Carta do Gestor

Nova SuperPrevidência: Mecanismo

Caio Dantas

9 abr 2024, 18:04 (Atualizado em 11 abr 2024, 17:38)

Prezados investidores, 

Explicar o resultado de um Fundo de fundos pode ser feito em diferentes níveis de profundidade. A primeira camada é olhar para a composição de classes e como isso influenciou o resultado total. A segunda é avaliar a seleção dos fundos dentro de cada classe, e como o resultado de cada fundo contribuiu para o resultado geral. Uma terceira, e mais difícil, camada é conseguir extrair as contribuições dentro de cada portfólio, identificando quais operações resultaram nos maiores ganhos e perdas.

O portfólio, portanto, é uma composição de várias engrenagens rodando em conjunto, como um mecanismo, para combinar diversas fontes de retorno, assumindo diferentes tipos de riscos, em diferentes estilos de gestão, que atuam de forma particular em diferentes geografias e mercados.  E a Nova SuperPrevidência tem como objetivo conseguir explorar essas diversas características dentro de um portfólio multiestratégia dentro da previdência, como pode ser observado pela quantidade de classes e subclasses presentes na carteira.

Fonte: Empiricus Gestão (fora de escala)

O resultado final, simplificado por meio da cota, é a combinação dessas diversas peças operando em conjunto. E ao longo desta carta olharemos para cada componente em busca de entender o resultado do fundo no último trimestre. Apesar do foco ser o último trimestre, comentaremos algumas mudanças feitas no último ano, na composição da carteira e em mudanças regulatórias importantes para a indústria de fundos. 

Mudanças recentes

Breve Histórico

O FoF Nova SuperPrevidência foi lançado em junho de 2022, parceria entre a Empiricus Research e a Empiricus Gestão, fazendo parte da série Melhores Fundos. A proposta era criar uma carteira de previdência ainda mais completa e flexível para o público geral. A implementação da resolução CMN 4.769 ampliou algumas restrições de investimentos, sendo uma delas o aumento do limite de investimentos com exposição cambial até 20% (anteriormente 10%), o que permitiu criar um novo produto ainda mais flexível. Adicionalmente, essa resolução também impactou positivamente a indústria, com o surgimento de versões de previdências mais elaboradas e com maior nível de aderência das principais estratégias das gestoras investidas.

A carteira é dividida em duas classes de alocação: Estratégica e Tática. As alocações estratégicas são posições de longo prazo, escolhidas com base nos prêmios e riscos de cada investimento, visando ser a maior contribuição de retornos da carteira. Por outro lado, as alocações táticas, de curto e médio prazo, têm o objetivo de complementar a carteira, gerando alfa sobre a alocação estratégica. A alocação inicial da Nova SuperPrevidência era distribuída em Renda Fixa (29,30%), Multimercado (29%), Renda Variável (27,50%), Proteção (2,80%), Global (10%) e Alternativos (1,4%).

A primeira alteração ocorreu no início de 2023, a partir de um aumento de +6,5% na parcela em renda fixa, realizada pela posição no Vitreo Inflação Longa FIRF. Esse ajuste foi motivado pelos sinais de desglobalização e pelo desempenho de políticas fiscais expansionistas, buscando proteção contra a alta inflacionária.

Em junho do mesmo ano, iniciou um processo de aumento nas posições de renda variável e redução do nível de caixa, com destaque para o ETF que replica o Índice Bovespa (BOVV11), aumentado em +2,5% e representando 5% do fundo. A decisão foi tomada após discussões em comitês, com o intuito de elevar o risco da carteira em bolsa brasileira por meio de ativos líquidos.

A mudança mais recente, realizada em fevereiro de 2024, foi a inclusão do Genoa Cruise, com percentual de +2,5% no portfólio, que possui alta aderência com a estratégia original da casa, o Genoa Radar, com um excelente desempenho desde seu início. 

Mudanças regulatórias

Aproveitando a apresentação das alterações na Nova SuperPrevidência, é importante destacar algumas mudanças regulatórias, que impactam significativamente a indústria de fundos e colocam o produto previdenciário como um dos grandes ganhadores.

Tributação fundos exclusivos (Lei 14.754): Em dezembro de 2023, o presidente da república sancionou a Lei 14.754 que muda a tributação de fundos de investimentos exclusivos. Sob essa nova legislação, os fundos exclusivos passarão a ter come-cotas, que incidem semestralmente. A tributação sobre os rendimentos de fundos fechados foi ajustada para 15% sobre lucros e rendimentos. 

Fundo exclusivo previdenciário (CNSP nº 463 e 464): Em fevereiro de 2024, o CNSP aprovou as resoluções nº 463 e 464, que têm como objetivo, entre outros aspectos, eliminar lacunas que facilitem a evasão fiscal. Foi estabelecido um teto por segurador de R$5 milhões para investimento em um fundo exclusivo de previdência. Esse limite pretende impedir a concentração de grandes quantias nesses fundos que são isentos de come-cotas, que poderiam ser utilizados para contornar a tributação após a implementação da Lei 14.754.

Restrições de Títulos Isentos (CMN nº 5.118 e 5.119): No dia 1º de fevereiro de 2024, o CMN anunciou novas diretrizes para a emissões de CRAs, CRIs, LCIs e LCAs através das resoluções nº 5.118 e 5.119, visando garantir que os investimentos nessas áreas, que possuem isenção fiscal, sejam efetivamente aplicados aos setores imobiliário e agrícola. Com a nova regulamentação, o prazo mínimo para resgate foi alterado, e além disso os bancos agora são obrigados a investir os recursos captados por meio desses títulos diretamente nos respectivos setores, eliminando assim brechas que permitiam usos alternativos desses ativos. 

Composição teórica e taxa total da Carteira

A taxa total anual da Nova SuperPrevidência é composta pela taxa de administração do FoF de +0,75%, taxa de custódia de 0,02% e a taxa de administração ponderada pelo peso de cada fundo alocado. As taxas de rebates dos fundos alocados são revertidas de volta para o fundo, e gira em torno de +0,189% de desconto sobre o acumulado. A tabela abaixo detalha a composição teórica da carteira.

Fonte: Quantum | Elaboração: Empiricus Gestão

Resultado e atribuição de performance

Retrospectiva 2023

Olhando para os resultados de diversas classes, a foto de como foi o desempenho no final do ano de 2023 não explica os diversos movimentos nos mercados e como foi difícil perseguir tendências, principalmente no Brasil. O gráfico abaixo mostra o desempenho de alguns indicadores de mercado, além do FoF Nova SuperPrevidência desde o terceiro trimestre de 2022. 

Fonte: Quantum

1º trimestre: O ano começou com um choque em crédito devido ao anúncio da fraude que ocorreu em Americanas. Outras empresas anunciaram  pedidos de recuperação judicial em um ambiente de juros elevados, como Light e Unigel, o que também impulsionou a abertura dos spreads de crédito e impactou negativamente a carteira. As incertezas políticas decorrentes de um novo mandato do presidente Lula e discussões sobre um novo arcabouço fiscal ampliaram a aversão à risco em ativos de risco local.

2º trimestre: Uma melhoria gradual no sentimento dos investidores, a partir da apresentação do novo arcabouço fiscal, o que ajudou a dissipar algumas das incertezas e favoreceu a criação de um ambiente mais otimista para o mercado acionário. Foi um trimestre positivo para a bolsa e para o fundo.

3º trimestre: O ambiente mudou drasticamente no período com o aumento da taxa de juros de 10 anos nos Estados Unidos, indicando uma postura mais contracionista do FED  de adotar uma política de juros mais altos por um período prolongado. Esse movimento levou a um fortalecimento do dólar e provocou quedas nas bolsas de valores globais, afetando negativamente os mercados emergentes. Foi um período de muita incerteza, e além de negativo para as bolsas, foi um período difícil as estratégias de juros dentro dos multimercados 

4º trimestre: Apesar de um início turbulento, marcado por tensões geopolíticas no Oriente Médio e contínua piora nos juros americanos, a percepção do mercado começou a mudar nos últimos dois meses do ano. Dados mais positivos sobre a inflação e a atividade econômica sugeriram que o aperto monetário teria chegado ao fim. O resultado foi um forte rally nos últimos dois meses nas bolsas globais. Do lado de crédito, ecoaram eventos de crédito, como em Credz e Southrock, mas o segundo semestre como um todo foi positivo para esse segmento da indústria, que registrou uma recuperação e captação positiva.

Adicionalmente, 2023 foi marcado pelo crescente interesse e adoção de ferramentas de inteligência artificial, o que atraiu o interesse de investidores. Isso resultou em valorizações significativas em grandes empresas de tecnologia, como Microsoft e Nvidia, capturadas pela alocação em equities americanas realizadas de forma indireta pelo FoF Global.

Paralelamente, os criptoativos foram ganhando relevância nos últimos dois trimestres. Um dos principais catalisadores desse entusiasmo, foi a expectativa em torno da aprovação de ETFs com exposição direta ao Bitcoin nos EUA. Além disso, o mercado foi impulsionado pela aproximação do evento de Halving do Bitcoin, um mecanismo que reduz as emissões da moeda e normalmente precede altas. O Bitcoin atingiu novos patamares, resultando em um impressionante ganho de +153% ao fechar 2023, e o como resultado o FoF capturou esse movimento, ainda que o percentual alocado seja pequeno dentro da carteira.

O grande destaque de 2023, apesar da volatilidade, foi a alocação em bolsa. No ano, o FoF Nova SuperPrevidência registrou alta de +15,40% (CDI+2,35%), enquanto desde o início acumula alta de 21,00%. O gráfico abaixo exibe o resultado do fundo desde seu início, em 20 de junho de 2022.

Fonte: Quantum | Elaboração: Empiricus Gestão

1º Tri de 2024: Composição da carteira e atribuição de retorno

Conforme comentamos inicialmente, a última alteração foi feita ao longo trimestre, com a inclusão do Genoa Cruise no portfólio no mês de fevereiro. A posição foi feita pela redução marginal de alguns portfólios multimercados, sem alteração do target teórico da classe, que hoje é de 26%. Sendo assim, a composição da carteira no fechamento de março pode ser visualizada no gráfico abaixo.

Fonte: Empiricus Gestão 

Como comentamos no início, a primeira forma de avaliar o resultado do trimestre é avaliar o desempenho de cada classe. Enquanto renda variável foi o grande destaque de 2023, para este ano ainda não podemos dizer o mesmo. A classe foi a grande detratora de desempenho, seguida pela classe de renda fixa. Em contrapartida, os resultados obtidos em Alternativos e Globais possibilitaram ao fundo encerrar o período com um resultado positivo, ainda que aquém dos nossos objetivos.

Fonte: Empiricus Gestão 

Abrir essa composição de resultados por subclasse permite ter uma visão mais clara dos ativos que compõem a carteira e quais foram os destaques. O resultado das criptomoedas foi o grande vencedor do período. A alocação no FoF Melhores Fundos Global foi a segunda maior contribuição, por obter ganhos tanto pelo fator câmbio, quanto pela alocação em ativos de risco, como bolsa americana e ouro. A alta do FoF Global foi de  +8,85% no trimestre.

Fonte: Empiricus Gestão 

Do lado negativo encontram-se os fundos que operam com maior exposição comprada em bolsa, como pode ser observado pelas subclasses Small Caps, Long Only e Indexados. Dentro da classe de renda fixa, o que de fato contribuiu negativamente foram as posições em inflação, realizadas pelos fundo Vitreo Inflação Longa FIRF (-2,51%) e Kad IMA-B FIFE FIM (-1,94%).

Posicionamento dos gestores

Para detalhar mais o resultado de algumas subclasses, recorremos aos materiais e conversas que tivemos no período com os gestores dos fundos alocados para ter um maior nível de profundidade. A seguir vamos comentar a visão de algumas casas dentro de cada classe.

Multimercados

O mercado passou grande parte de 2023 se preparando para o fim do ciclo de alta de juros, e logo no final do ano começou a projetar um início de ciclo de cortes já em março de 2024, a partir da leitura dos indicadores, falas dos membros do FED e considerando que os dados apontem para tal direção. O gráfico abaixo corresponde aos resultados de diversos fundos multimercados dentro books de renda fixa e renda variável disponíveis nos materiais de diversas gestoras até a data de divulgação desta carta. É possível ver que os dois primeiros meses do ano atuaram de forma negativa sobre diversos fundos da indústria.

Elaboração: Empiricus Gestão 

A surpresa veio nos dois primeiros meses do ano, quando os dados ainda indicavam uma economia americana resiliente e números desfavoráveis de inflação. Isso ocasionou em uma abertura das taxas de juros nos EUA, e impactaram o posicionamento de diversos gestores em juros. Em contrapartida, a bolsa americana continuou em ritmo de alta, e alguns conseguiram capturar esse movimento, principalmente em fevereiro. Em commodities, algumas casas conseguiram capturar ganhos importantes para o resultado da estratégia no período.

Kapitalo K10 Prev Master FIM

Com uma alta de +2,83% no trimestre, a estratégia foi a que apresentou maior rentabilidade entre os fundos multimercados. Nos dois primeiros meses o fundo sofreu com o book de juros, a partir de posições aplicadas em países europeus, como Zona do Euro, Suécia e Reino Unido. Em contrapartida,  o book de commodities apresentou desempenho positivo todos os meses, e a posição vendida em minério de ferro é uma das posições presentes na carteira.

Kinea Prev Atlas FIM

Encerrando o período com uma rentabilidade de +2,47%, a gestora também registrou contribuições negativas do book de juros, que projetam juros mais baixos para países como Reino Unido, Austrália e México. Da parte positiva, a gestora segue nos últimos dois meses capturando ganhos alocados em ações no exterior, com perspectivas positivas sobre o cenário de desinflação e cortes de juros ao longo do ano.

SPX Lancer Plus Prev FIM

O posicionamento aplicado em juros globais atuaram como o grande detrator de performance nos primeiros meses do ano, enquanto o posicionamento em commodities vendido em grãos e comprado em metais industriais contribuíram positivamente para o portfólio. A rentabilidade no trimestre foi de +2,08%.

Kadima Long Short Prev FIM

O fundo fechou o trimestre com retorno positivo de +2,02%, com destaque para o modelo de modelo de fatores. No lado negativo, o maior detrator de performance foi o modelo seguidor de tendências de longo prazo com operações em DI.

Legacy Capital PS Prev FICFIM

O fundo alcançou retorno de +1,24% no trimestre, com a estratégia registrando um melhor desempenho vindo do book de ações, posicionados principalmente em empresas ligadas ao segmento de cloud, além de ter aumentado o posicionamento em empresas com múltiplos atrativos na bolsa local. A maior perda veio do book de renda fixa, com posições aplicadas em países desenvolvidos.

Genoa Capital Cruise Prev FICFIM

Recém chegado no portfólio, a estratégia acumulou ganho +0,75% no trimestre. Ao longo do mês finalizamos a alocação no fundo, que obteve ganhos no mês de março principalmente no book de juros locais. A casa está tomada em juros nominais e comprados em inflação.

Ibiuna ST Prev FIFE FIM CrPr

Janeiro foi o pior mês para a estratégia, resultado do movimento de correção dos meses anteriores nos mercados A rentabilidade no trimestre foi de +0,12% e o que afetou negativamente o portfólio foram os books de juros e moedas, principalmente em janeiro pelas posições aplicadas em países desenvolvidos e emergentes e nas posições vendidas em dólar contra moedas de outros países.

Ace Capital FIE II FIM

O fundo fechou o período com queda de -0,96%, e tanto o book de juros quanto o de renda variável foram detratores de desempenho. No book de juros a gestora realizou algumas mudanças, como aumento de posição aplicada no Reino Unido e reduziram a posição tomada em inclinação no Chile. Bolsa foi uma contribuição no último mês, e seguem comprados em alguns setores, como commodities, energia elétrica e saneamento.

Crédito Privado

Para 2024, o mercado acompanha o movimento de queda de juros, que traz um melhor cenário para as empresas. As casas continuam otimistas com a indústria de crédito, por fatores como melhora na qualidade de crédito das empresas e perspectivas de queda de juros, que cria um ambiente favorável. Do lado técnico, há um forte fluxo de entrada o que, por consequência, ocasiona em uma maior demanda por compra de papéis, e compressão dos spreads. Esse fluxo também foi impulsionado pelas mudanças regulatórias, comentadas anteriormente, e que apresentaram um efeito mais intenso nesse primeiro trimestre. A título de exemplificação, construímos um monitoramento de um pequeno grupo de fundos classificados como Infraestrutura, composto por cerca de 40 nomes, e já podemos ver um forte movimento para a classe em busca por estruturas que tragam benefícios fiscais.

Fonte: Quantum | Elaboração: Empiricus Gestão 

SPX Seahawk Prev FIM CrPr

O maior destaque dentro de crédito privado foi o Seahawk, rendendo +4,92% no mês. Os últimos meses têm apresentado bons retornos para renda fixa global, com fechamento dos spreads de créditos em Bonds.

Sparta Previdência FIFE D60 FIRF CrPr

No trimestre o fundo apresentou retorno de +3,69%. A gestora tem visto maiores oportunidades para os títulos de rating AA e A, enquanto os classificados como AAA continuam com um fechamento expressivo de spreads. Em risco de crédito esperam uma continuidade na redução dos níveis de inadimplência entre as grandes empresas. 

Augme Previdência FIFE FIM CrPr

No período, o fundo registra alta de +3,33% e apresentou uma queda de carrego, resultado do fechamento dos spreads e aumento de caixa que foi resultado de uma venda de ativos considerados “caros” dentro do portfólio. 

Orion FICFIM CrPr

O fundo obteve alta de +3.02% no trimestre. A Polígono Capital, joint venture entre BTG Pactual e Prisma Capital, assumiu a gestão do fundo em abril de 2023, e desde então vem realizando uma reestruturação da carteira do fundo, trocando os antigos investimentos por novos ativos. 

Renda Variável

O primeiro trimestre de 2024 da bolsa brasileira reflete incertezas inflacionárias e fiscais, fechando em queda de -4,53%. Janeiro registrou uma queda influenciada pela retirada de investidores estrangeiros e revisão das expectativas de corte de juros americano. Fevereiro apresentou uma recuperação, graças ao otimismo global e fortes resultados corporativos, especialmente em tecnologia nos EUA. Já em Março, a Petrobras sofreu uma queda significativa após anunciar que não pagaria dividendos extraordinários, chegando a registrar queda de -10,3% no dia 08, o que somado ao cenário de juros norte-americano, afetou negativamente a bolsa brasileira. 

Uma parcela relevante das alocações da Nova SuperPrevidência é dedicada a fundos de renda variável, incluindo fundos Long Only, Long Biased e Small Caps, complementados por três ETFs. O fundo possui posição no ETF BOVV11, que busca replicar o desempenho do Ibovespa, amplamente discutido nesta carta, e dois ETFs de Small Caps que contribuíram de forma negativa para a carteira,  SMAL11 e TRIG11, que registraram quedas de, respectivamente, -4,09% e -5,69%.

SPX Long Bias Master Prev FIM

O fundo SPX Long Bias, foi o maior destaque dos ativos de renda variável no trimestre, com uma rentabilidade de +1,42%, esse resultado é atribuído principalmente às suas posições nos setores de Indústria, Internacional e Serviços Financeiros. 

Oceana Long Biased Prev

O Oceana Long Biased Prev, concentrou seus maiores ganhos nas posições compradas, com destaque para os setores de Materials, Utilities e Serviços Financeiros, resultando em um ganho de +0,36%.

Real Investor 100 Prev Master FIA

Com o conceito de value investing, o fundo fechou o trimestre com -0,19%. Em março, o destaque foi para as posições de Serviços Financeiros, Indústria e Papel e Celulose, enquanto os detratores foram Energia e Mineração.

Bogari Value Q FIFE FIA Previdenciário

Apesar dos resultados positivos nos setores de Energia, Bancos e Varejo, o fundo teve performance negativa, como maior detrator o setor de Saúde. O fundo Long Only da Bogari apresentou uma rentabilidade de -3,38% no período.

Brasil Capital 100 Prev FICFIA

O Brasil Capital 100 Prev finalizou o trimestre com -6,73%, com retornos positivos nos setores de Imobiliário e Shoppings, Bancos e Energia, e contribuições negativas dos setores de Infraestrutura e Transportes.

Pátria Pipe 100 Prev Qualificado FIE 2 FICFIM

O Pátria Pipe é um fundo com posições concentradas, sendo o maior detrator da parcela de renda variável no trimestre, com queda de -8,68%. Contribuições positivas em posições de Energia e Infraestrutura, mas perdas em Transporte e Logística.

Criptoativos

Em janeiro de 2024 o mercado de criptomoedas testemunhou a aprovação da negociação de 11 ETFs pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, e, embora a valorização não tenha sido imediata, o cenário otimista contribuiu para um fechamento positivo do mês. Em fevereiro, o impacto dos novos ETFs começou a ser mais claramente percebido, com um fluxo crescente de investimentos, e março provou ser um mês importante para o Bitcoin, alcançando um novo recorde acima de US$ 70 mil e encerrando o trimestre com um ganho próximo de 70%. O ciclo de Halving está previsto para abril, e o mercado está carregado de expectativa, sugerindo que a tendência positiva vista no primeiro trimestre de 2024 tem grandes chances de se manter. A exposição do fundo à classe ocorre por meio do investimento no CRPT11, ETF de criptoativos da Empiricus Gestão, com um resultado trimestral de +64,71%.

Considerações Finais

Ainda que vários indicadores tenham retomado incertezas, os gestores permanecem  a olhar positivamente para o processo desinflacionário em curso, ainda que em um ritmo que continua a frustrar as expectativas do mercado, que tem ansiedade sobre a convergência e sucesso de todo o processo. Seria uma retomada do discurso “cautelosamente otimista” ou a falta de tendências e a alta volatilidade dos mercados também tem frustrado nesse quesito?

Por aqui, o país ainda segue a partir de seus próprios problemas, afetado significativamente por ventos globais. A bolsa local registrou um dos piores desempenhos dentre os países em desenvolvimento no período, enquanto a americana segue renovando as máximas. Isso impacta o portfólio negativamente pelo resultado dos fundos de renda variável, e positivamente pela posição que os gestores macro têm conseguido capturar lá fora.

Continuamos a aprimorar as 3 etapas do nosso processo de alocação das estratégias criadas (Alocação Estratégica, Alocação tática, e seleção de fundos) a fim de construir carteiras de maior valor dentro e fora da previdência. As considerações da indústria e visões macro que foram discutidas ao longo da carta para cada classe também se aplicam para as outras estratégias da série, dada a complementaridade das carteiras, conforme pode ser visualizado abaixo.

Elaboração: Empiricus Gestão

Disclaimer

Os fundos de investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do fundo garantidor de créditos – FGC. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. É recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e regulamento do fundo de investimento pelo investidor ao aplicar seus recursos. Para avaliação da performance do fundo de investimento é recomendável uma análise de, no mínimo, 12 (doze) meses. Este fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. Os fundos multimercados com renda variável podem estar expostos a significativa concentração em ativos de poucos emissores, com os riscos daí decorrentes.

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