Carta do Gestor

Céu In May

George Wachsmann

1 jun 2021, 8:00 (Atualizado em 1 jun 2021, 8:00)

Não foi um “Sell in May”. Foi um “céu in May”. Novamente um mês de retomada econômica nos EUA, apesar das preocupações sobre a inflação, que balançaram os mercados no meio do mês. Destaque para o Brasil, com forte alta na Bolsa, chegando novamente a atingir patamares recordes. Nesse cenário, nossos fundos locais, com risco local renderam bem, com destaque para o Oportunidades de Uma Vida e o Long Biased. Os fundos globais acabaram sofrendo bastante dada a forte queda do dólar no mês, com destaque negativo para os fundos de criptomoedas.

Esta é nossa Carta do Gestor. Nela, você encontra um resumo dos mercados durante o mês e uma breve análise sobre o resultado de cada um dos nossos fundos. No fim da carta, você encontra uma tabela com os resultados de todos os fundos.

Lembre-se que, por uma regra da CVM, só podemos falar sobre o resultado dos fundos que tenham mais de seis meses de histórico.

Como foram os mercados em maio

Quem acompanha o mercado há algum tempo já conhece um velho ditado: sell in May and go away, indicando para zerar posições, uma vez que maio é normalmente um mês ruim. Contudo, o mês contrariou a previsão, principalmente no cenário brasileiro. O Ibovespa bateu seu recorde de pontos (126.215) no último pregão do mês e fechou com alta de 6,16% mesmo com toda a volatilidade do mercado (o índice chegou a ter queda de 2,65% em um dia). Já o S&P subiu em 0,55%, o MSCI World, 1,26% e a Nasdaq caiu 1,26%, sofrendo ainda com a rotação setorial.

Logo no começo do mês, o Copom anunciou o aumento da Selic para 3,5%, indicou um aumento de 0,75% na próxima reunião em junho e sinalizou que a normalização será parcial, isto é, não caminhamos para uma taxa de juros neutra (6,0%-6,5%) por enquanto. O IRF-M (índice que mede a rentabilidade de títulos públicos pré-fixados) subiu apenas 0,20% e o IMA-B (índice que mede a rentabilidade de títulos públicos indexados à inflação), 1,06%.

Por sua vez, as proteções tiveram excelente performance com o ouro subindo 7,79% e a prata 8,14% contra o dólar. O dólar comercial teve queda de 3,96% fechando o mês em 5,22 e prejudicando a rentabilidade dos nossos fundos que tem exposição a ele.

Ainda no cenário local, o mês foi marcado pela CPI da Covid, que segue com polêmicas e teve como um dos destaques o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tentando blindar o presidente Jair Bolsonaro. Junto a isso, houve protestos contra o mandatário, que respondeu participando de algumas carreatas em seu apoio. De qualquer maneira, a CPI não tem afetado o mercado, que prefere focar nos indicadores locais e estrangeiros e nas discussões sobre as reformas tributária e administrativa. Um novo risco que surge são os temores com a possibilidade de uma crise hídrica.

No fim de maio, foi anunciado que a Copa América será disputada no Brasil, o que novamente dividiu opiniões. A decisão foi tomada após a Colômbia desistir de sediar o evento de futebol devido às tensões e conflitos entre a população e a polícia; e a Argentina recuar por causa do número de casos de Covid no país. O cenário sul-americano ainda contou com a aprovação no Chile de uma nova Constituinte.

Em termos de vacinação, o Brasil segue avançando aos poucos, e o mês foi marcado pelo início da utilização da Pfizer. Também foram solicitadas a avaliação da Anvisa para 95 milhões de doses da Covaxin, da índia, e da Sputnik V, da Rússia. Em termos mundiais, o país que vem sofrendo mais com a pandemia é a Índia.

Nos Estados Unidos, a principal preocupação é a inflação, o que gerou muita volatilidade em todos os mercados ao longo do mês. O Fed destacou que seguirá incentivando a economia e que a pressão inflacionária é transitória. Mas também indicou que existem discussões sobre começar a diminuir a compra de títulos (tapering). Na Bolsa, o mercado segue vendo a migração de empresas de tecnologia para as dos setores mais tradicionais.

Como foram os nossos fundos

Você já deve saber, mas não custa lembrar. Só podemos comentar sobre a performance dos fundos que têm mais de seis meses de histórico.

FoF

FoF SuperPrevidência e o FoF SuperPrevidência 2 encerraram o mês em alta de 1,47% e 1,41%. Considerando os últimos seis meses, acumulam um retorno de 6,02% e 6,01%, respectivamente. O mês foi propício para ativos de renda variável, como pode ser observado pelos grandes índices de mercado brasileiro, como o Ibovespa, que subiu 6,16% e alcançou as máximas históricas; e o Small Caps, que avançou 6,32% no mês. Nessas duas classes, respectivamente, os grandes destaques foram o Atmos Institucional e o ETF Small11. Persistindo o movimento de queda do dólar já comentado na carta de abril, os fundos atrelados ao movimento cambial tiveram perdas da ordem de 3,00%, o que gera um impacto de cerca de 0,10% dentro do portfólio, devido ao percentual alocado. Outro grande detrator da carteira foi a alocação no recém-lançado ETF de Criptoativo, o HASH11, que sofreu com 30,18% de queda. O Bitcoin é o principal ativo do ETF, e ao longo de maio registrou um dos piores desempenhos mensais já registrados desde sua origem.

O portfólio teórico sofreu uma substituição no mês de maio, com a saída do fundo do Athena Icatu FIA Previdenciário FIFE, que dá lugar ao fundo da Moat Icatu Prev II FICFIA. O motivo da alteração foi puramente quantitativo, dado que os resultados de longo prazo têm deixado a desejar frente aos pares presentes na carteira. A adequação dessa mudança será finalizada ainda em junho, dados os prazos de resgates dos fundos.

FoF Prev Arrojado apresentou alta de 3,71%, enquanto seu irmão 100% ações, o FoF SuperPrevidência Ações, entregou alta de 4,38%. O grande destaque do mês é o HIX Prev 100 Master, que apresentou retorno de 8,88%. A decisão de saída dos fundos da Athena também reverberou sobre os portfólios voltados para Bolsa, e a liquidação dos resgates permitirá o aumento de exposição no fundo da Moat. A outra mudança realizada foi o aumento da parcela destinada ao ETF Small11, que está sendo realizada de forma gradativa, à medida em que os fundos tenham disponibilidade.

FoF Prev Conservador fechou o mês com retorno positivo de 0,46% e não apresentou mudanças na carteira. O grande destaque foi o fundo Icatu Vanguarda Inflação Curta IMA-B, com retorno de 0,65% no mês.

FoF Melhores Fundos terminou o mês com uma alta de 1,30%, impulsionado pelas altas do mercado de renda variável. Os grandes destaques foram as posições em BOVV11 e no fundo Bogari Value D, com retornos de 6,16% e 7,11% respectivamente. Os grandes detratores do mês foram as alocações em Dólar e em Criptoativos, casos semelhantes aos citados no SuperPrevidência.

A grande novidade no mês foi a estreia da alocação no FoF Nova Ideias, com um percentual de 1,5% obtido por meio da diluição do JGP Strategy, devido ao fechamento deste para captação e sem perspectiva para reabertura. Dessa forma, o fundo engloba uma parcela em um conjunto de fundos multimercados que representam as gestoras recém-criadas de maior convicção da indústria.

FoF Melhores Fundos Ações fechou o mês com resultado 3,76% positivo. Aqui se encontra o maior número de mudanças da carteira teórica contidas na última publicação. Tivemos a redução da alocação em fundos Long Biased, que saiu de 24% para 20%, com o respectivo aumento de peso das estratégias Long-Only e Small Caps, a partir da decisão de tomar uma exposição mais direcional à Bolsa.

FoF Melhores Fundos Mutimercados fechou maio com resultado 0,67% positivo, em que a principal atribuição de performance do fundo foi decorrente da alocação no fundo VTR Kapitalo Zeta, com 2,21% de retorno no mês. Segregando por classes, os fundos Sistemáticos ganharam tração no mês, com destaque para o Giant Zarathustra Vitreo FICFIM, com retorno de 1,87%.

FoF Melhores Fundos Global fechou maio negativo, com retorno -2,00% e mantém uma alta de 3,85% no ano de 2021. A forte retomada no mercado nacional resultou no recuo forte do dólar, o que impacta diretamente o fundo. Já a versão FoF Melhores Fundos Blend teve um retorno muito bom, com 0,60% de alta. O fundo conta com 80% alocado no mercado nacional resultando na boa performance.

FoF ESG fechou o mês com um retorno de 4,34%, sem mudanças na carteira ao longo do mês. Mesmo com um retorno de 2,24% no mês, o fundo Constellation Compounders ESG FIA se posicionou como o pior desempenho da carteira. Este vem de alguns duros meses, principalmente decorrente das alocações em XP, Stone e Mercado Livre.

FoF Best Ideas encerrou o mês com um resultado de 0,71% no mês e se encontra fechado para captação. Ao longo de maio, houve a aprovação para incorporação deste no FoF Retorno Absoluto, que ocorrerá nos próximos meses. O fundo, consequentemente, vem sofrendo algumas alterações para aderir a carteira do FoF Retorno Absoluto, como a inclusão do Vinland Macro Plus FICFIM e do Giant Zarathustra Vitreo FICFIM.

Essencial Moderado entregou 0,91% de retorno positivo, resultado de uma combinação diversificada em diversas classes por meio dos fundos da Vitreo. Não houve inclusão de novos nomes na carteira no mês, e o fundo encerrou os últimos resgates realizados nos meses anteriores, o que permitiu aumentar a aderência da carteira em relação ao portfólio alvo.

Multiestratégias

Carteira Universa teve um retorno de 1,84% no mês, acumulando 4,04% no ano. O fundo teve um mês de altos e baixos, recuperando a sua rentabilidade nos 45 minutos do segundo tempo, batendo o seu benchmark. Ilustrando o cenário volátil de maio, as movimentações do fundo se resumiram aos encerramentos de nossas alocações em Sanepar no book de ações e Enjoei no book de ideias. Mesmo com essas modificações, aumentamos a alocação no setor de Utilities, ao introduzirmos as ações da Alupar ao nosso book de ações, e aumentarmos a nossa exposição internacional por meio de uma alocação nas tradicionais ações da Chevron.

Com isso, reduzimos nossa alocação em renda fixa para 23,9%, mantivemos as commodities em 3,4% as moedas em 4,6%, os fundos imobiliários em 7,6%, aumentamos os ativos internacionais para 16% e reduzimos as ações brasileiras para 44,5%.

O Carteira Universa Prev rendeu 1,76% em maio, e no ano acumula rentabilidade de 2,88%. No fundo previdenciário, fizemos as mesmas alterações e mudamos a adaptação que havíamos feito para simular a alocação em Vanguard Real State, pelo iShares Core US Reit, que tem correlação forte e volatilidade similar quando comparado ao ativo original. Além disso, reduzimos a diferença do fundo previdenciário, ao reduzirmos as alocações em Alibaba e JD para introduzir a BDR de Sea Limited ao portfólio.

Money Rider Hedge Fund sofreu uma leve correção, novamente impactado pelo dólar. Em maio, o fundo rendeu -1,83%, mas, mesmo assim, no ano o fundo acumula incríveis 9,96%. No mês, fizemos diversas alterações, zerando posições em ações e ETFs como a Bristol-Myers Squibb, Renaissance IPO e Ishares MSCI Japan. Reduzimos as posições nas ações da Amazon, do REIT da Colony Capital, e dos ETFs Invesco China Technology, ARK Innovation e Amplify Online Retail. Por outro lado, reforçamos as nossas posições em EPR Properties e Ishares MSCI United Kingdom, SPDR Euro STOXX 50 e SPDR S&P Dividend. Por fim, adicionamos a Freeport-McMoran ao nosso book de commodities, a Target ao book de ações, e duas calls (opções de compra), das ETFs Financial Select Sector SPDR® Fund e Proshares Short QQQ, ao book de opções.

Universa Rider Blend entregou um retorno de 0,94% em maio, fazendo jus ao seu nome de Blend, novamente num cenário em que 80% do retorno do fundo derivou da rentabilidade do Carteira Universa e 20% do Money Rider Hedge Fund. No ano, o fundo rende 4,85%, tendo sido mais impactado pela excelente performance do Money Rider Hedge Fund.

Por fim, o Renda Extra, fundo inspirado no relatório Double Income teve uma rentabilidade de 1,98% em maio. No ano, o fundo rende -2,29%, e no mês não realizamos nenhuma alteração na carteira.

PRP iniciou o mês de maio sem grandes novidades e fechou com uma forte alta de 4,34%. O fundo acumula 3,48% de alta em 2021. Mês bastante otimista para os mercados em geral, o fundo realizou algumas mudanças para surfar esse avanço. Passou a fazer parte de nossa carteira as empresas Smartsheet (SMAR) com 1,25%, Everbrigde (EVBG) com 1%, Wix (WIX) com 1%, diminuindo a alocação em renda fixa. Em seguida zeramos nossa posição em Stone (STNE) e Ultrapar (UGPA3) aumentando nossa posição em 3% para BOVV11 e SMAL11.

Ações

O fundo Oportunidades de Uma Vida, teve um mês de maio muito positivo, rendendo 8,10%, superando o Ibovespa por quase 2%. No ano, o fundo rende incríveis 17,79% enquanto o índice rende 6,05%. No mês, montamos três novas posições: Grupo SBF (Centauro), Lojas Marisa e Petrobrás. A mudanças foram feitas a partir de reduções nas posições de Oi e Lojas Americanas. No mês, as teses de investimento que contribuíram positivamente com o resultado do fundo foram as Lojas Quero-Quero, Eneva e Banco Pan.

Microcap Alert se recuperou no mês de maio, rendendo 4,11%. No ano, o fundo rende -2,96% contra uma rentabilidade de 9,99% do índice. Ainda estamos muito construtivos com as teses dos papéis e seguimos com nossa estratégia que visa capturar pequenos ganhos em movimentos bruscos de mercado, alterando os pesos das alocações com uma maior frequência. Além do aumento nos trades, zeramos nossas posições em ações do Banco BMG e da construtora Lopes. Por outro lado, montamos duas novas posições, uma nas Lojas Quero-Quero, e outra na Tegma Gestão Logística.

Já o MAB Plus teve um retorno de 5,91% em maio, não superando o seu benchmark, o índice Ibovespa. No ano, o fundo rende 1,08%. Parte da atribuição do resultado inferior ao seu benchmark é decorrente das microcaps, que demandam maior tempo para a maturação de suas teses e tiveram rentabilidade inferior ao seu índice de referência, além disso, os eventos de cauda do cenário político brasileiro atingiram o fundo nas posições de Petrobras e Banco do Brasil. Entretanto, no MAB, temos deixado a carteira mais agressiva, com trocas e alterações constantes nos pesos das ações. Ao todo, no mês realizamos cerca de 29 pequenas operações táticas, de reduções e aumentos nos percentuais de nossas alocações, que capturaram ganhos de curto prazo na carteira. Também fizemos as mudanças relativas à estratégia Plus na carteira, e no portfólio MAB, optamos por trocar nossas posições em Itaú e Brasil Foods por Cielo e Banco Santander.

Dividendos por sua vez, teve um retorno de 6,57% em maio e no ano acumula uma rentabilidade de 1,36%. O fundo tem uma estratégia de investir em ações de empresas consolidadas no seu mercado de atuação e boas pagadoras de dividendos, que potencializam os ganhos de juros compostos. Por conta de nossa estratégia de buy and hold, não fizemos nenhuma alteração de ativos e seus respectivos pesos na carteira.

Mês positivo para o Special Situations, o fundo inspirado na publicação “Ações Exponenciais” da Empiricus. Como o próprio nome diz, são selecionadas ações com grandes potenciais de crescimento no longo prazo, devido às mudanças estruturais nas empresas. Assim ficamos sujeitos a grandes oscilações em alguns períodos de estresse de mercado. Fechando o mês de maio, nosso fundo teve alta de 1,21% e segue acumulado de 3,63% no ano.

Completando seis meses, o Deep Value chega ao nosso relatório a todo vapor! O fundo supera o Ibovespa no mês com retorno impressionante de 8,04%. No ano rende 9,11% e acumula 16,60% desde seu início no final de novembro.

Já o Long Biased teve um mês espetacular, rendendo 8,24% e batendo tanto o CDI quanto o Ibovespa, mas no ano ainda acumula um resultado de -0,56%. O fundo tem alguns pilares como dinâmica e proteção, visto que parte dos seus recursos são alocados em caixa. Isso permite uma proteção de capital nos momentos de baixa e a obtenção de lucros nos momentos de alta. Dada a dinâmica e a complexidade do fundo, em abril fizemos 15 movimentações, com um destaque para o encerramento da posição de Long & Short em Alupar contra Taesa, as desmontagens de Cielo e Burger King e as montagens de posições vendidas em Índice Ibovespa e Banco Inter. Considerando os aumentos, reduções, montagens e desmontagens de posições, chegamos ao último dia do mês com uma exposição líquida comprada em bolsa de 84,93%.

Neste mês, temos o fundo MAM completando seis meses de vida. O fundo é inspirado pelo relatório “As Melhores Ações do Mundo”, da Empiricus, que tem como objetivo alocar nas ações que consideramos as melhores do mundo. O fundo compra papéis de empresas sólidas, com bons fundamentos e histórico de sucesso e crescimento. No mês, o fundo cai –2,81%, duramente impactado pela variação cambial. No ano, o fundo entrega uma ótima rentabilidade de 11,42%. Como o fundo tem pouco tempo de vida, o crescimento da quantidade de empresas na composição do portfólio é normal. Por isso, inserimos três novos papéis na carteira, com o intuito de capturar oportunidades e aumentar a diversificação setorial. No mês, montamos posições relevantes nas BDRs de Freport-McMoran, Synchrony Financial e Chevron, que foram feitas a partir de reduções nas demais posições.

O fundo inspirado nas ideias de Warren Buffet, o WB90, em maio rendeu –1,81% e no ano rende incríveis 13,78%. O fundo inspirado nas ideias de investimento do oráculo de Omaha, passou por algumas modificações, em que ajustamos o peso de maioria dos papéis do fundo e encerramos nossas posições em Synchrony Financial, Chevron e Stone, para investir nas ações da Kroger, Aon e Marsh & McLennan.

Franklin W-ESG fechou o mês de abril com retorno negativo de -1,20% e um acumulado de 12,54% no ano de 2021. Fundo criado com o viés de investimento em empresas com pelo menos três mulheres no Board e que incorporaram à sua essência os critérios W-ESG (diversidade de gênero, questões ambientais, sociais e de governança.

Temáticos

Tech Select, nosso primeiro fundo de tecnologia lançado ao mar, navegou em águas turbulentas no mês de maio, rendendo -6,59%, mas ainda segue positivo no ano, entregando um retorno de 3,85%. Seguimos aumentando o peso de nossa alocação nas FAANGs, dado o cenário inflacionário e risco de aumento de juros, pois o movimento de rotação setorial que assola as ações de tecnologia parece não ter fim. A queda do dólar dificultou ainda mais a navegação neste momento turbulento, mas seguimos confiantes e construtivos com as teses do fundo e por isso nenhuma alteração foi feita nos papéis da carteira, já que em nossa visão, a retomada da economia americana é iminente.

Tech Brasil, o nosso segundo fundo com o tema de tecnologia, teve um mês difícil e de muita volatilidade. O fundo rendeu –0,39% em maio. Contudo, no ano o fundo acumula 18,82% de retorno, mostrando a resiliência e qualidade de nosso stock picking e asset allocation, frente a um Ibovespa de 6,05%. No mês fizemos algumas alterações nos pesos dos papéis e também, incluímos as ações da Infracommerce e Get Ninjas ao book das “Techzinhas” no nosso portfólio.

O nosso terceiro fundo de tecnologia lançado ao mar, o Tech Asia, rendeu –5,38% no mês, mas no ano o fundo entrega um retorno de 2,13%. Dos nossos fundos de tecnologia, o Tech Asia é o fundo que passa pelo momento de maior volatilidade, pois tínhamos uma alocação relevante nas empresas chinesas, que sofrem uma pressão negativa das sanções impostas pelo governo chinês no curto prazo, mas que em nossa visão, esclarecem os riscos dos papéis e acabam com a incerteza que paira sobre as teses de investimento em empresas do país. De qualquer forma, reduzimos a nossa exposição aos papéis da China e aumentamos o peso alocado em papéis de empresas do Japão, Taiwan, Singapura e Coreia. Além disso, em maio, adicionamos dois novos nomes ao nosso fundo, compramos as ações da Samsung e da Huya Inc.

Tech Games completa seus 6 meses e passa a fazer parte de nosso relatório mensal. O fundo é voltado para o investidor que acredita no potencial da indústria de games. Apesar de sua principal alocação ser voltada para grandes empresas desenvolvedoras de jogos, o fundo também conta com investimento em fornecedores de equipamentos, semi-condutores, plataformas de streaming todos voltados para o mercado de games. Em maio o fundo valorizou 0,32% e conta com um acumulado de 3,99% no ano.

Por último, o FoF Tech completou seis meses em maio e agora podemos divulgar a sua rentabilidade. O FoF Tech é composto pelo Tech Select, Tech Brasil, Tech Asia, Tech Games e Moneybets. No mês de maio ele fechou com uma queda de -3,76%, e acumula um retorno positivo de 14,92% desde seu início. O desempenho de cada fundo será discutido nos tópicos seguintes, mas aqui vale antecipar o impacto que a exposição cambial teve sobre os fundos, dado que o Dólar sofreu uma desvalorização de 3,85% no mês.

Moneybets também é um fundo que investe em tecnologia de ponta, mas em algumas empresas focadas nos segmentos de robótica, 5G, sequenciamento de DNA, Blockchain, energia limpa, impressora 3D e mobilidade autônoma. Ele teve um mês negativo, novamente prejudicado pela desvalorização do dólar. O fundo rendeu –5,34% em maio, mas no ano, segue positivo entregando um retorno de 1,05%. Não tivemos mudanças em nosso portfólio, mas uma de nossas posições, a InterActiveCorp fez um spin-off de sua operação, separando-se da Vimeo. Para cada ação a IAC, o investidor recebeu o equivalente a 1,6235 em ações da VMEO, e optamos por manter ambas no portfólio em diferentes proporções, que foram ajustadas ao longo do mês.

Canabidiol, por sua vez, segue sofrendo um movimento de correção, já que no mês de maio o fundo caiu -5,25%. No ano, o fundo segue positivo, rendendo 19,93%. Seguimos muito otimistas com as expectativas de legalização da cannabis nos EUA e acreditamos que as empresas canadenses irão enfrentar certa dificuldade para entrar no mercado americano. Como no mês passado havíamos ajustado o posicionamento do fundo, não fizemos nenhuma mudança na carteira, mas vale ressaltar que uma de nossas SPACs, a Aphria, foi adquirida pela Tilray, numa razão de 0,8381 e os papéis estão mantidos em nosso portfólio.

Já o Canabidiol Light se transformou no Cannabis Ativo após a AGC, e não poderemos comentar a sua rentabilidade por seis meses, mas o fundo já está 100% exposto às teses de cannabis e disponível para o público geral.

Depois de meses trazendo resultados excepcionais, trago-lhes agora uma possível oportunidade. Maio foi um mês de muitas movimentações na mídia sobre as moedas digitais. De um lado Elon Musk volta às redes sociais retirando o Bitcoin como meio de pagamento na compra de veículos da Tesla, mas garante que a empresa segue comprada na moeda. De outro lado, governos ao redor do mundo tentam interferir na mineração e na movimentação de moedas digitais resultando em diversas quedas consecutivas com o Bitcoin fechando o mês com um recuo de 35%. Desde maio de 2020 a moeda não para de crescer de forma exponencial, atraindo não só investidores que acreditam na tese de criptomoedas, mas também muitos especuladores esperando movidos pela mídia. Assim o fundo Criptomoedas também recuou 23,95% em maio, mas bem melhor do que o Bitcoin. Ele acumula um rendimento de 49,71% em 2021. Este mês fizemos algumas mudanças na carteira, diminuindo alocação em Bitcoin para 32% e aumentando Ethereum acima de 20%. Volto a lembrar que o BTC ainda representa a parcela dominante na composição da carteira, mas que dinamicamente também é turbinada com diferentes Altcoins, tais como Ethereum (ETH) e Chainlink (LINK).

Já Cripto Metals Blend teve um mês negativo, com retorno de -1,20% e um acumulado de 10,86% no ano. Mesmo com a forte queda das criptomoedas que representa 20% de sua alocação, o fundo também conta com uma 80% diversificado em metais como Ouro, Prata, Urânio e Cobre, que tiveram um mês muito positivo evitando um retorno pior.

Indexados

Mês negativo para a moeda americana, tivemos uma queda significante para o Vitreo Dólar. Com a flexibilização da abertura do comercio e uma possível retomada brasileira, o fundo teve um retorno -3,60% no mês e segue um acumulado no ano de 0,99% positivo.

Vitreo Moedas Life, por sua vez, é um fundo que aposta na valorização da Libra, Iene, Franco-suíço e Euro frente ao Real. Como o Real se valorizou frente às moedas mais fortes da economia mundial, o fundo rendeu -2,22% em maio. No ano, o fundo reverteu a sua rentabilidade e está negativo entregando um retorno de -0,61%.

Por outro lado, a performance do Vitreo Ouro em maio foi de 4,19%, mesmo com o impacto negativo do câmbio. Ficou positivo no ano, entregando um retorno de 0,48%. Mesmo neste mês em que a Bolsa bateu seus recordes, o ouro se valorizou devido às expectativas de descontrole inflacionário, novamente, ressaltando a importância de ativos de proteção de portfólio.

O fundo Vitreo Prata assim como o ouro, também sofreu com o recuo do câmbio e mesmo assim entregou um resultado muito positivo no mês de maio de 4,86%. Em momentos de incertezas de mercado, o fundo pode exercer uma importante função de proteção e evitar grandes perdas de capital. O fundo segue com resultado de 5,16% no ano de 2021.

Vitreo Inflação, fundo que concentra seus investimentos nas NTN-Bs, fechou positivo em 2,18% no mês de maio. E aparece com um acumulado negativo de -4,13% em 2021.

A família dos fundos de Bonds chegaram ao fim do mês de maio com uma novidade, ocorrendo no início do mês a incorporação dos Bonds BRL no fundo Bonds USD. O Bonds USD fechou o mês com resultado de -2,86% com impulso negativo da moeda nesse período. E conta com um retorno anual de 1,12%.

Exponencial (fundo que investe somente nas ações da XP Inc.) teve uma performance de -3,37% no mês. No ano, o fundo entrega uma rentabilidade de 0,70%. Já versão para investidores em geral, o Exponencial Light rendeu -0,22% em maio, e no ano já acumula 2,15%.

AWP, veículo constituído em parceria com Itajubá e Gama Investimentos e que investe em cotas do fundo AllWeather Portfolio, o fundo do Ray Dalio da Bridgewater Associates, fechou o mês com alta de 0,25%. Já conta com um acumulado de 5,60% em 2021.

Tabela com os resultados dos fundos

fundos-maio-2021

As informações apresentadas são de caráter meramente informativo, não constituindo e nem devendo ser interpretadas como análise, oferta ou recomendação de qualquer investimento, ou sugestão por parte da Vitreo. Os ativos apresentados podem não ser adequados para todos os investidores. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base nas suas característica e objetivos pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. Recomendamos que você conheça as características e riscos dos ativos e mercados antes de investir. Lembrando que retornos passados não garantem retornos futuros e não há nenhuma garantia de retorno. As rentabilidades apresentadas não são líquidas de impostos. A aplicação em fundos de investimento não conta com a garantia do FGC, de qualquer mecanismo de seguros ou dos prestadores de serviço do fundo. Para consultar informações e riscos do seu investimento, acesse www.empiricusinvestimentos.com.br.

Um abraço,

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