia Total Return FICFIM e do VTR Miles Acer Long Bias FICFIM). E finalmente entrada do Trígono Flagship 60 FICFIA levando a parcela de Small Caps” para 2%.
- Aumento das Proteções de 4,5% para 5% com a troca do Icatu Vanguarda Dólar FI Cambial pelo Vitreo Dólar Cambial FI (mais barato).
- Reclassificando de Proteções para Renda Variável Global e aumentando de 3% para 5% o SPXI11 (ETF S&P500).
A tabela abaixo detalha essas movimentações:
Aos poucos, vamos trazendo mais informações sobre esses fundos. Abaixo fiz um breve resumo de cada um dos novos entrantes.
Captalys Panorama FICFIM CrPr é um fundo de crédito corporativo comandado pela Margot Greenman; investe em diferentes estratégias de crédito, com exposição em diferentes setores econômicos. Eu fui um dos primeiros investidores da Captalys quando ainda se chamava Financial.
ATMR II FICFIA (Atmos) é um fundo de renda variável da Atmos Capital aberto pontualmente agora em março, que replica a estratégia do fundo principal da gestora, fechado há anos. Esse era um dos nossos sonhos de consumo. Comandado pelo Bruno Levacov e Lucas Bilawski, o fundo é um Long Only, tem como objetivo investir em empresas com potencial de crescimento e vantagens competitivas sustentáveis a longo prazo.
Nest FIA é um fundo de renda variável da gestora Nest, comandada pelo Felipe Prata e Luiz Fonseca, e que tem ainda como sócio ilustre o empresário Roberto Justus. O fundo busca seguir (e superar) o índice Ibovespa com operações de aluguel e arbitragem com as ações pertencentes ao índice ou àqueles que tenham uma alta correlação com ele. O fundo tem liquidez D+3 e é mais barato e rentável para o FoF do que investir em ETFs.
Trígono Flagship 60 FICFIA segue a mesma estratégia de seu fundo principal que já fazia parte da carteira do FoF Melhores Fundos Ações, apenas com prazo de resgate diferente. O fundo, comandado pelo experiente Werner Roger, investe principalmente em empresas Small Caps, aquelas com valor de mercado abaixo de R$ 5 bilhões de reais e/ou liquidez diária abaixo de R$ 10 milhões.
Dahlia Total Return FICFIM é um fundo de renda variável, Long Bias, da Dahlia Capital. Comandado pelo José Rocha (ex- Quest e Apex), tem como objetivo gerar retorno real, principalmente através do mercado de ações no Brasil. O fundo pode ainda comprar ações na América Latina, além de renda fixa, derivativos e crédito.
VTR Miles Acer Long Bias FICFIM é um feeder exclusivo criado para a Vitreo do fundo de renda variável Long Bias da Miles. O fundo, comandado pelo Fabiano Custódio, compra ações de empresas brasileiras, mas também pode ter posições vendidas e de empresas da América Latina.
FoF Melhores Fundos Multimercados
A carteira do FoF Melhores Fundos Multimercados sofreu poucas alterações. A ideia é deixar a carteira do fundo mais alinhada com a “carteira-mãe” dos multimercados no FoF Melhores Fundos.
As mudanças são reduções pontuais de 2% do Ibiuna Hedge STH FICFIM, 6% do Absolute Vertex II FICFIM e 2% do Legacy Capital VTRO FICFIM para uma entrada futura de 10% do Kinea Atlas II FIM.
O veículo exclusivo para a Vitreo investir na Legacy Capital ficou pronto e começamos os investimentos nesta semana.
O Kinea Atlas II FIM está fechado atualmente, mas como o próprio Marco Freire, gestor dos fundos da Kinea, disse em nossa Live na última 2a feira, o fundo deve reabrir no meio do ano.
A tabela abaixo detalha essas movimentações:
FoF Melhores Fundos Ações
A carteira do FoF Melhores Fundos Ações sofreu algumas alterações. Aqui também a ideia é deixar a carteira do fundo mais alinhada com a “carteira-mãe” dos fundos de renda variável no FoF Melhores Fundos.
Abaixo o resumo das mudanças:
- Aumento de 64% para 68% nos “Long Only” com a saída do Indie FICFIA, redução parcial do Equitas Selection FICFIA e Athena Total Return Institucional II FIA e aumento dos demais fundos.
- Mudanças nos “Long Biased” com a entrada do Dahlia Total Return FICFIM e VTR Miles Acer Long Bias FICFIM), saída do VTR SF FICFIA (SPX Falcon) e redução do Apex Long Biased FICFIM e Safari 45 FIC FIM II.
- Aumento dos Small Caps de 2% para 8% com a entrada do SMAL11 (ETF de Small Caps) e aumento do Trígono Flagship FIA.
- Saída do SPXI11 (ETF S&P500) reduzindo Renda Variável Global de 10% para 0%. Essa mudança é mais conceitual, deixando o fundo focado em gestores brasileiros. Mas é compensada com o aumento do fundo IP Participações.
A tabela abaixo detalha essas movimentações:
O que fizemos nas outras carteiras nesta semana?
Após as várias modificações em março, fizemos alguns ajustes finos adicionais em alguns dos fundos no começo de abril.
No Carteira Universa, reduzimos adicionalmente o risco da carteira vendendo índice Futuro, diminuindo em 5% nossa exposição líquida de renda variável, que está atualmente em apenas 11,75%.
O Money Rider Hedge Fund também aumentou suas proteções após o rali dos últimos dias. Compramos opções de venda (Puts) sobre o ETF que replica o Russell 2000, um índice de SmallCaps norte-americano.
O PRP começou o mês vendendo, com um bom lucro, as ações da Azul, compradas em uma oportunidade durante a crise. Em seguida, fez um bom movimento de proteção, diminuindo em 13% sua exposição às ações e em 1% seus fundos imobiliários.
Nos fundos Long Only também fizemos alterações, sempre procurando distorções que a crise pode ter causado. Compramos a Micro Cap Banco BMG para os fundos Microcap Alert e MAB Plus. Ainda não alteramos o Oportunidades de uma Vida neste mês, após as diversas mudanças de março.
Pergunte ao Jojo
Frequentemente recebemos perguntas sobre os produtos Vitreo por e-mail.
Pensando em facilitar a nossa comunicação, tirar todas as dúvidas, além de ouvir críticas e sugestões, abri este espaço como nosso canal direto.
Para questionamentos gerais, criamos uma Central de Atendimento onde você encontra um time pronto especialmente para atendê-lo. Basta clicar aqui.
Ambas as perguntas demandam um mesmo cálculo: em quanto tempo o diferimento de imposto compensa a taxa de 0,25% ao ano cobrado no Tesouro Direto. Infelizmente para o cálculo é necessário fazer uma premissa dos juros futuros. E este valor influencia demais o resultado.
Inicialmente deixei os juros constantes em 5% a.a. por todo o período. O resultado que obtive foi o seguinte: o Tesouro começa a valer a pena depois de 19 anos. É claro que o diferimento em um ambiente de juros baixos não é interessante.
Se eu estressasse a premissa dos juros para 10%, o resultado do break-even seria menor, de 7 anos. De qualquer maneira fica claro que para uma reserva de emergência ou investimento para o curto prazo, o investimento no fundo seria a melhor opção.
Especial Quarentena – um plantão de dúvidas ao vivo
Em linha com nosso compromisso de sermos sempre transparentes com você e para estarmos cada vez mais juntos neste momento tão delicado, amanhã (10/04), eu e Patrick faremos ao vivo o Especial Quarentena – nosso plantão de dúvidas semanal sobre produtos e investimentos.
Acompanhe e participe conosco, enviando as suas dúvidas e perguntas, que responderemos em tempo real. Se preferir, você pode também pode encaminhar sugestões por e-mail, para o duvidas@mkt.vitreo.com.br.
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